Como esconder o filho do imperador - Capítulo 151
Felizmente, a situação terminou mais facilmente do que o esperado.
Os soldados ordenados pelo duque, invadiram a cidade, mas todos foram presos pela divisão de crise que esperavam antecipadamente.
Quase ao mesmo tempo, alguns homens armados atacaram a carruagem de Serbel, mas ele não estava lá.
Em vez disso, os cavaleiros Lamberg, que estavam disfarçados, derrotaram-nos e agarraram-nos a todos e arrastaram-nos para o Palácio Imperial.
Foi tudo em uma noite.
Aconteceu pouco mais de um dia depois de Astella ter sua reunião privada com o duque de Reston.
Astella recebeu um relatório da situação ao lado de Kaizen.
─ Tudo correu bem.
Kaizen acenou com a cabeça satisfatoriamente após receber o relatório de Lyndon.
Lyndon respondeu com confiança.
─ O Barão Markburn, que deu ordens à guarda, e o comandante que enviou os soldados da guarda foram presos.
─ Prenda todos os outros nobres envolvidos. Como eles ousam atacar meus Cavaleiros enquanto estou mal?
Havia raiva na voz de Kaizen. Desta vez, parecia que ele iria se livrar de todos que o traíram.
Claro, os nobres pensavam que o imperador estava morrendo. Ou pelo menos ficaram do lado do duque de Reston quando ele lhes disse que ele tinha uma doença fatal.
Kaizen perguntou, seus olhos encontrando os de Astella.
─ E o Duque de Reston?
Lyndon olhou para Astella e disse:
─ Mandei Sir Serbel até a casa do duque e disse-lhe para trazê-lo em silêncio.
Oficialmente, isso será tratado como uma tentativa dos nobres de atacar os Cavaleiros durante a doença do Imperador.
Kaizen planejou manter o duque de Reston o mais longe possível da situação. Mesmo que seu nome pudesse sair da boca de outros aristocratas, ele o trataria como se estivesse apenas envolvido no plano, assim como todos os outros.
Não era algo impossível. Poucas pessoas sabiam da tentativa de envenenamento.
A maioria das pessoas apenas sabia que o imperador estava doente, como anunciou Astella.
─ Sim, muito bem. Pode sair.
Tendo estado sentada em silêncio e ouvindo a conversa, Kaizen perguntou depois que Lyndon se foi.
─ Você não contou a Velian. Não explicou a situação para ele.
Astella hesitou.
─ Isso é…
Ela deixou o final de suas palavras morrer. Kaizen sentiu como se tivesse sido apunhalado nas costas.
‘Ela sentiu que não podia confiar em Velian.’
Velian era leal ao Imperador, mas também estava do lado da facção Imperial.
Ele estava em alerta máximo em face de Astella, filha da família Reston. Kaizen parecia entender tudo o que ela estava pensando.
─ Você não precisa contar a ele o que está pensando, e ele não precisa saber todos os detalhes.
À primeira vista, Kaizen parecia pensar em Velian como apenas um secretário que fazia bem o seu trabalho.
Astella se levantou, engolindo um sorriso, e caminhou até ele.
─ Está se sentindo bem?
Já se passaram pouco mais de dois dias desde que Kaizen acordou. A erva adicional, que deveria ser trazida do sul, ainda não tinha chegado.
Mesmo que a toxicidade ainda permanecesse no seu corpo, Kaizen não descansou, por causa de tudo o que havia acontecido.
─ Estou bem. Mas agora você parece mais cansado do que eu.
Kaizen falou, um pouco preocupado. Astella sorriu em vez de responder.
─ Theor ficará encantado em saber que Vossa Majestade está acordado.
Kaizen ficou no quarto como se estivesse doente. Astella não contou a Theor, que também estava no Palácio da Imperatriz, que Kaizen se recuperou.
─ Ele devia estar muito preocupado também.
─ Claro. Ele chorou quando viu você.
─ Ah…
Kaizen franziu a testa ansiosamente.
Astella ficou brevemente em dúvida se devia contar a ele que Theor o havia chamado de papai.
