Como esconder o filho do imperador - Capítulo 163
A carruagem que transportava um grupo de pessoas viajava pela estrada. À noite, chegaram a uma pequena cidade perto da capital.
O sol ainda não tinha se posto, mas resolveram descansar ali hoje para não ficarem muito cansados.
Kaizen entrou na residência do lorde do local com Theor.
Astella decidiu passar algum tempo em um templo próximo. Criados com grandes caixas a seguiram.
Havia um pequeno templo para os aldeões perto do castelo. Era uma estrutura que passava diretamente por um pequeno corredor da casa do senhor.
Era pequeno, mas limpo e bem decorado.
O padre de meia-idade saiu correndo com uma cara chocada e cumprimentou Astella.
─ É uma grande honra para o nosso templo ser visitado pela Imperatriz.
Astella olhou ao redor do interior do pequeno templo. Era tranquilo.
Um típico templo rural, mas era limpo e arrumado. Ele parecia ter sido preparado para a visita do Imperador.
Se ela não tivesse parado no templo, o trabalho deles teria sido desperdiçado.
─ Uau
Astella expressou pura admiração.
─ É um local limpo e organizado. É bem administrado.
─ Obrigado por dizer isso, Vossa Majestade.
O padre, entusiasmado, cerrou os dentes ao olhar para as grandes caixas que os criados haviam trazido.
─ Vossa Majestade a Imperatriz, isto é…
─ Estes são suprimentos de inverno e remédios para as pessoas daqui.
Eles já haviam distribuído suprimentos de inverno suficientes para as áreas deterioradas.
Ainda assim, seria uma bela história se o grupo do Imperador fizesse caridade na aldeia. Também seria bom para concluir o propósito da viagem. Então ela o fez de propósito.
Astella também trouxe uma doação separada para o templo.
Todos devem ter se preparado muito para receber o Imperador e seu grupo, então queria recompensá-los.
Ela ouviu um murmúrio enquanto tentava voltar depois de entregar as coisas. As pessoas se reuniram na entrada em um instante.
Os cavaleiros estavam bloqueando, então não puderam entrar, mas se reuniram do lado de fora e olharam para Astella.
─ Essas pessoas…?
─ Oh, eles são aldeões que vieram ver Vossa Majestade.
Olhando de perto, a maioria deles eram agricultores vestindo roupas velhas.
Astella olhou para eles e pode vê-los curvando-se ou inclinando a cabeça.
─ Obrigada por terem vindo me receber.
Astella gesticulou para seus servos.
─ Dêem-lhes presentes.
Quando os servos distribuíram os itens trazidos, as pessoas ficaram envergonhadas, mas entusiasmadas.
─ O-obrigado.
─ Obrigado, Vossa Majestade.
Alguns aldeões pareciam mais interessados em Astella do que nos presentes. Eles olhavam para ela como uma santa em um templo.
O lugar não ficava tão longe da capital, mas era um sonho para os agricultores que viviam na aldeia ver de perto a família imperial ou a Imperatriz.
Então foram ouvidos os passos dos cavaleiros. Kaizen estava abrindo a porta do corredor e entrando.
─ Astella.
─ Vossa Majestade o Imperador…!
O sacerdote surpreso curvou-se profundamente.
Os aldeões também caíram de joelhos com o súbito aparecimento do Imperador.
Astella curvou-se muito educadamente.
Havia pessoas assistindo, então, como uma Imperatriz, ela tinha que ser educada com o Imperador.
─ Vossa Majestade, o que o traz aqui?
Kaizen lançou um olhar silencioso com sua atitude educada.
─ Eu te segui porque você saiu sem me avisar.
Ele olhou para os aldeões. Felizmente, eles estavam perto da entrada do templo, por isso não puderam ouvir bem a conversa.
─ Vim por um momento e lhes dei presentes.
Ela não sabia que as pessoas se reuniriam assim.
─ E Theor?
Eles entraram juntos no castelo, mas o menino não podia ser visto. Kaizen disse, com uma careta.
─ Um homem daqui lhes mostrou os cordeiros, e ele não prestou mais atenção em mim.
Ao ouvir a voz triste de Kaizen, Astella conteve o riso.
Theor distraído e abraçando um filhote de ovelha e ignorando Kaizen passou por sua mente.
─ Terei que o apressar para ele comer e dormir.
Ela estava prestes a voltar quando viu pessoas paradas na porta, olhando para Kaizen com admiração.
‘Bem, ele tem um rosto lindo.’
─ Astella.
Kaizen se aproximou. Astella pegou a mão dele e caminhou em direção ao corredor.
Estava bastante quente dentro do templo, mas quando sairam para o corredor ladeado de colunas, o frio se instalou.
Parecia que era porque o sol estava se pondo. Naquele momento, Astella encolheu-se de frio.
Kaizen, ao seu lado, envolveu seus ombros em um abraço caloroso. Embora Astella tenha ficado um pouco surpresa, ela não se afastou. Embora estivesse frio, Kaizen transmitia calor.
Havia aldeões reunidos fora do corredor.
Os cavaleiros estavam guardando a área, então eles não podiam chegar perto.
Se as aparições afetuosas do Imperador e da Imperatriz inspiraram o povo, uma gentil admiração se misturou em seus olhares para os dois.
Kaizen também sentiu isso.
─ Todos parecem curiosos.
Ele sussurrou baixinho que se sentia como um animal de zoológico. Astella sorriu amargamente.
─Não é comum ver um casal imperial mostrando afeição.
Também não era comum os casais se divorciarem e se casarem novamente um com o outro.
Ainda assim, não era ruim causar uma boa impressão nas pessoas dessa forma.
O calor transmitido naquele abraço também acalmou sua mente.
Os dois caminharam sobre um chão de pedra coberto de flocos de neve brancos.
