Como esconder o filho do imperador - Capítulo 133
O Ministro do Interior, Visconde Burgen, leu a curta carta repetidas vezes. Na carta do Marquês Croychen, havia uma breve informação.
‘Há um traidor em sua casa.’
Ele pedia que a carta fosse queimada neste momento para que as informações não fossem vazadas.
‘Há um traidor na casa? Não, quem é?’
Nenhum detalhe foi escrito sobre quem era o traidor. Devia ter sido escrita muito rapidamente.
Era claramente a caligrafia do marquês, mas as letras eram instáveis.
‘Eu não posso acreditar que isso aconteceu…’
Eles sabiam que o palácio imperial estava investigando o incidente por ordem do imperador.
Por Velian, eles foram totalmente informados sobre o processo. Nada de especial foi revelado ainda.
O Ministro já tinha destruído todas as evidências.
Se algo desse errado, eles estavam prontos para jogar a culpa para o Duque Reston. Podiam conseguir ajuda dos guardas e de Velian.
A maioria deles estava ao seu lado porque eram cavaleiros recém-nomeados depois que o Imperador ascendeu ao trono.
Era isso que ele estava pensando e se sentiu aliviado, então, por que isso aconteceu de repente?
‘Como o Marquês Croychen lidaria com sua família? Deve ter sido difícil perder quase toda a sua riqueza e cair, mas quanto mais você fizer isso, mais terá que administrar as pessoas ao seu redor.’
O visconde ficou furioso com o comportamento tolo do marquês Croychen.
‘Achei que você fosse sábio, mas agora vejo você como um grande tolo. Bem, ele nem consegue lidar bem com a esposa.’
Ele queria visitá-lo pessoalmente e discutir o que aconteceu. Mas era muito perigoso ir ao castelo onde o Marquês se escondeu nesta situação.
Além disso, ainda era dia. Levaria horas apenas para chegar lá.
Não adiantava procurar um ex-ministro que foi deposto em plena luz do dia.
Depois de muito pensar, ele rapidamente deu ordens ao seu subordinado.
─ Procure Rendrick agora! Diga a ele que é um assunto muito urgente e leve-o para a mansão!
Rendrick era um comerciante que adquiria pólvora secretamente.
Quando viu seu subordinado sair, sentou-se novamente.
Estava preocupado em como lidar com isso.
* * *
O subordinado foi ver o comerciante por ordem do visconde. O negócio de Rendrick ficava em uma pequena filial na capital.
Foi somente por causa de sua ligação com os tenentes que o dono de uma pequena loja, que não era muito famosa, conseguiu obter a pólvora.
A pólvora não era facilmente acessível ao público.
Isso porque o império administra rigorosamente a produção e a distribuição, para não ser utilizada em crimes.
Com a ajuda de vários tenentes, Rendrick manteve em estoque algumas armas ilegais, incluindo pólvora usada em castelos nas áreas fronteiriças.
A intenção era guardá-lo para uso quando necessário. No entanto, se o fizerem sozinhos, o risco era elevado.
Portanto, tudo era confiado ao comerciante que sabia manejá-lo adequadamente.
─ O dono?
─ Venha por aqui, por favor.
O subordinado foi conduzido até uma pequena sala escondida atrás do prédio.
Havia um homem sentado no quarto escuro. A pessoa sentada certamente seria o diretor.
─ Olá, estou ao seu dispor…
Ele falou apressadamente e se aproximou dele, mas a expressão do dono era um pouco diferente.
O proprietário apenas olhou para ele em silêncio enquanto ele permanecia rígido como uma camada de gelo.
O subordinado percebeu que algo estava errado com aquela pessoa. Então o proprietário gaguejou.
─ Eu sinto muito. Eu não tive escolha.
─ O que está acontecendo…?
Soldados com espadas saíram como se tivessem esperado.
As espadas dos cavaleiros foram todas apontadas para ele ao mesmo tempo.
* * *
A situação progrediu rapidamente.
Os cavaleiros do Palácio Imperial capturaram o subordinado e o chefe, além de trazerem todo o material que extraíram daquele ramo pertencente ao chefe.
O visconde foi imediatamente convocado ao palácio.