Mas ele decidiu não fazê-lo.
‘É melhor ele ouvir diretamente.’
Se ele vir Theor pessoalmente e ouvir a palavra pai, Kaizen ficará encantado em receber um presente inesperado.
─ Tem certeza que está bem?
A voz de Kaizen se aproximou com muito cuidado. Astella entendeu as palavras por trás do que ele disse.
‘Eu realmente vou matar seu pai desta vez.’
Ele parecia preocupado com Astella.
─ Eu não me importo.
Astella respondeu calmamente. Não sentiu nenhuma tristeza ao falar da morte do seu pai biológico.
Por um lado, também havia um sentimento amargo.
─ Eu não sinto nada. Se as coisas tivessem dado errado ou se ele não precisasse de mim, ele também teria me matado.
* * *
O duque de Reston bebia chá em seu escritório.
─ Tudo ficará bem agora.
Ele enviou um homem no dia anterior para verificar a localização de Serbel e espionar a cidade onde os cavaleiros estavam escondidos.
Como lhe disseram, Serbel trouxe secretamente mais soldados e escondeu alguns deles nos subúrbios da capital.
Tudo estava como Astella havia lhe contado.
‘O jovem é astuto.’
O duque de Reston enviou seus capangas para destruir Serbel imediatamente.
A invasão dos cavaleiros que esperavam perto da capital foi confiada a outro nobre.
Antes de Fritz se tornar Ministro do Interior, o duque era próximo do Visconde Bürgen, que foi o anterior Ministro do Interior.
Ele tinha conexões entre os comandantes da Guarda Capital, então conseguiu separar alguns soldados para essa emergência.
Foi possível porque Fritz não estava no cargo há muito tempo e não mudou os comandantes das forças de segurança.
Por outro lado, ele deixou o ataque de Serbel para seus capangas. Não podia dar ordens formais aos cavaleiros pertencentes ao duque, então teve que deixar isso para seus homens, que agiam como suas mãos e pés.
Até soldados de outras famílias foram enviados.
‘Isso é estranhamente perturbador.’
À noite, o duque de Reston sentiu uma estranha ansiedade.
─ Você já ouviu notícias?
─ Não, ainda não…
Deveriam ter chegado notícias agora. De qualquer forma, alguém deveria ter entrado em contato, mas era estranho que ambos os lados estivessem quietos.
Depois de ficar angustiado, o duque ordenou novamente ao seu capanga.
─ Envie alguém novamente para descobrir o que está acontecendo.
Neste momento, um som agudo começou a vir do corredor.
À primeira vista, parecia que muitas pessoas haviam entrado na mansão. O duque, de repente, largou a xícara de chá e levantou-se.
─ O que está acontecendo?
Naquele momento, o velho mordomo abriu a porta e entrou correndo. Ele fechou a porta apressadamente e gritou.
─ Duque, os cavaleiros do Imperador estão aqui!
─ Os cavaleiros do imperador?
‘Por que os cavaleiros do imperador estão aqui?’
O duque de Reston fez uma pausa ao ouvir isso e permaneceu firmemente em seu lugar.
Os passos altos vieram rapidamente.
Sem parar para escapar, a porta se abriu e jovens cavaleiros entraram.
Havia alguém familiar na frente. Era Serbel, o capitão dos cavaleiros de Lamberg.
─ Duque, Sua Majestade ordenou que eu viesse.
Com a voz calma de Serbel, o duque ficou pasmo. Há poucas horas ele enviou pessoas para atacá-lo, mas Serbel apareceu na sua frente em boa forma.
Mas o que foi ainda mais surpreendente foram as palavras da “ordem do Imperador” ditas pela boca de Serbel.
O duque de Reston murmurou distraidamente, esquecendo-se da saudação formal.
─ O Imperador… está vivo?
Serbel respondeu com um olhar frio.
─ Sua Majestade nos pediu para levá-lo ao Palácio Imperial agora mesmo.
O duque o ouviu com um olhar vazio.
