Como esconder o filho do imperador - Capítulo 154
Este jovem cavaleiro da guarda estava encarregado de defender o palácio em ruínas.
O duque de Reston perguntou assim que o viu.
─ Você perguntou a Sua Majestade quanto tempo ele vai me manter aqui?
O jovem cavaleiro olhou para ele distraidamente e respondeu com indiferença.
─ Como falei pela manhã, as ordens ainda não chegaram.
Ele já ouviu a mesma resposta cerca de 100 vezes.
Claro, a outra parte também ouviu a mesma pergunta inúmeras vezes nos últimos dias. Era isso que o duque lhe perguntava sempre que o via.
Mas não importa quantas vezes ele perguntasse, continuava recebendo a mesma resposta.
─ Vão me deixar aqui e me matar de fome?
─ Se a comida não te satisfazer, trarei mais.
─ Não é isso!
O duque jogou fora as sobras.
O cavaleiro ainda estava olhando para ele com uma expressão mal-humorada.
Ele não estava interessado no que o duque disse. Na verdade, não podia fazer nada quanto a ordens inexistentes.
─ Vou chamar um criado para limpar.
O jovem cavaleiro virou-se como se não tivesse mais nada a dizer.
O duque o deteve apressadamente enquanto tentava pensar em alguma coisa.
─ Diga à Imperatriz que tenho algo para contar a ela.
─ A sua majestade?
O duque cerrou os dentes e respondeu.
─ Sim, minha filha, a Imperatriz.
Embora seu pai estivesse detido em um lugar como aquele, ela não tinha vindo vê-lo.
Ao pensar em Astella, sentiu um puxão desagradável que o impediu de dormir.
‘Astella parece estar silenciosamente tentando se livrar de mim e enterrar o que aconteceu.’
Ele não sabia porque o Imperador permitiu isso, mas o Duque não estava preparado para morrer tão facilmente.
─ Preciso falar com ela. É sobre minha família.
O duque tirou um anel do dedo e entregou-o ao soldado que estava parado de braços cruzados.
─ É importante, então me faça um favor.
O cavaleiro abriu as palmas das mãos e olhou para o anel que lhe foi entregue.
As joias pretas do anel pareciam muito caras.
Estava nas mãos de um duque, então devia valer uma fortuna.
No entanto, ele não queria que uma pessoa presa lhe subornasse dessa forma. Se algo desse errado, ele seria punido por isso.
Lyndon, o capitão dos Cavaleiros da Guarda, era muito rígido quanto a isso.
─ Você não precisa me dar algo assim.
O jovem cavaleiro deixou sobre uma mesa o anel que o duque lhe dera. Quando o preso estava prestes a fazer uma careta, ele continuou.
─ Porém… contarei à Imperatriz o que acabou de dizer.
Ele achou que deveria fazer isso. De qualquer forma, ele não sabia o que iriam fazer com o duque.
Mesmo assim, acreditou que estavam sendo muito duros com o Duque, porque ele era o pai da Imperatriz.
* * *
Astella virou cuidadosamente o papel gasto e desbotado.
Era um antigo livro de ervas da biblioteca subterrânea. Era tão antigo que toda vez que ela tocava nele levantava muita poeira.
Depois de ler atentamente o último parágrafo da última página, Astella suspirou e guardou o livro.
─ Aqui também não.
Gretel, do lado oposto, também largou o livro que estava lendo.
─ Nada aqui.
As duas se olharam nos olhos, decepcionadas. Astella estava trabalhando com Gretel para descobrir qual era o veneno de Kaizen.
No entanto, não importa o quanto procurassem dados, não conseguiram encontrar nenhuma informação.
─ Quero pensar que seria melhor se eu questionasse meu pai.
Gretel balançou a cabeça quando ouviu a voz de Astella.
─ Não funcionará a menos que ele saiba quais ervas eles usaram.
Quando Kaizen desmaiou, Astella foi em busca de seu pai e perguntou. Ela perguntou cuidadosamente o quanto sabia sobre esse veneno, mas seu pai parecia saber muito pouco.
