Como esconder o filho do imperador - Capítulo 161
Astella procurou em sua memória alguma história que tivesse ouvido sobre Naen.
Mas não se lembrava de nada em particular.
Ela tinha estado tão ocupada nos últimos dias que não conseguia se preocupar com a família Croychen.
─ O que aconteceu com a família Croychen?
Astella perguntou, pensando em Florin. Ela estava se perguntando como aquela senhorita estava.
─ O Marquês Croychen tinha se encontrado várias vezes com o seu pai.
─ Sim, já ouvi isso do meu pai.
Era para recrutar os aristocratas da facção deles. Seu pai uniu forças com o Marquês Croychen para o plano de envenenamento.
Seu pai e o Marquês Croychen…
Ela se lembrou de ter ficado surpresa ao ouvir isso, porque era uma combinação que ela não conseguia imaginar.
─ Eles o pegaram também?
Ele ajudou o pai dela, então depois de toda a investigação, foi encontrada uma ligação e ele foi preso?
Ela ainda não ouviu nada parecido.
─ Não, ouvi dizer que o Marquês Croychen está doente e morrendo.
─ Doente?
─ Ele está em estado crítico.
─ Deve ser por sua escolha de moradia.
À primeira vista, a família Croychen vivia na antiga fortaleza depois de ser expulsa da capital.
Se tivessem ido para o território no interior, onde era tranquilo, não haveria necessidade de viver desconfortavelmente com a etiqueta da nobreza.
Mas o marquês fez questão de ficar perto da capital e acabou morando numa fortaleza em ruínas.
Astella se lembrou de ter ouvido falar mais ou menos sobre isso.
─ O Imperador disse para deixá-lo em paz, pois a doença era muito grave e, pelo que se viu, o Marquês Croychen não teve nenhum comportamento incomum, exceto que já havia encontrado seu pai diversas vezes.
─ Entendo.
Astella estava feliz por Naen. Se o Marquês Croychen fosse executado por traição, a posição de Naen pioraria.
Seria difícil continuar trabalhando no Palácio Imperial.
─ As outras filhas parecem ter sido interrogadas, mas felizmente nada aconteceu.
─ As filhas dele foram questionadas? Por quê?
Astella lembrou-se dos rostos de Marianne e Florin.
Ela sabia que o Marquês Croychen se juntou ao pai dela, mas por que Florin e sua outra filha estavam envolvidas nisso?
─ As senhoritas conheceram seu pai.
─ Florin e Marianne? Para quê?
─ Isso é…
Seu avô olhou para Astella com uma expressão confusa.
─ Seu pai iria se casar com uma das filhas da família Croychen.
─ O quê!?
Astella levantou a voz sem saber.
As três filhas da família Croychen eram muito mais novas que Astella.
Marianne, a filha mais velha, mal tinha passado da idade adulta.
‘Meu pai tentou se casar com uma das irmãs?’
Quando soube da morte de seu pai, ela sentiu algumas emoções complicadas, mas agora todas desapareceram.
─ Meu pai era uma pessoa horrível.
Ela não queria mais amaldiçoar seu pai morto, mas sentiu nojo. Era óbvio o que seu pai tinha em mente.
Fritz traiu o pai e, naquele momento, ele queria uma nova esposa para dar à luz a um bebê que seria seu novo sucessor.
Era uma ideia ridícula.
Seu avô materno também fechou a boca com olhar de desaprovação.
Toc toc.
Naquele momento a conversa entre os dois foi interrompida por uma breve batida.
O mordomo-chefe do palácio do imperador entrou.
Depois, havia dois assistentes carregando caixas que pareciam pesadas.
─ Vossa Majestade a Imperatriz.
O mordomo-chefe curvou as costas com um olhar cauteloso.
─ O que está acontecendo?
─ Vossa Majestade enviou-lhe um presente para consolá-la.
‘Oh.’
Com a morte do pai da Imperatriz, era natural que o Imperador enviasse um presente como consolo.
Astella percebeu tardiamente que deveria desempenhar o papel de uma filha enlutada.
Felizmente ela estava com roupas de luto, mas não estava nada triste e tomava chá com o avô materno.
Astella assentiu rapidamente, dizendo como se estivesse angustiada.
─ Muito obrigada pela sua consideração cuidadosa. Meu falecido pai também ficará grato.
O avô sentado, ao lado dela, balançou a cabeça, mas Astella o ignorou silenciosamente e recebeu o presente do Imperador.
O que estava na caixa eram joias.
Era um colar de prata e prata branca e brincos feitos de pérolas, diamantes e obsidiana.
As mulheres enlutadas costumavam ser adornadas com joias brancas, pretas e prateadas.
‘Bem, eu não tinha muitas pedras preciosas acromáticas.’
Todas as joias que ela tinha agora eram coisas luxuosas e de cores vivas.
Ela achava que Kaizen tinha mandado comprar essas coisas com antecedência depois de pensar sobre isso.
Assim como um presente do Imperador, foi o melhor, só com cores suaves.
Ela poderia usar pérolas e diamantes mesmo que não estivesse de luto.
─ O relacionamento de vocês realmente melhorou.
Depois que o assistente foi embora, o vovô murmurou para si mesmo com uma voz fraca.
─ Não brinque.
Astella fechou a caixa e exalou calmamente.
─ Não estou brincando. Quer dizer, isso é uma coisa boa de se ver. É melhor do que ter um relacionamento ruim.
Ao ouvir o que seu avô disse, Astella também sorriu.
Era uma verdade inegável que à medida que se aproximava de Kaizen, ela recuperou uma vida pacífica.