O Ministro do Interior, Visconde Burguen, reuniu-se com o Imperador Kaizen no gabinete com a atenção de muitos nobres.
O Ministro do Interior ouviu com dificuldade a explicação da situação. Foi revelado que o comerciante havia roubado a pólvora.
A pólvora era a mesma usada no acidente da ponte.
Ele foi preso quando o principal funcionário do Ministro do Interior foi ao encontro do lojista. Esta foi uma situação muito estranha para qualquer um.
─ Tenho certeza que você também fez o plano de bombardeio há alguns dias, certo?
Quando Kaizen fez a pergunta fria, ele rapidamente negou.
─Não! Eu não sei de nada!
─Então por que você tentou eliminar o comerciante que roubou a pólvora?
─ Eu não tentei fazer isso.
O visconde virou a cabeça rapidamente.
─ Às vezes compro algumas coisas do dia a dia lá. Descobrirá olhando a lista de coisas na mansão. Mandei alguém hoje para pedir algumas coisas.
Ele não podia negar que tinha ligações com o comerciante. Devido à questão da pólvora, ele entrou em contato diversas vezes e enviou o dinheiro.
Mas não se podia provar que o pagamento foi devido à pólvora. Era uma filial e eles sempre tinham muitas coisas.
Mesmo que a situação tenha sido detectada, o dinheiro podia ter sido enviado para outro item.
Desde o início, ele anotava outros itens como cobertura para que não houvesse evidência de nada.
─ Lyndon.
Mas Kaizen não acreditou nem um pouco nessa desculpa óbvia.
─ Sim, Vossa Majestade.
─ O que o comerciante disse?
─ Disseram que seguiram as ordens do visconde com tudo relacionado à pólvora. Ele também tinha uma carta com o selo da Casa Burgen.
O Ministro do Interior ficou surpreso ao ouvir Lyndon dizer.
‘Por que ele ainda tinha isso…?’
Disse ao comerciante para se livrar da carta após lê-la.
Lyndon apresentou uma carta selada com o selo de sua própria casa como prova. Dentro havia informações sobre o incidente da pólvora.
─ E os servos do comerciante também testemunharam que viram o criado do ministro, que os visitou várias vezes.
Todos olharam novamente para o Ministro do Interior.
─ Eu…
O Ministro do Interior engoliu em seco.
─ Eu não sei de nada.
─ Você não sabe? Esse não é o seu selo?
─ É meu selo… mas não tenho certeza de como ele foi parar ali…
Foi uma desculpa que Kaizen achou muito esfarrapada. Ele riu.
Lyndon já estava investigando o comerciante há vários dias por aquisição de pólvora.
A razão pela qual armaram uma armadilha como essa foi porque uma carta chegou ontem.
Foi a afirmação de que o criminoso percebeu um movimento suspeito e tentou ferir o comerciante.
‘Posso adivinhar quem fez isso também.’
Só há uma pessoa que queria que a facção imperial, incluindo o Ministro do Interior, fosse à falência nesta situação.
Contudo, o queixoso não podia permitir que isso acontecesse.
─ Como você ousa fazer isso?
Kaizen ainda estava zangado com a ideia do acidente naquele dia.
Já era difícil estar junto com Theor e Astella, e algo assim aconteceu. O garotinho tremia de medo.
─ Neste momento, eu destituo o Visconde Burgen do cargo de ministro do interior e o sentenciou à prisão.
─ Vossa Majestade…
O ministro do Interior olhou novamente para o imperador e os funcionários ao seu redor com o rosto pálido. Mas ninguém estava se aproximando dele.
─….
As coisas chegaram a este ponto e não tinha ninguém para defendê-lo.
Os cavaleiros do Imperador aproximaram-se dele. O Ministro do Interior saiu com eles, sem poder dizer uma palavra.
* * *
Depois de um tempo, Astella confrontou o pai na sala de recepção do Palácio da Imperatriz. Ao saber da notícia do Ministro do Interior, o duque visitou o Palácio.
─ Foi muito fácil.
Ele esperava que tudo acabasse logo, mas foi mais fácil do que esperava. Foi um final simples.
Astella deu uma admiração sincera e o duque sorriu contente.
─ Foi muito estúpido.