Ele disse que só tinha ouvido falar que era um veneno obtido com dificuldade no Sul e que não tinha antídoto.
─ De agora em diante, a única esperança que existe é tentar obter mais ervas desintoxicantes?
Astella tirou o mapa Imperial de uma pilha de papeis.
─ Talvez eu possa encontrar mais plantas de desintoxicação em outras regiões.
Ela pensou em ir para outra área e procurar ervas medicinais. Claro, como Imperatriz, seria impossível ela ir para lá.
Gretel tranquilizou Astella, que verificava ansiosamente o mapa.
─ O novo Duque também está procurando, então não se preocupe muito. Também tentarei descobrir onde estão.
Astella acenou com a cabeça quando ouviu. Fritz estava procurando pessoalmente mais pessoas para enviar e procurou oficialmente a erva de desintoxicação por meio de autoridades locais.
Mesmo que demorasse, era o melhor que podiam fazer por enquanto.
─ Gretel é quem tem tido problemas com isso. Acho que tornei sua vida muito difícil.
─ Não diga isso.
Gretel sorriu.
─ Claro que vou ajudar. Isto é para Vossa Majestade.
Ela acrescentou como se fosse um segredo.
─ Claro que é pelo bem do pai do Theor, então estou trabalhando muito duro… Ah, me desculpe, eu não deveria ousar dizer algo assim…
Gretel pediu desculpas de boca fechada, como se tivesse cometido um erro.
Astella sorriu tranquilizadoramente.
─ Está tudo bem, podemos conversar confortavelmente enquanto nós duas estamos sozinhas.
Astella olhou pela janela. De repente, era meia-noite.
─ Você tem me acompanhado até tarde todos os dias sem reclamar. Vamos voltar e descansar hoje.
Astella convenceu Gretel, que disse que estava tudo bem, a ir embora também.
Saíram juntas pela porta dos fundos do Palácio da Imperatriz. O cavaleiro que guardava a porta olhou para elas um pouco surpreso.
Astella ordenou a ele.
─ Chame uma carruagem.
Ela disse-lhe para pegar a carruagem e ir para casa. Gretel colocou o rosto para fora da janela da carruagem e despediu-se.
─ Apresse-se e durma. Volto amanhã.
─ Sim, estarei esperando.
Depois de se despedir de Gretel, Astella voltou ao escritório. As luzes do lustre e a lenha da lareira iluminavam o quarto escuro.
Theor já havia adormecido e Kaizen disse-lhe que passaria a noite no Palácio do Imperador porque estava muito atrasado no trabalho.
Hanna também devia estar cansada, então Astella a mandou dormir cedo.
Apenas Astella permaneceu. Ela passava a noite pesquisando ervas e depois ia dormir.
Ainda havia muitos livros e dados para examinar.
Astella ficou em frente à mesa e lentamente virou uma folha de papel com a foto de um fitoterápico.
Algo tocou a mão que virava a folha de papel. Astella ficou surpresa e se virou rapidamente, e Kaizen que estava olhando para ela começou a rir.
─ Vossa Majestade?
─ Ah. Devo ter realmente surpreendido você.
Ele deu um passo para trás e agarrou Astella pelo pulso. Ela ficou mais surpresa e acalmou seu coração palpitante.
─ Quando veio?
─ Acabei de entrar.
Talvez ele estivesse na biblioteca enquanto ela saía para se despedir de Gretel.
Parece que ele estava se escondendo há um tempo para poder provocá-la deliberadamente.
─ Então você está zombando de mim…
Mesmo que Astella tenha lhe dado uma bronca, ele sorriu um pouco.
─ Sinto muito. Eu não estava realmente me escondendo. Fui para o quarto ao lado por um tempo para olhar os livros e adormeci lá.
Astella fechou a boca com o comentário. Havia uma pequena sala de descanso no escritório.
Astella estava escondendo os dados sobre as ervas ali.
Ele pensou que Kaizen ficaria preocupado se os visse e, como esperado, ele suspirou ao ver a imagem que Astella estava observando.
