Como esconder o filho do imperador - Capítulo 158
—Onde está o investigador agora?
Astella perguntou a Fritz.
—Por enquanto, estou protegendo ele.
—Ele disse quem deu suas ordens?
O investigador do Imperador queria cooperar.
Seu oponente era o irmão mais velho da Imperatriz e ele não era alguém suspeito.
Ele não teve escolha a não ser dizer quem lhe deu a ordem de investigar, especialmente porque havia sido capturado pelo novo duque.
Fritz explicou a situação com um olhar perplexo diante da pergunta de Astella.
—Ele disse que estava investigando e me seguiu depois de me ver saindo da mansão. Ele negou supervisionar a senhorita Gretel.
—Então eles vão insistir nisso.
Eles vão negar que estiveram observando Gretel.
—Se ele fosse um investigador comum, eu poderia ter conseguido arrancar a informação dele de alguma forma, mas ele é investigador do Gabinete de Sua Majestade o Imperador, então o que devo fazer?
Fritz gemeu no final de seu discurso em um tom desconfortável. Astella ficou brevemente preocupada.
‘Velian o forçou a fazer isso?’
O inspetor do Imperador observava Gretel. Kaizen realmente não teria feito tal coisa.
Dito isto, nem Lyndon nem ninguém poderia monitorar Gretel sem as ordens de Kaizen.
Em primeiro lugar, poucas pessoas se interessariam pela apotecária da Imperatriz, pois estariam preocupadas com outras coisas.
Claro, o primeiro rosto que lhe veio à mente foi o assessor do imperador, Velian.
Isso é algo que Velian faria. Por ter participado da viagem, ele sabia que Astella se interessava por ervas.
Houve alguns eventos herbais inesquecíveis ao longo do caminho. Ele também sabia que ela tinha um relacionamento próximo com Gretel.
‘Deve tê-la investigado porque teve suspeitas sobre o caso.’
O incidente terminou num pequeno motim dizendo que o Imperador só tinha adoecido, mas muitos aspectos ficaram pouco claros devido à situação de quase guerra.
Alguns dos funcionários devem estar desconfiados. É claro que nem todas as pessoas ousariam descobrir a verdade.
Porém, Velian era uma pessoa que correria riscos para buscar informações sobre Astella.
‘Porque ele suspeita de mim a qualquer momento e desde o início.’
Tinha sido assim desde que ele revistou a bagagem de Astella no castelo durante a peregrinação.
Recentemente, ele até perguntou a Astella sobre seus casos.
Fazia apenas alguns dias desde que ela o avisou que ficasse fora de seus assuntos, mas isso estava acontecendo novamente.
Ao contrário do que se sabe, Kaizen foi realmente envenenado. Astella não podia dizer que as suspeitas de Velian eram ilusões infundadas.
Ela suspirou e respondeu a Fritz.
—Se ele é um investigador do Imperador, não podemos tocá-lo de qualquer maneira.
—É isso que eu estou dizendo…
—Vou contar a Sua Majestade sobre isso.
Afinal, Kaizen estava aqui. Ao ouvir as palavras de Astella, Fritz assentiu.
—Seria melhor deixar isso ao critério de Sua Majestade.
Fritz disse que enviaria o investigador de volta ao Palácio Imperial e foi embora.
Astella se despediu dele e foi até o local onde Kaizen o esperava.
Kaizen ainda estava olhando o livro de Astella em seu escritório.
Quando ela abriu a porta, ele ergueu os olhos.
—E o seu irmão?
—Ele voltou para a mansão.
—O que aconteceu?
Kaizen olhou para Astella com uma leve ansiedade. Ele estava preocupado porque Fritz veio de repente a este lugar no meio da noite.
— Não, não é grande coisa, mas…
Astella se aproximou dele e começou a explicar com cuidado. Ela contou a história de alguém invadindo a casa de Gretel até a parte de Fritz pegando um observador suspeito.
—Meu investigador fez isso?
Kaizen ficou surpreso antes que pudesse terminar sua explicação.
—Onde está agora?
—Fritz disse que devolverá o homem ao Palácio Imperial.
Kaizen perguntou novamente, como se tivesse notado algo ao ver o rosto duvidoso de Astella.
—Você está suspeitando de algo.
—Não há provas…
Astella hesitou um pouco e disse
—Acho que foi Velian.
—Velian está fazendo isso?
Astella contou a Kaizen tudo o que havia acontecido.
Desde o que aconteceu na viagem para a capital até o que aconteceu desta vez.
Depois de ouvir a história, Kaizen ficou com raiva novamente.
—Por que você não me contou isso?
Ela não achava que sairia uma boa resposta, mas foi uma reação mais intensa do que esperava.
Desde que ela disse que Velian havia bisbilhotado a bagagem de Astella, os olhos vermelhos se encheram de raiva.
Astella suspirou e o acalmou.
—Ele é secretário de Vossa Majestade. Teria sido uma grande comoção, então achei melhor apenas adverti-lo e seguir em frente.
—Mas mesmo assim…!
Kaizen parecia conter sua raiva. Ele suavizou a voz e fez uma promessa.
—Primeiro de tudo, tenho que investigar o que aconteceu, mas se for realmente Velian… vou puni-lo adequadamente.
Astella olhou para Kaizen e perguntou com cuidado.
—Se você não se importa, pode deixar isso comigo?
—Com você? O que vai fazer?
—Não acho que seja bom puni-lo com muita severidade.
De qualquer forma, o que Velian fez foi para o bem de Kaizen. Ele fez isso por excessiva lealdade a Sua Majestade, por isso era absurdo puni-lo com muita severidade.
