Como esconder o filho do imperador - Capítulo 137
O duque perguntou.
─ Existe algum outro evento?
Um festival da colheita não podia terminar sem um evento.
Como esperado, o subordinado deu a resposta.
─ Eles vão ter um torneio de espadas em vez de uma competição de caça.
─ Torneio de espadas?
─ Dizem que o imperador decidiu assim.
Um torneio de espadas.
O plano programado pelo duque necessitava de uma competição de caça.
‘Vou ter que pensar em outra maneira.’
O próprio Imperador não iria participar do torneio de espadas.
Não tinha chance de ele assassinar Kaizen em tal evento.
Embora houvesse um sentimento de frustração, o duque não desistiu facilmente.
Ao contrário de antes, haveria servos e servas do palácio para ajudá-lo.
Astella expulsou a maioria deles, mas houve quem ficasse.
Ele tinha que fazer disso um sucesso antes da cerimônia de sucessão de Fritz.
Dessa forma, ele poderia manter seu título e realizar seu desejo há muito acalentado.
* * *
No dia seguinte, Astella foi fazer um piquenique depois de muito tempo.
Mesmo que fosse chamado de piquenique, eles só iriam ao antigo jardim no extremo nordeste do palácio.
Tanto Kaizen quanto Astella tinham trabalho a fazer, então queriam começar cedo, mas só saíram depois do meio-dia.
O jardim no nordeste era uma floresta densamente arborizada. Havia também um pequeno lago.
Na verdade, dizia-se que este local era uma antiga prisão para criminosos.
Talvez por isso houvesse tanto mato, porque os empregados não cuidavam deste lugar.
Mas era estreito e limpo, e a vegetação rasteira enchia o lugar o suficiente para ser chamado de jardim.
Era como um parque selvagem.
O grupo estendeu cobertores no terreno plano e comeu lanches simples.
Felizmente, o tempo estava ensolarado.
A forte luz do sol adicionou uma luz brilhante às folhas verdes frescas do jardim.
Astella, de repente, se lembrou do dia em que fizeram um piquenique juntos na Floresta Dentz.
Choveu tanto que eles não conseguiram nem andar naquele dia.
O tempo estava tão bom hoje que seria um desperdício ficar no palácio.
─ Eu quero ir para a lagoa!
Theor levantou-se da cadeira assim que conseguiu esvaziar o copo de suco.
Astella avisou Theor.
─ Theor, você não deveria ir longe sozinho.
Os soldados vigiavam a área, mas havia muitos locais onde a visão poderia ser perdida devido à grande quantidade de grama espessa.
─ Não se preocupe, Vossa Majestade. Eu irei com sua alteza.
Hannah pegou a mão de Theor e eles caminharam juntos pela floresta.
Depois que o menino foi embora, não havia nada que os adultos pudessem fazer.
Depois de um tempo, Kaizen também se levantou.
─ Vamos caminhar também?
Astella desceu o caminho gramado do jardim com Kaizen e seu avô.
Enquanto caminhavam pela floresta, Astella ocasionalmente arrancava a grama que crescia.
Kaizen, que estava observando Theor brincar, se aproximou após notar Astella.
─ O que você está fazendo?
Kaizen olhou para as ervas nas mãos de Astella e disse como se não conseguisse entendê-la.
─ Por que você está coletando ervas? Agora você pode obter essas ervas a qualquer hora, certo?
Como disse Kaizen, ervas medicinais podiam ser obtidas a qualquer momento, mediante pedido.
Agora ela não precisava procurar ervas com as próprias mãos.
Mas antes, ela vinha para a floresta e arrancava o mato, e parece que isso se tornou um hábito.
─ Eu gosto de fazer isso.
Virando-se casualmente, Kaizen franziu a testa. Astella acrescentou com um sorriso.
─ Pense nisso como um hobby.
Astella estendeu a mão para colher as flores amarelas dos arbustos.
Antes que ela pudesse alcançá-las, outra mão as arrancou.
Kaizen, que a seguiu, arrancou a flor que estava mais distante de Astella.
Ele removeu a sujeira das pétalas e as entregou a ela.
─ Obrigada.
─ O que é isso?
─ É uma flor Indis. Se você beber com chá, poderá dormir profundamente.
Kaizen hesitou com o comentário.
─ Você tem insônia?
─ Talvez por causa de muitos problemas, ocasionalmente não consigo dormir. Embora não chegue ao ponto de ter insônia.
Kaizen não respondeu.
Houve um momento de silêncio entre os dois.
Depois de alguns minutos caminhando na grama, Kaizen perguntou, de repente.
─ Você sente falta da época em que morava no interior?
Astella virou-se para Kaizen.