─ Não sei como explicar tudo isso para Theor depois.
Seu pai, Kaizen, abandonou Astella e então soube da existência de Theor e se casaram novamente.
Como seu pai, o Imperador, estava morrendo por causa do avô materno. E pelo contrário, o Imperador matou o seu avô materno.
Ao pensar nessa história complicada, ela se preocupou com a reação de Theor.
O Marquês Calenberg abraçou e tranquilizou Astella.
─ Não se preocupe muito. Theor é inteligente, então ele entenderá tudo.
─ Sério?
─ Sim.
O Marquês Calenberg respondeu com confiança e depois acrescentou com um olhar um tanto preocupado.
─ Embora eu ache que ele terá um sentimento um tanto complicado com o Imperador.
Astella suspirou e concordou.
─ Espero que eles não se deem mal mais tarde.
Seria bom se ele pudesse entender tudo o que aconteceu antes de nascer, mas isso era algo que não poderia ser evitado, pois seria Theor quem julgaria as coisas a seu critério.
O Marquês Calenberg disse novamente, confortando Astella.
─ Se o Imperador amar seu filho como ama agora, tudo ficará bem.
* * *
Fritz desceu da carruagem e entrou pela porta principal da mansão.
O sol poente pintou uma longa sombra na parede da mansão.
Fazia apenas uma semana desde que ele voltou à mansão do duque.
Enquanto isso, ele permaneceu na residência oficial em vez de retornar àquela casa, para evitar o pai.
De manhã, Fritz ouviu falar de seu pai. Astella parecia aliviada com a morte do pai, mas Fritz não conseguia pensar de forma tão simples.
Ele ficou aliviado, mas por um lado, ainda se sentia culpado.
Quando o jovem duque chegou, todos saíram para cumprimentá-lo. Fritz deu breves instruções aos criados e entrou no escritório.
O velho mordomo, que administrava a mansão da geração de seu pai, o seguiu.
─ Recebi muitos pedidos para comparecer ao funeral do seu antecessor.
─ Para o funeral?
Foi um pouco surpreendente que tantas pessoas quisessem vir ao funeral de seu pai.
Claro, era um funeral para um ex-duque, por isso era natural que houvesse uma grande cerimônia.
Mas agora a situação na capital estava complicada e a morte do pai também era suspeita.
A maioria das pessoas próximas a seu pai também foram levadas ao Palácio Imperial para investigação.
Não podia haver muitos que quisessem prestar seus respeitos nesta situação.
Quando Fritz olhou para ele com uma expressão incompreensível, o velho mordomo acrescentou uma explicação com um olhar hesitante.
─ A maioria deles me pediu para comparecer com suas famílias.
─ Famílias?
─ Bem, a maioria deles quer vir com as filhas solteiras…
─…
Só então Fritz entendeu a situação.
Fritz herdou o ducado, mas ainda era solteiro.
Até agora, raramente se realizavam reuniões sociais na casa Reston porque não havia uma anfitriã.
O próprio Fritz era tão dedicado ao seu trabalho que nunca tinha ido a uma reunião social de adultos.
Os nobres queriam vir à mansão do duque apresentar as filhas sob o pretexto de prestar condolências.
─ Como quer que eu lide com isso?
─ Simplesmente escolha pessoas próximas à nossa família e convide-as.
Fritz respondeu friamente. Não importa quão pouco sentido o mundo fizesse, isso era demais. Ele ficou desiludido com as pessoas.
─ A senhorita Laters mandou um presente ao duque.
A princípio, Fritz não sabia quem era. Só depois de considerar por um momento se havia uma família com esse nome, ele conseguiu lembrar quem era.
— Ah, é o sobrenome da Srta. Gretel.
Gretel Laters.
Ele ouviu isso quando foi falar com ela há um tempo atrás. Ela tinha um sobrenome único, então parecia um pouco envergonhada.
Laters era um vegetal com folhas doces e de sabor fresco. Fritz também adorava esse vegetal desde jovem.
Enquanto ria de Gretel, ela disse: ” Ok, pode rir. Não é curioso que o sobrenome de uma apotecária lembre o nome de um vegetal?’
Fritz não riu. Mas ele achou que o sorriso dela era bom de ver.
Fritz perguntou ao mordomo novamente, lembrando-se do tempo que passaram juntos daquela vez.
─ Que presente a Srta. Gretel enviou?
─ É uma caixa de folhas de chá e um buquê de flores
─ Flores?
As folhas de chá não eram desconhecidas. Foram o que ela serviu quando o chamou para tomar chá antes.
Ela disse que era um chá de ervas especial que ela fez. Ele o havia enviado de presente para Fritz porque ele disse gostar do sabor.
Mas e as flores?
─ São flores de urze branca.
─Flores de urze?
O mordomo olhou para ele e disse:
─ Pelo que eu sei, esta flor é enviada como condolências no oriente…
─ Eu sei.
Ele ouviu dizer que era uma flor de consolação para quem havia sofrido coisas tristes.
Talvez ela tivesse ouvido falar que seu pai havia morrido e enviado uma flor de condolências junto com o chá.
‘Ela tem uma natureza meticulosa.’
Gretel parecia uma pessoa apática, mas era surpreendentemente meticulosa.
Seria impossível fazer remédios cultivando ervas e melhorando com precisão sem ter um lado delicado.
─ Terei que retribuir. Prepare um convite.
─ Estará pronto imediatamente.
Fritz decidiu convidar Gretel para sua mansão.
Seria bom se a convidasse por um tempo em agradecimento por tudo que ela fez.
Ele pensou que poderia perguntar a Astella mais tarde que coisas Gretel gostava.