O homem ao lado do duque tentou segurar a espada, mas os homens que seguiam Serbel eram muito mais rápidos. Num instante, várias lâminas apontaram para os dois.
O duque de Reston conseguiu se recompor e perguntou fracamente.
─…O Imperador está bem?
Serbel respondeu como se fosse algo natural.
─ Sua Majestade está recuperando suas forças e lidando com tudo no Palácio Imperial.
─ …
O duque de Reston compreendeu a situação tardiamente.
‘Astella me traiu.’
Ele percebeu por um momento o que estava acontecendo. A raiva estava acima de sua cabeça.
─ Aquela cretina falsa…!
─ Duque, se ofender Sua Majestade a Imperatriz, temo que mesmo meus cavaleiros e eu não teremos o menor respeito por você.
Serbel avisou severamente. Isso significava que se ele continuasse dizendo isso, seria considerado um criminoso comum.
O duque de Reston gritou como se estivesse atordoado.
─ Ela está louca? Se eu me tornar um traidor, ela e o príncipe herdeiro não estarão seguros.
─ Você está errado. Sua Majestade deu ordem para punir os nobres por atacarem os Cavaleiros. Isso não tem nada a ver com traição. Também é irrelevante para você, duque.
O duque de Reston olhou para ele com um raro olhar estúpido. Não conseguia entender do que se tratava.
─ Então, que posição estou assumindo?
Serbel deu uma resposta atrevida sem pestanejar.
─ Vou levá-lo ao Palácio Imperial por um tempo pelo incidente causado.
─ Sim…
Só quando o duque de Reston percebeu o que o imperador e Astella estavam tentando fazer com ele. E porque Astella estava disposta a atacar os Cavaleiros.
Fez isso para esconder a tentativa de envenenamento.
Mas era tarde demais para perceber isso. As espadas dos cavaleiros estavam sobre ele.
Não havia para onde correr.
* * *
Só na manhã seguinte Astella ouviu a notícia de Fritz, que entrou no Palácio da Imperatriz.
─ Então para onde o levaram?
─ Por enquanto, ouvi dizer que o trancaram dentro do Palácio em ruínas.
A voz de Fritz estava cheia de sentimentos confusos. A palavra “por enquanto” significa que ele não sabia o que aconteceria com seu pai no futuro.
Desde a noite passada, o interior do palácio ficou barulhento.
Porque a nobreza envolvida neste assunto foi arrastada para um só lugar. Kaizen voltou ao palácio do imperador antes mesmo do amanhecer.
─ Vossa Majestade, o Príncipe Herdeiro está aqui.
Hannah bateu brevemente na porta e entrou com Theor.
Theor, ainda meio dormindo, abraçou o ursinho e foi até Astella.
─ Theor, você acordou cedo.
─ Sim. Panqueca me acordou.
─ Olá, tio Fritz.
─ Vossa Alteza Real o Príncipe Herdeiro.
Fritz enxugou as lágrimas tristes dos olhos e sorriu para Theor.
Theor, nos braços de Astella, colocou a cabeça para fora e perguntou.
─ Posso ir para o quarto de sua majestade hoje?
Theor falou do quarto onde Kaizen estava. Ele perguntava se poderia ir ver Kaizen todas as manhãs.
Astella repetidamente dizia ao menino que ele precisava descansar. Mas hoje foi um dia em que não precisou mentir daquele jeito.
─ Não, Sua Majestade virá ver Theor hoje.
─ Sério?
─ Sim. Sua Majestade foi trabalhar de madrugada. Ele disse que iria ver Theor pela manhã.
Kaizen disse que passaria ali antes do café da manhã.
Ainda faltava um pouco para a refeição, mas depois de um tempo, Kaizen voltou ao Palácio da Imperatriz.
Ele encontrou os dois e entrou na sala de descanso.
Kaizen, com um olhar um pouco complicado, parou diante de Theor nos braços de Astella.
Kaizen sorriu e se aproximou de Theor.
─Theor.
O menino, paralizado como se não pudesse acreditar no que tinha visto por um momento, correu em sua direção.