Embora ele estivesse sob a luz solar intensa, seus olhos vermelhos pareciam particularmente escuros.
─ Acho que sim.
Enquanto ela vivia no campo, embora tenha sido muito cansativo, os dias eram tranquilos.
Porque desde que o problema da alimentação fosse resolvido todos os dias, não havia com o que se preocupar.
Seu maior problema era fazer roupas novas para Theor e pensar em como comprar o tecido.
‘Certamente foi confortável.’
Naquela época ela só tinha dinheiro para comprar comida e lenha, mas desde que o vovô e Theor tivessem saúde, ela não tinha com o que se preocupar.
─ Não há necessidade de lembrar daqueles tempos agora. O tempo não pode voltar atrás. O tempo que passou não pode ser revertido de qualquer maneira.
Não importa o que ela fizesse, não tinha como voltar àqueles dias.
Depois de 5 anos, Astella e seu avô poderiam voltar para o campo, mas não poderiam levar Theor.
Mesmo que pudessem, seria muito difícil levar Theor, que se habituou à vida no palácio nesses cinco anos, a esse tipo de vida no campo.
Essa frase foi dita com esse significado, mas não houve resposta.
─ Vossa Majestade, eu tinha algo para lhe contar.
─ O que é?
─ Uma farmacêutica que conheço veio até mim…
Ela ia mudar de assunto enquanto falava de Gretel e de repente ouviu a voz de Theor do outro lado.
─ Mãe!
─ Theor? O que está acontecendo?
Theor acenou para Astella do outro lado da grama.
─ Mãe, venha aqui! Há um ninho de pássaro!
Astella pediu compreensão a Kaizen e se aproximou.
Ele não conseguiu desviar o olhar até que Astella desapareceu de vista.
O Marquês Calenberg, que os observava por trás, estalou a língua interiormente. Ele caminhou sozinho com o imperador pelo caminho do jardim.
Quando o marquês se aproximou lentamente, Kaizen percebeu e olhou para ele.
─ Ah, sim, eu precisava te contar uma coisa.
─ Sim?
─ Pedi que devolvessem as terras da família Calenberg que haviam confiscado de seus antecessores. As autoridades organizarão e enviarão os documentos nestes dias.
O velho Marquês olhou para Kaizen sem expressão por alguns segundos. Ele nunca pensou que ouviria isso.
─ Obrigado, Vossa Majestade.
─ Não há nada a agradecer. Não havia ninguém que não acreditasse que isso era injusto.
Antes da morte de seu avô, o ex-imperador eliminou alguns aristocratas que haviam oferecido lealdade a seu filho fraco.
O Marquês foi uma das vítimas. Kaizen hesitou por um momento e confessou francamente.
─ Se algo mais acontecer, por favor, passe as terras para Astella.
Era ridículo pedir tal coisa ao Marquês sobre Astella, mas era inevitável.
Se Astella deixasse o palácio dentro de cinco anos, ela viveria com este nobre novamente.
Na verdade, foi por isso que Kaizen decidiu devolver a herança do Marquês.
Se tentasse dar a ela uma mansão ou pensão alimentícia, ela iria rejeitá-los.
O Marquês também percebeu a intenção de Kaizen.
─ Quer que eu designe a imperatriz como minha herdeira.
─ Sim.
Se o Marquês deixasse um testamento para que a propriedade fosse entregue a Astella, ela poderia viver confortavelmente na posse da propriedade do Marquês por toda a vida, mesmo depois de se divorciar novamente.
─ Eu gostaria que Astella vivesse confortavelmente. Desde pequena ela foi forçada a se tornar minha noiva mesmo sem nunca ter me amado. Não posso retribuir adequadamente seu sacrifício.
O Marquês Calenberg olhou para Kaizen com olhos atordoados.
─ O que está foi?
─ Vossa Majestade, realmente não sabe?
─ O que você quer dizer?
─ …Nada. Por favor, não se preocupe.
Havia uma mistura de arrependimento e tristeza nos olhos do Marquês.
Kaizen estava frustrado e irritado.
‘Não é como se Astella me contasse tudo.’
─ O que você quer dizer? Fale corretamente.
O Marquês Calenberg hesitou por um momento. Ele achou que não havia problema em dizer isso.
A relação entre os dois tinha sido muito harmoniosa há vários meses.
Mesmo aqueles que assistiam de longe pensariam isso.
O marquês tinha certeza de que poderia contar isso a ele. Não era mentira.
O Imperador deveria saber. O Marquês falou calmamente após uma breve reflexão.
─ A Imperatriz amou você de todo o coração durante todo o período do seu noivado. É surpreendente que você não tivesse ideia disso.
* * *
Alguns passos à frente, a risada clara de Theor pôde ser ouvida.
