Como esconder o filho do imperador - Capítulo 152
Kaizen começou oficialmente a trabalhar naquele dia pela manhã.
Todos os seus subordinados tinham uma expressão perplexa, mas Kaizen os ignorou enquanto perguntavam como estava sua condição física. Ele precisava cuidar do atraso de trabalho e esclarecer todo o assunto relacionado ao incidente.
O tempo voou enquanto estava ocupado.
Era uma manhã iluminada. Ele disse que voltaria antes do café da manhã.
Ele prometeu a Astella que voltaria depois de tratar de assuntos urgentes.
Astella pediu que ele voltasse depois de fazer apenas o que realmente precisava ser feito para ter certeza de que ele não exageraria.
Kaizen não queria preocupar Astella, pois havia um carinho caloroso em seus olhos.
‘Astella salvou minha vida sem hesitação.’
Cada vez que pensava nos últimos dias, ele ficava profundamente comovido.
Astella desistiu da chance de se tornar imperatriz regente e salvou a vida de Kaizen.
Podia não ser um amor intenso, mas foi um ato que não poderia ser realizado sem carinho e confiança.
‘Isso significa que posso ter um pouco de esperança?’
Kaizen entrou no palácio da imperatriz com tal pensamento. Queria ver Theor depois de muito tempo.
Quando ele entrou no Palácio da Imperatriz, as criadas curvaram-se diante dele. Astella estava com Fritz.
‘Eles estão falando sobre o Duque?’
Kaizen foi ver Astella com um pouco de ansiedade. Ao abrir a porta da sala, viu Astella e Fritz.
─ Astella.
Nesse momento, Theor, nos braços de Astella, chamou sua atenção.
O menino olhou para ele com um olhar quase chocado.
Quando Kaizen entrou no escritório, os jovens servos, incluindo Velian, responderam de forma semelhante.
Todos estavam congelados como esculturas de gelo, como se tivessem visto um fantasma.
Foi porque não foram informados de que ele havia se recuperado.
A reação de Theor foi um pouco mais dramática.
Assim que Kaizen entrou na sala, os olhos de Theor se arregalaram e ele endureceu como uma estátua de pedra.
Kaizen abordou Theor primeiro.
─Theor.
Theor, que piscou inexpressivamente, deu um passo à frente. Ele então correu em direção a Kaizen como se tivesse percebido tardiamente que a cena era real.
─ Pai!
Kaizen abraçou Theor com um olhar perplexo. O que ele acabou de dizer?
Kaizen não conseguia acreditar no que ouviu. Theor soluçou com o rosto enterrado nos braços de Kaizen.
─ Huu.. huu… Pai…
Desta vez, a palavra ‘pai’ foi ouvida claramente. Ele ficou sem palavras ao ouvi-la pela primeira vez. Kaizen endureceu com um olhar mais rígido do que os oficiais que acabara de ver.
─Theor…
Enquanto isso, ele deu um tapinha em Theor com uma das mãos para acalmá-lo. Fritz, que estava ao lado de Astella, pareceu igualmente surpreso.
Apenas Astella estava sorrindo com a reação confusa de Kaizen. Quando Sua Majestade estava inconsciente, Theor também o chamou de pai.
Astella disse que Theor estava chorando quando viu Kaizen em tão mau estado.
Ela também contou a ele como foi a primeira vez que o chamou de pai. Até aquele momento, Theor teimosamente aderiu ao título de “Sua Majestade”.
No entanto, ao ver Kaizen que havia perdido a consciência, ele parecia estar preocupado que algo pudesse dar errado.
Kaizen segurou o corpo pequeno e macio da criança nos braços.
Foi o momento em que o muro construído entre eles desabou e Theor finalmente o reconheceu como seu pai.
O pequeno corpo em seus braços era tão precioso.
─ Theor, me desculpe por te preocupar.
Theor ergueu ligeiramente a cabeça e, fazendo contato visual com ele, perguntou.
─ Não está doendo agora?
Seus olhos estavam vermelhos e lacrimejantes.
─ Sim, está tudo bem agora.
Kaizen enxugou as lágrimas dos olhos do menino com os dedos.
─ Não fique mais doente.
─ Sim, sim… não deveria te preocupar mais.
Kaizen colocou seus lábios suavemente na testa de Theor. Ele podia sentir o cheiro doce e adorável da criança. Um sentimento de felicidade e carinho surgiu nele.
Ele se arrependeu de ter feito seu filho se preocupar assim. Astella, que estava olhando para os dois, se aproximou de Theor.
─ Theor, venha aqui. Vossa Majestade não deveria carregar peso ainda.
Após o encontro emocionante, os três tomaram café da manhã juntos.
Também convidaram Fritz para almoçar, mas após uma longa ausência, ele voltou ao escritório, desculpando-se por não querer atrapalhar a reunião familiar.
Após terminar a refeição, Kaizen saiu novamente, prometendo a Theor que retornaria à tarde.
Astella o seguiu para se despedir dele. Kaizen trouxe à tona o assunto que eles estavam evitando.
─ Seu pai está no palácio abandonado. Se você quiser vê-lo, pode ir.
─ Obrigada, mas acho que não vou.
Kaizen sentiu pena de Astella. Apesar de tudo, para ela, o duque de Reston era seu pai biológico.
Não importa quão ruins sejam os pais, se eles morrerem, o coração pode ficar um pouco em conflito.
─ Astella.
Kaizen parou no portão do Palácio Imperial. Astella também parou de andar com ele.
Ele hesitou por um momento e então envolveu a mão dela na sua.
─ Não lute mais sozinha. Me diga se algo acontecer.
─ …
Astella olhou para ele sem dizer uma palavra. Kaizen estava a menos de um passo de distância.
Havia um aroma e um calor familiares que se transmitiam pelo contato das mãos.
O incidente foi um pesadelo, mas também despertou muitos sentimentos sobre seu relacionamento com Kaizen.
Parecia mais suave.
Ela podia sentir seu coração batendo rapidamente a ponto de se sentir envergonhada toda vez que ele chegava tão perto dela.
─ Estou preocupado porque acho que você está se esforçando demais.
Astella removeu cuidadosamente a mão e mudou de assunto.
─ Ouvi dizer que o antídoto que recebemos do Sul chegará em um ou dois dias. Quando a erva chegar, um novo lote de remédio será feito.
O veneno no corpo de Kaizen não foi completamente eliminado.