─ Você seguiu nisso até tarde da noite.
─ Faço isso por hobby, porque não tenho nada para fazer…
Astella deu uma desculpa com uma voz incerta.
─ Você não precisa se exigir assim. O médico imperial também está pesquisando. Ele disse que eu ficaria bem pelos próximos 10 anos.
O médico do Imperador não sabia nem dizer que veneno era aquele. Astella não tinha muita fé nele, e murmurou baixinho em vez de refutar.
─ Não sabemos o que acontecerá daqui a 10 anos.
Ele podia se sentir mal novamente em alguns anos.
Nada era certo nesta situação.
─ 10 a 15 anos serão suficientes.
Kaizen cobriu o livro que Astella olhava com indiferença.
─ Eu só tenho que sobreviver até que Theor cresça.
Ao ouvir essas palavras, Astella olhou diretamente para ele.
─ Por que você diz isso?
Ele não podia acreditar que ele estava apenas mantendo sua vida para poder governar o Império que deixará para seu sucessor.
Isso não era muito duro?
Astella sentiu dor ao pensar que a vida de Kaizen havia sido reduzida. Tudo isso foi mais doloroso porque era responsabilidade dela.
Astella baixou o olhar e suprimiu sua emoção crescente.
─ Astella…
Kaizen deu um passo à frente, como se quisesse consolá-la.
─ Nada disso é culpa sua.
Uma mão quente pegou a dela e acariciou suavemente as costas da sua mão.
Astella levantou lentamente a cabeça. Kaizen estava tão perto que ela podia sentir sua respiração.
Seu rosto brilhava à luz da lareira. Na atmosfera calma, os olhos das duas pessoas se encontraram.
Kaizen agarrou cuidadosamente o ombro dela. Seus olhos vermelhos estavam cada vez mais próximos.
Pouco antes de seus lábios se tocarem, Astella fechou os olhos.
Toc toc.
No entanto, as batidas de seu coração terminaram em um instante devido às batidas que foram ouvidas do lado de fora.
Astella recuou apressadamente.
─ Vossa Majestade a Imperatriz.
Um criado abriu a porta e entrou. Ao olhar para Kaizen, ela inclinou a cabeça surpresa.
─ Vossa Majestade o Imperador…
─ O que está acontecendo?
─ Um cavaleiro veio do palácio abandonado.
No palácio onde seu pai, o duque de Reston, estava trancado. Astella não tinha notícias dele nos últimos dias.
O servo olhou para as duas pessoas e disse um pouco desconfiado.
─ Dizem que há algo que ele quer contar a Sua Majestade a Imperatriz.
O olhar de Kaizen se voltou para ela.
─ Diga a ele que eu não vou.
Astella recusou sem problemas.
─ Eu não quero ouvir.
Astella não conseguia perdoar o pai pelo que ele fez a Kaizen.
* * *
Gretel deixou o palácio em uma carruagem. As ruas estavam cobertas de lanternas brilhantes.
Inúmeras pessoas ainda andavam. Isso porque a festa da colheita, que foi suspensa por um tempo, foi retomada.
Também divulgaram a suposta doença do Imperador, mas a maioria não a levou a sério.
Isso porque ele se recuperou em poucos dias e o festival da colheita continuou.
O imperador supostamente ficou doente por algum tempo durante o festival da colheita e voltou do descanso.
‘Poucas pessoas realmente sabem o que aconteceu.’
A própria Gretel foi uma das que compartilhou o segredo.
‘No passado, eu teria evitado me envolver em algo tão grande.’
Mas foi um pedido feito por Astella, então ela teve que fazer o seu melhor para ajudar.
Quando soube do nascimento de Theor, sentiu pena de Astella.
Felizmente, parecia que as coisas estavam bem agora.
A carruagem parou em frente ao albergue onde ela estava hospedada.
─ Obrigada pela viagem.
Gretel agradeceu ao cavaleiro, abriu a porta e entrou.
Ela rapidamente entrou para se lavar e descansar, mas de repente um livro empilhado em sua mesa chamou sua atenção.
‘Hum?’