Astella lembrou-se do Ministro do Interior de meia-idade que ela havia visto várias vezes antes. Ele certamente não parecia muito competente.
A sobrinha dessa pessoa, que ele conheceu há pouco tempo, era igual.
Mas ela ainda tinha uma dúvida.
─ Como você conseguiu o selo da família Croychen?
O selo pertencia ao dono da família e a família não poderia usá-lo sem permissão.
Astella nunca usou o selo da família de seu pai, a família Reston. Ela nem sequer o tocou.
O duque, segurando a xícara de chá, olhou para Astella.
Ele sorriu vagarosamente.
─ Se uma família desmoronar, naturalmente haverá um traidor.
Era o sinal de que havia comprado um criado do Marquês.
─ O comerciante também?
─ Os comerciantes podem perceber rapidamente em que lado é mais benéfico permanecer.
O chefe deve ter percebido que o ministro iria cair e traçou uma linha contra ele, ao mesmo tempo que seguia as ordens do duque.
Mas Astella não perdeu a leve pausa do pai.
‘O que foi? Mais alguma coisa?’
Ela olhou atentamente para a expressão do duque, mas não conseguiu entender nada.
Qualquer outra coisa não seria um grande problema.
Isto foi claramente feito pelo Ministro do Interior.
Kaizen já estava investigando pólvora.
A única coisa que seu pai fez foi fazer com que o culpado se mostrasse mais rápido.
O selo roubado não era grande coisa.
Originalmente, seu pai era muito bom em comprar e conspirar com homens de outras pessoas.
Era quase um talento natural.
Astella o observou cuidadosamente enquanto o observava, o duque ergueu ligeiramente uma sobrancelha em desgosto.
─ Não há um agradecimento ao seu pai, que se esforçou tanto?
─ Obrigada, pai.
O duque de Reston parecia estar de bom humor quando Astella expressou sinceramente sua gratidão.
Ele acrescentou de repente.
─ Se sabe pelo que é grata, eduque o príncipe adequadamente.
─ O que há com Theor?
─ Eu me pergunto por quanto tempo ele ficará me evitando quando eu quiser vê-lo. Ele nem consegue me reconhecer como seu avô.
Presentes foram dados a Theor por vários meses, mas o menino ainda ficava longe dele, então o duque parecia muito irritado.
Ele pensou que o menino poderia facilmente mudar de ideia com um presente.
─ Theor evita meu pai porque você está sempre o perseguindo e incomodando.
─ Só comprei presentes para ele e conversei, isso o incomodou?
O duque de Reston parecia insatisfeito e estalou a língua.
─ Ele não pode ser muito arrogante. Precisa saber quem eu sou e eu preciso ver o quão bem ele está crescendo. Você tem que dizer a ele que ele deveria ser grato a mim e à minha família desde o dia em que nasceu.
─ …
O duque queria que Theor lhe agradecesse?
‘É ridículo.’
Ele esqueceu todas as coisas que fez para sequestrar Theor. Pensando naquele momento, Astella ficou furiosa.
Os hematomas no pescoço de Theor ainda eram visíveis. Astella suprimiu sua raiva silenciosamente e largou a xícara de chá.
─ Claro que sou sempre grata pela ajuda do meu pai.
Astella agradeceu ao duque e acrescentou.
─ Agora que está me ajudando, por que não passa o título para meu irmão Fritz?
O duque olhou para Astella sem expressão. Parecia que ele não entendia o que eu estava dizendo.
─ Do que você está falando?
Astella repetiu o que acabara de dizer.
─ Eu disse ao meu irmão Fritz que ele herdará o título e você se aposentará do ducado.
─ O quê?
Astella se levantou e deixou o pai. Ela caminhou em direção à gaveta ao lado da sala.
Abriu uma pequena gaveta e tirou os documentos nela preparados.
─ O que diabos é isso?
O duque de Reston olhou inquieto para o documento que Astella colocara sobre a mesa.
Sua voz tremia de raiva, como se ele tivesse compreendido a realidade tardiamente.
Astella ainda estava sorrindo.
─ Eu preparei para meu pai. Tente ler isso, por favor.
Foi o conteúdo que Astella pesquisou nos dados da biblioteca do Palácio Imperial, com base nos dados que Fritz trouxe.