Claro, suas ações não foram apenas por lealdade, mas também porque havia uma mistura de curiosidade e hostilidade em relação a Astella.
Astella contou a Kaizen seus pensamentos.
Kaizen lançou um olhar de desaprovação ao ouvir os pensamentos de Astella, mas no final concordou.
— Sim, faça o que quiser.
— Obrigada, Vossa Majestade.
Kaizen suspirou como se não pudesse evitar e largou o livro que estava lendo.
—Amanhã devo chamar a senhorita Gretel ao Palácio Imperial.
—Hein?
Ao ouvir as palavras de Kaizen, Astella ficou surpresa. Ela olhou para ele com curiosidade.
—Gostaria de recompensá-la por seu trabalho, bem como pedir desculpas pessoalmente pelo que aconteceu.
Essa era uma resposta inesperada. Astella olhou para ele por um momento e sorriu.
—Sim, Majestade, Gretel ficaria muito grata se você fizesse isso.
Astella ficou feliz por ele parecer ter se tornado amigável. O Kaizen do passado não teria pensado nisso com tanto cuidado.
Gretel, como benfeitora que salvou sua vida, teria recebido uma grande recompensa. Mas ele não teria se desculpado pessoalmente pelo que seu investigador havia feito.
Certamente ele teria enviado alguém para fazer isso e entregar a recompensa.
Assim como Astella mudou ao longo dos anos, ela sentiu que Kaizen também mudou um pouco conforme ele passava por várias coisas.
* * *
Na manhã seguinte, Astella foi até a estufa e tomou chá.
Antes de começar o trabalho formal, fazia uma pausa para organizar as coisas do dia. Depois do café da manhã, Theor se aproximou dela.
—Majestade.
—Quê?
Astella olhou para Theor surpresa com o título.
—Por que você me chama assim?
Theor respondeu, erguendo o queixo.
—De agora em diante, vou te chamar assim quando houver outras pessoas. Isso é boas maneiras.
—Sim, mas…
Astella sorriu amargamente e abraçou Theor. Ele cresceu um pouco mais nesses meses, mas ainda era pequeno.
—Então por que você não me chama de mãe agora?
—Hum…
Theor pensou nisso por um momento enquanto olhava em volta para Astella.
Os olhos vermelhos brilhavam à luz do sol que entrava pela janela.
— Eu te chamarei de mãe quando estivermos sozinhos.
Astella sorriu e colocou os lábios na testa de Theor. Uma empregada entrou depois de abrir a porta da estufa.
—Vossa Majestade, Velian gostaria de vê-la.
—Velian?
A empregada perguntou.
— Devo pedir que espere um momento?
— Não, vou vê-lo agora. Diga a ele para entrar.
Ela estava se perguntando por que tinha vindo aqui, pois deveria estar no palácio do imperador agora.
Depois de um tempo, Velian entrou na estufa, sem fôlego.
—Vossa Majestade a Imperatriz…
Astella, que ainda abraçava Theor, perguntou com um olhar curioso.
—Lord Velian? O que está acontecendo?
—Bem, isso é…
Velian não conseguiu responder e engoliu em seco. Ele próprio não tinha nada a dizer porque não sabia por que estava ali.
Assim que entrou no palácio esta manhã, percebeu que as coisas estavam ruins.
‘O pesquisador que espionava a apotecária foi capturado.’
Ele não conseguia acreditar que foi o próprio Imperador quem investigou isso.
No final do dia, eles descobririam que foi Velian quem ordenou isso.
Ao saber que o investigador havia sido levado, Velian correu em direção a Astella.
Foi um comportamento quase instintivo. Porque neste momento a única pessoa que poderia ajudá-lo era Astella.
— Olá.
Theor fez um gesto alegre ao ver Velian depois de muito tempo.
— Eu cumprimento o príncipe herdeiro.
—Theor, você pode dizer a Hannah para ir fazer um chá?
Theor olhou para Astella e Velian e depois se levantou.
—Sim, majestade.
—Bom.
Até recentemente, não importava quem estava lá ou não, ele a chamava de mãe.
Foi fofo e um pouco engraçado vê-lo agindo de forma tão educada na frente de Velian.
Embora se sentisse um pouco decepcionada com o crescimento do menino, Astella se virou para Velian, desviando o olhar de Theor.
—Então, Lord Velian. O que está acontecendo?
Em vez de responder, Velian perguntou com uma voz patética.
—Vossa Majestade, não sabe o que está acontecendo?
Claro que ela sabia exatamente o que estava acontecendo.
— Eu sei, mas o que não sei é porque você está aqui.
—Vossa Majestade, sabe em que situação estou agora e não tem simpatia?
Astella olhou para ele como se não conseguisse entender.
—Por que eu deveria simpatizar com você?
—Isso, isso…
Velian tentou dizer alguma coisa, mas sua boca estava impotentemente fechada.
Na verdade, não havia nada a dizer.
Não havia razão para Astella simpatizar com ele.
— Sinto muito, Majestade. Fui muito rude com a Imperatriz.
Velian pediu desculpas pelo que estava acontecendo e levantou a cabeça novamente.
—Mas enquanto isso, eu…
Velian ficou em silêncio novamente.
‘No entanto, tenho trabalhado muito para a Imperatriz…’
Ela presumiu que ele estava tentando dizer algo assim.
Mas ele não fez nada por Astella. Ele não parecia ser capaz de encontrar palavras para continuar.
Astella olhou para ele e falou friamente.
—Já não é ruim o suficiente você ter espionado Gretel sem motivo, quando ela não fez nada?