Como esconder o filho do imperador - Capítulo 125
No dia seguinte, Fritz visitou o Palácio da Imperatriz.
─ Você passou por muita coisa.
Astella ficou cara a cara com seu irmão mais velho depois de muito tempo.
Fritz organizou o território do duque e administrou as situações patrimoniais anteriormente devidas.
─ Não tenho nada a dizer, porque não foi difícil.
Mesmo que dissesse isso, Fritz parecia um pouco cansado. Astella disse, com um sorriso.
─ Sua Majestade também o elogiou pelo seu excelente trabalho.
Fritz retornou após verificar outros territórios no oeste.
Desde que Kaizen foi coroado, houve muitos nobres que perderam suas propriedades e caíram, então o trabalho de cada um deles estava um caos.
Foi uma grande conquista retornar depois de organizar as propriedades que tinham perdido seus proprietários.
Quando informado de que ele havia retornado, Kaizen o elogiou com um tom de pesar.
─ Eu deveria ter mandado Fritz para as províncias antes.
Era a coisa mais lógica a fazer, na verdade. O este sempre esteve sob o controle do Ducado de Reston.
O sucessor do duque, Fritz, conhecia muito bem os assuntos da região. Ele era a melhor pessoa para resolver problemas e limpar fronteiras territoriais confusas.
‘Kaizen sabia disso, mas, no passado, ele não poderia ter dado ao irmão Fritz uma posição importante porque queria manter o duque sob controle.’
Astella pegou a xícara pensando assim. Fritz olhou ansiosamente para Astella.
─ Me disseram que algumas coisas ruins aconteceram. Está bem?
─ Estou bem, está tudo resolvido.
Fritz também parecia ter assumido o trabalho da família Croychen. Ele suspirou com uma expressão confusa.
─ Você acabou de se casar…
─ É isso que significa ter essa posição, certo?
Para viver como imperatriz no Palácio Imperial, ela tinha que lidar com esse tipo de situação.
No passado, Astella superou as conspirações e truques triviais que a cercavam. Embora, naquela época, ele tenha suportado todas as dificuldades para ficar junto com Kaizen, a diferença agora era que o fazia por causa de Theor.
─ Você preparou o que eu pedi?
Astella baixou a voz e perguntou. Fritz olhou para ela em silêncio por um momento e entregou-lhe um envelope que tinha no braço.
Era um documento que Astella pediu que ele trouxesse para expulsar seu pai.
─ Você realmente quer tirá-lo do caminho?
Fritz observou Astella enquanto ela folheava os papeis.
─ Já decidimos.
Antes de Fritz partir para o oeste, os dois prometeram expulsar seu pai, o duque de Reston, para que Fritz tomasse o seu lugar.
Mas Fritz falou, em tom desconfiado.
─ Mas… Não seria melhor deixar o nosso pai como duque por enquanto? Até você conseguir um pouco mais de autoridade.
─ …
Ela podia ver com o que Fritz estava preocupado.
Porque, se o plano dela entrasse em vigor e eles tivessem sucesso, o número de pessoas que poderiam ajudá-la seria reduzido depois que ela tirasse o seu poder.
Mesmo assim, já não havia muitos que apoiassem Astella entre os ministros.
Naquele momento, o Conde Ecklen veio à mente. Mas Astella balançou a cabeça em negação.
Originalmente, ela estava tentando colocá-lo do seu lado por causa de seu relacionamento com seu avô.
Mas depois de ouvir a história entre ele e sua mãe, ela relutou em perguntar qualquer coisa. Astella disse, guardando os documentos que Fritz trouxe.
─ Eu cuidarei disso quando a hora chegar. Por favor, me ajude como me prometeu.
─ Bom.
Enquanto os dois conversavam, uma batida rápida foi ouvida do lado de fora da porta. Uma criada abriu a porta com um olhar inquieto.
Ela era a jovem empregada que cuidava de Theor.
─ Vossa Majestade a Imperatriz!