Dois pares de pegadas estavam claros na pedra branca.
* * *
Foi no décimo dia que chegaram ao território do avô materno de Astella. Ela pensou que eles haviam chegado muito mais cedo do que esperava.
Na ida de lá para a capital, Kaizen fez o grupo parar aqui e ali e o atrasou deliberadamente, mas agora vieram o mais rápido que puderam, então foi natural ela ficar surpresa.
─ Majestades, é uma honra que visitem minha mansão.
Seu avô materno, o Marquês Calenberg, saiu para cumprimentar as duas pessoas.
─ Vovô!
Theor correu assim que viu o Marquês e pulou em seus braços.
─ Vossa Alteza cresceu muito mais do que antes.
Theor segurou os braços do avô, ergueu a cabeça e perguntou com olhos ansiosos.
─ Vovô, você não pode voltar para o Palácio Imperial?
─ Quando terminar aqui, retornarei antes da primavera.
Theor ficou feliz em ouvir isso. Astella também se sentiu aliviada.
Ela queria que seu avô ficasse no Palácio da Imperatriz. Não sabia dizer o que parecia estar segurando seu avô, que havia recuperado sua propriedade na capital.
A maioria dos nobres deixava a administração de seu território com vassalos e permanecia na capital.
Astella queria que seu avô fizesse o mesmo.
Ele também já estava velho, então ela estava preocupada por ele estar sozinho em uma terra distante.
─ Vossa Majestade, gostaria de dar uma olhada na mansão?
Como havia gente ao redor, o Marquês foi respeitoso com Astella.
─ Claro. Eu vim aqui esperando ver este lugar novamente.
Astella respondeu com um sorriso sincero. O avô materno chamou um criado e lhe disse alguma coisa.
Depois de um tempo, uma mulher que parecia ser uma empregada apareceu e cumprimentou-a com calma.
─ Saudações a Vossa Majestade o Imperador e a Imperatriz, os senhores do Império.
Ela era uma mulher muito velha. Astella a reconheceu de relance.
─ Sienna. Você já foi dama de companhia aqui antes, certo?
Assim como Hannah era criada de Astella, Sienna era dama de companhia de sua avó quando ela era jovem.
O rosto seco da empregada ficou animado.
─ A Imperatriz se lembra de mim.
─ Claro. Como posso esquecer?
A empregada conduziu os três com um sorriso gentil.
─ Vou lhes mostrar a mansão.
A mansão do Marquês era uma mansão nobre e elegante, embora o passar do tempo ficasse perceptível.
O primeiro lugar em que entraram foi um quarto.
─ Era aqui onde sua mãe costumava ficar.
─ Mãe…
Quando criança, Astella sempre ficava lá sempre que visitava esta mansão. Ela olhou lentamente e caminhou ao redor do quarto.
─ É exatamente como me lembro.
O quarto de sua mãe estava como costumava ser.
A cama, o armário, a cômoda, o chão e as cortinas bege que cobriam as janelas ainda estavam lá.
A empregada falou calmamente.
─ Ninguém usou esta mansão, então a maior parte dela permaneceu a mesma. Quando o Marquês regressou, o mobiliário antigo foi restaurado e todos os objetos da senhora foram recolocados.
Astella passou a ponta dos dedos lentamente pelos móveis que estavam guardados há muitos anos.
Seu avô queria manter o quarto de sua mãe como era. Ao relembrar as velhas memórias, ela ficou com o coração triste.
Theor correu em direção a Astella enquanto olhava ao redor da sala.
─ Posso dormir aqui?
─ Você gosta daqui?
─ Sim. Eu quero dormir aqui!
Astella perguntou, olhando para a empregada.
─ Estaria tudo bem?
─ Claro. Vou mandar as criadas prepararem agora mesmo.
A empregada respondeu com alegria.
De qualquer forma, estava vazio, então não havia problemas. A localização também era segura.
─ Está tudo bem. Se você gosta deste quarto, fique aqui enquanto estiver aqui.
Theor olhou para Astella e perguntou novamente.
─ Mamãe não pode dormir comigo?
─ Hã?
Theor perguntou novamente enquanto se agarrava à manga de Astella.
─ Você não pode dormir aqui comigo?
Astella virou-se para Kaizen. Ele assentiu levemente, como se dissesse que concordava.
─ Bom, mamãe vai dormir aqui.
Olhando para Kaizen, ela achou que era bom. Astella involuntariamente fez Kaizen sofrer nos últimos 10 dias.
Agora que os dois tinham a fama de ser um casal amoroso, não podiam viajar e cada um usar um quarto.
Durante a viagem, Astella dormiu no mesmo quarto que Kaizen. Claro, como sempre, ele dormia no sofá.
A maioria dos locais onde passaram as noites eram castelos de nobres, e os móveis deles pareciam muito mais desconfortáveis do que o sofá do Palácio da Imperatriz.
Astella lamentou ter colocado Kaizen em tantos problemas. Várias vezes ela tentou ceder a cama a ele, mas foi rejeitada.
Astella queria dar a Kaizen um descanso confortável, mesmo por hoje.
Se ela ficasse no quarto com Theor, Kaizen poderia dormir confortavelmente sozinho.
Astella olhou para a empregada, pensando nisso.
Mas a empregada interpretou mal a situação diante do olhar de Astella.
Ela sorriu calmamente.
─ Felizmente a cama deste quarto é grande o suficiente para três de vocês dormirem.
Quê?
─ Não, não posso deixar você desconfortável.
Astella respondeu apressadamente.
Ela estava prestes a dizer : “Então prepare um outro quarto”, quando uma pequena mão segurou a manga de Astella.
Theor olhou para ela com olhos cheios de arrependimento enquanto dizia:
─ Papai não pode dormir aqui também?