A voz alegre de Hannah também se misturava de vez em quando.
Hannah e Theor pareciam estar brincando juntos perseguindo Panqueca perto do lago.
Astella passou enquanto ouvia o som.
Enquanto continuava a caminhar pelas folhas de grama, de repente ela sentiu um aperto em seu pulso.
Quando ela parou e olhou para trás, era Kaizen quem a havia seguido.
Emoções dolorosas pareciam passar por seus olhos vermelhos. Ele agarrou o pulso de Astella com uma mão e puxou-a para si.
─ O quê…?
Astella ficou surpresa. Kaizen olhou para ela e depois olhou para baixo.
─ É a erva da qual você estava falando.
─ O quê?
Astella, que estava tentando te soltar surpresa, parou ao ver a flor amarela que Kaizen apontou.
Havia uma pequena pétala no chão coberto de ervas daninhas.
As pétalas amarelas brilhantes escondidas entre a grama emitiam um brilho fresco.
Astella recuou e sorriu para Kaizen.
─ É realmente uma flor Indis.
─ …
─ Vossa Majestade. Pode soltar minha mão agora.
Ela verificou a erva, mas ele não soltou seu pulso, então ela calmamente pediu que ele a soltasse.
A mão dele no pulso dela caiu lentamente, como se ele se arrependesse.
Astella se abaixou e colheu as flores. As pétalas amarelas tinham um aroma fresco.
Ele se virou com as flores na cesta e lá estava Kaizen, que estava fazendo uma cara complicada.
─ Vossa Majestade? O que está acontecendo?
─ Não…
Kaizen deu um passo à frente e mudou de assunto.
─ Você disse que tinha algo a dizer. O que era?
─ A farmacêutica que conheci recebeu minha mensagem e chegou na capital.
Astella contou-lhe brevemente sobre seu encontro com Gretel.
─ Eles ensinam medicina na Academia, mas não há pesquisas sobre ervas. Se me permitir, gostaria de criar um centro de pesquisa farmacêutica na capital e patrociná-lo.
─ Você pode fazer o que quiser.
Os dois se aproximaram da lagoa.
Theor e Hannah estavam brincando do outro lado. Devido à má gestão, nenúfares estavam espalhados na lagoa.
Ainda assim, o lago entre a grama emitia uma sensação refrescante.
A clara luz do sol brilhava nas ondulações da água.
─ Sinto muito.
Astella se virou, surpresa com o repentino pedido de desculpas.
Kaizen olhou para o lago com uma expressão profunda e dolorosa no rosto.
─ Eu não deveria ter me divorciado daquele jeito.
Astella teve que pensar por um momento no que isso significava.
‘Está falando sobre divórcio de seis anos atrás?’
─ Por que diz isso de repente?
O olhar de Kaizen se focou em Astella.
─ Acho que nunca me desculpei adequadamente com você.
Astella se lembrou de ter recebido algumas desculpas antes.
Na época, ele pediu desculpas por ter rejeitado o pedido de Astella ou por tê-la deixado ir sem dar uma pensão alimentícia.
Parecia que esta era a primeira vez que ele se desculpou pelo divórcio em si.
Os olhos de Kaizen voltados para ela estavam cheios de angústia.
‘Está sofrendo de culpa?’
Kaizen não precisava se sentir culpado.
─ Tudo está no passado.
Ele queria o divórcio e Astella o aceitou.
O passado era irreversível e não havia necessidade de tentar revertê-lo.
O amor inútil e não correspondido dela terminou ao mesmo tempo.
Os acontecimentos daqueles dias estavam agora profundamente gravados em sua memória.
Ela queria apagar os rastros que um dia ficaram. Essas eram memórias inúteis para Astella.
─ …
Astella silenciosamente se virou e avançou.
Kaizen parecia querer abraçá-la, mas não conseguia alcançá-la.
O mesmo aconteceu com Astella.
Seu carinho permeou seu coração e seus sentimentos mais calmos e suaves cresceram.
Mesmo assim, Astella não conseguiu segurar a mão dele.
* * *
Quando o Imperador e a Imperatriz trouxeram o príncipe herdeiro ao jardim, o interior do Palácio da Imperatriz ficou silencioso.
Velian entrou cuidadosamente no tranquilo palácio da Imperatriz.
Astella estava longe, mas ele se sentiu um pouco desconfortável quando foi até lá.
Ele caminhou pelo corredor o mais silenciosamente que pôde, sem ser visto.
Depois de um tempo, ele abriu a porta da pequena sala de descanso do outro lado.
Dentro havia uma senhorita lendo um livro.
─ Senhorita Naen. Faz muito tempo. Como você tem estado?