─ O que está acontecendo?
Astella ficou ansiosa ao ver o olhar urgente da empregada. Ela relatou com a voz trêmula.
─ O príncipe está doente.
─ Theor está doente?
Astella levantou-se surpresa.
─ Sim… ele estava bem há um tempo, mas de repente teve febre alta.
Astella ouviu a explicação da empregada e se dirigiu ao quarto de Theor. Fritz a seguiu.
* * *
─ Tio Fritz!
Theor, recostando-se na cadeira, encontrou Fritz e cumprimentou-o alegremente.
─ Theor, você está bem?
─ Sim, estou bem.
Embora Theor estivesse muito feliz com Fritz, de alguma forma ele parecia cansado. Seu rosto estava mais pálido que o normal.
Astella tocou a testa de Theor.
Assim que a tocou, sentiu o calor. Sua pequena testa parecia uma bola de fogo.
─ Você está com febre alta.
A empregada disse que Theor de repente começou a ter febre e queria ir até Astella.
De repente, ela se lembrou do que aconteceu na noite anterior.
Theor esteve sob forte chuva ontem à noite com Kaizen.
‘Ficou doente por causa da chuva?’
─ Chame um médico.
─ Já entrei em contato.
Hannah, que correu ao ouvir a situação, falou com calma.
─ Theor, vamos para o quarto.
As criadas levaram Theor para a cama e prepararam uma toalha molhada.
Astella colocou a toalha fria em sua testa.
Ele pensou que ele poderia estar ferido, então olhou ao redor de seu pequeno corpo, mas não conseguiu encontrar nenhum machucado que pudesse causar a febre.
‘Seria bom se fosse um simples resfriado.’
Theor olhou para Astella, movendo as mãos, sentindo-se protegido sob o cobertor.
─ Ainda não é noite, por que já estou deitado aqui?
─ Você deveria deitar e descansar. Não sente dor?
─ Estou bem… Não posso brincar com o tio Fritz?
Theor estremeceu e reclamou que queria brincar com Fritz porque não o via há muito tempo.
Fritz se aproximou da cama e confortou Theor.
─ Príncipe, se ficar calmo, vou lhe contar a história da minha viagem ao oeste.
─ Sim… conte-me sobre o oeste.
Fritz acariciou levemente o cabelo de Theor e olhou para Astella. Ela tentou esconder o rosto ansioso e sorriu para Theor.
─ Sim. Ouça o tio Fritz.
Depois de um tempo, o médico entrou na sala.
─ Vossa Majestade a Imperatriz.
Era o médico do imperador, que ele já havia consultado diversas vezes.
O médico olhou para Theor com atenção e contou a Astella.
─ É um resfriado normal. Parece que ele esteve na chuva, e teve febre por causa disso.
─ Não é uma doença grave?
─ Se descansar e tomar o remédio, se recuperará. Não precisa se preocupar muito.
Astella ficou aliviada ao ouvir isso.
─ Theor, você deveria descansar bem e ir dormir cedo hoje. Então amanhã você ficará bem.
Enquanto ela relaxava com a notícia, a porta se abriu.
─ Theor está doente?
Foi Kaizen quem entrou.
─ É um simples resfriado. Não precisa se preocupar muito.
Astella explicou a situação. Kaizen se aproximou de Theor deitado na cama.
─ Theor, você está bem?
─ Sim…estou bem.
Theor disse que estava bem, mas estava visivelmente pálido. Cada vez que ele exalava, parecia difícil respirar.
Kaizen tocou a cabeça do menino com uma expressão rígida.
─ Sua testa está muito quente.
Ele ignorou as saudações de Fritz e apenas olhou ansiosamente para Theor.
Astella sussurrou, se desculpando para Fritz.
─ Irmão, por favor vá para casa por hoje. Vamos falar na próxima vez.
─…Sim, eu entendo.
Fritz despediu-se de Theor e foi embora.
* * *
Theor passou a noite doente o suficiente para ofuscar as palavras do médico de que ele ficaria bem.
Na cama, sua respiração fraca continuou. Theor estava meio inconsciente e meio dormindo.
Astella afastou os cabelos molhados e suados com uma toalha molhada. Ela ficou ao lado de Theor a noite toda.
Isso já aconteceu várias vezes antes quando ele tinha um pequeno resfriado ou febre à medida que crescia.
E mesmo quando ele teve febre depois de comer Lichia, Astella ficou ao lado da cama de Theor a noite toda.
Mas desta vez, havia algo diferente.
─ Astella.
Kaizen estava com ela.
Ele ficou acordado a noite toda com Astella, que estava preocupada.
─ Parece cansada, faça uma pausa.
─ Vossa Majestade também deve dormir. Como Imperador, terá muito trabalho a fazer amanhã.
Ela já havia mandado ele ir para a cama várias vezes, mas Kaizen não deu ouvidos a Astella e ficou acordado.
Era uma noite de verão, mas havia lenha acesa na lareira para o paciente do quarto.
O rosto de Kaizen, sentado do outro lado, brilhou na penumbra. Seus olhos vermelhos estavam cheios de angústia.
─ A culpa é minha.
Uma voz grave foi ouvida.
─ Ontem levei ele ao jardim e agora Theor está doente.
─…
Não foi de propósito e ele não poderia esperar que chovesse.
─ Não é sua culpa.
Astella o confortou.
─ Não foi causado por Vossa Majestade. Não se culpe.
Kaizen olhou para ela com uma cara que mostrava dor.
─ Quero retribuir pelos anos em que te machuquei, mas parece que estou sempre fazendo coisas erradas.
Foi ainda mais doloroso ver Astella sentada ao lado de Theor. Ela teria passado as noites como essa sozinha muitas vezes.
Teria ficado nervosa à noite, sentada ao lado da cama do filho e cuidando dele.
O fato de Kaizen não ter podido compartilhar esses momentos difíceis tornou tudo ainda pior.
O passado não podia ser mudado, e o mais doloroso para ele era não poder voltar no tempo.
─ Não diga isso.
Astella disse, olhando para Theor com olhos calmos.
─ Não precisa se culpar. Theor gosta muito de Vossa Majestade.
Theor amava muito Kaizen. Ainda não o chamava de pai, mas foi aos poucos confiando e o seguindo.
O mesmo aconteceu com Kaizen.
Enquanto estavam juntos, Astella admitia que Kaizen realmente se preocupava e amava Theor.
Se Astella morresse, Kaizen amaria e cuidaria de Theor.
Ela nunca tinha confiado em Kaizen antes, mas esta atitude poderia fazê-la confiar novamente.
─ Vossa Majestade é definitivamente um bom pai para Theor. Não precisa se culpar.
Kaizen olhou para ela com olhos surpresos. Astella silenciosamente evitou seu olhar.
Seus sentimentos por Kaizen não eram diferentes de antes, e ela não conseguia decidir se sua presença era favorável ou não nesta situação.
* * *
Os dois passaram a noite velando Theor juntos.
Felizmente, ao amanhecer, a febre começou a diminuir gradativamente.
A respiração que parecia difícil também estava calma, e a tez pálida recuperou a cor.
Astella ergueu a mão para tocar a testa do adormecido Theor. Agora a febre havia quase passado e restava apenas um leve calor.
O médico que preparou o remédio foi chamado às pressas. Ele examinou Theor e acalmou os dois.
─ Está tudo bem. Sua alteza o príncipe precisa fazer uma pausa de um ou dois dias e ficará bem novamente.
Kaizen também ficou aliviado ao ouvir as palavras.
─ Estou feliz.
Astella ficou com sede quando se sentiu aliviada. Ela saiu por um momento, deixando Kaizen e Theor.
Uma empregada que esperava no corredor encontrou Astella e se aproximou.
─ Vossa Majestade a Imperatriz.
─ O que está acontecendo?
─ O Duque de Reston veio de repente.