Como esconder o filho do imperador - Capítulo 119
Florin correu para ficar em frente à janela, muito nervosa.
Faziam dois dias que ela tinha enviado a bolsa com veneno e o bilhete para Naen.
Através de uma empregada que trabalhava no Palácio, foi confirmado que ela havia recolhido o veneno.
Mas não houve resposta.
Não havia notícias de nada de especial acontecendo dentro do palácio.
‘Fez algo errado?’
Ela se perguntou, enquanto ficava muito nervosa. Florin agiu sem pensar profundamente. O arrependimento veio tarde.
A conversa de Astella sobre ajudá-la a se casar lhe causou confusão por um momento.
Naen nem respondeu ao bilhete que ela enviou antes. Ela também não parecia disposta a fazer isso.
Mesmo que o veneno tenha sido enviado, Naen não seria capaz de aplicá-lo?
Embora nada tenha acontecido, sua inquietação aumentava silenciosamente.
‘Tudo está bem.’
Não importava se surgisse um problema.
Em primeiro lugar, o alvo era apenas um animal. Era errado trazer o veneno para o Palácio da Imperatriz, mas não é como se a dose fosse suficiente para matar pessoas em primeiro lugar.
Florin consolou-se pensando assim.
Foi quando o barulho veio do corredor. Os passos frios vinham em sua direção, pisando no chão com força.
Florin ficou surpresa e se levantou de seu assento. A porta da biblioteca se abriu e entraram homens usando uniformes familiares que ela já conhecia.
─Senhorita Florin.
Eles eram os cavaleiros do imperador pertencentes ao Palácio Imperial.
─ O que está acontecendo?
O jovem cavaleiro olhou para ela casualmente e respondeu:
─ Tenho ordens de levá-la ao palácio.
Seu coração gelou quando ouvi isso.
Florin perguntou com um sorriso, sem expressar o tumulto em sua mente.
─ Eu? Por que, de repente?
No entanto, o cavaleiro não respondeu.
─ Você terá que ir ao Palácio Imperial agora mesmo.
─…
‘Não é uma coisa boa.’
Ela poderia notar, olhando para a atitude contundente e arrogante do cavalheiro. Sua preocupação se tornou realidade.
─ Senhorita…!
A babá dela apareceu, com o rosto azulado. Florin despertou quando a viu.
‘Aconteça o que acontecer, eu tenho que me recompor.’
─ Me dê meu casaco, babá. Eu tenho que ir para o palácio imperial agora.
Florin aproximou-se do cavalheiro e perguntou-lhe:
─ Quem te deu esta ordem?
Felizmente, a resposta veio desta vez. O homem olhou para ela e respondeu com indiferença.
─ É uma ordem dada diretamente por Sua Majestade o Imperador.
* * *
Florin foi escoltada ao escritório do imperador. Já tinha ouvido falar muito do lugar, mas era a primeira vez que tinha ali.
Ao entrar, viu o imperador sentado à sua frente. E ao lado dele estava a imperatriz.
Havia também alguns funcionários que Florin conhecia. A maioria eram amigos íntimos do pai de Florin, o marquês Croychen.
Florin entrou com passo leve. Ela escondeu seu coração trêmulo de ansiedade e calmamente mostrou cortesia.
─ Me chamou, Majestade?
─ Você enviou veneno para matar o príncipe?
Florin ergueu os olhos, surpresa.
Ele não sabia que o imperador levantaria a questão assim que ela chegasse.
E sabia que algo estava errado, mas não podia acreditar que havia sido chamado com essa acusação ridícula.
─ O que é isso… o que significa? Não sei.
Não havia necessidade de atuar neste momento. Veneno para matar o príncipe?
Florin realmente era inocente dessa acusação.
‘Eu disse a Naen para matar o cachorro. Quando eu disse para ela matar o príncipe?’
Então a porta se abriu atrás. Florin se virou para ver Naen entrar lentamente, pálida e assustada.
Naen abaixou a cabeça assim que seus olhos encontraram os de Florin. Astella, que as observava silenciosamente, deu um passo à frente.
─ A criada que trouxe o veneno já confessou. Ela disse que o conseguiu na mansão Croychen. A nota que você enviou junto com o veneno é a prova.
Astella pegou um pequeno pedaço de papel na mesa. Havia também um pequeno bolso próximo a ele. Florin podia ver o que era de longe.
O bolso era o veneno que ele mandou, e o papel que Astella pegou era o bilhete enviado com o veneno.
─ Eu decifrei o bilhete e dizia para Naen “usar este veneno”.
Florin compreendeu a situação. Naen foi pega pela imperatriz carregando veneno. Apavorada, ela deve ter confessado toda a história da empregada e do código.
Florin lançou-lhe um olhar penetrante.
— Não acredito que você contou tudo isso. Está louca?’
Naen estremeceu e desviou o olhar dos olhos de Florin.
‘Estava errada em confiar em uma garota tão estúpida.’
Ela não deveria ter feito isso. O arrependimento veio. Mas Florin não podia voltar no tempo agora.
─ Não faço ideia do que estão falando.
─ Você não sabe?
─ Não há evidências de que eu esteja envolvida, certo?
─ A empregada que trouxe o veneno estava escondendo dinheiro e joias que recebeu da família Croychen em seus pertences no dormitório do palácio. Você entenderá se eu te levar para a sala de interrogatório onde ela está.
─…
Florin cerrou os dentes ao ouvir Astella. Uma empregada não iria arriscar sua vida para proteger sua lealdade.
Dessa forma, era inegável que o veneno foi enviado por Florin.
─ Posso ver que veneno é?
─ O quê?
O Imperador olhou para Florin como se seu pedido fosse ridículo. O mesmo aconteceu com os funcionários do entorno.
─ É possível saber se o veneno pertence à nossa família olhando.
Kaizen bufou como se fosse um absurdo. No entanto, Astella concordou com Florin.
─ Você tem razão.
Astella sinalizou para um servo, que pegou a bolsinha na escrivaninha, tirou o papel dobrado de dentro e derramou o pó contido no papel.
Um pouco de pó fino amarelo foi derramado. Era, de fato, o que ela tinha enviado. Florin sentiu-se um pouco aliviada.
─ Mesmo que esse veneno tenha vindo da casa Croychen…
Florin perguntou novamente, fingindo ser inocente.
─ Isso é um veneno que pode prejudicar as pessoas?
─ O que diabos isso significa?
─ Não temos drogas assustadoras que podem prejudicar as pessoas dentro da mansão. Mas temos alguns remédios para matar pragas e ratos. Também é veneno, se você analisar os ingredientes.
Toda casa tinha um pouco de veneno de rato para matar as pragas. Não era nem mentira.
A droga, enviada por Florin, não era um veneno que matava gente, era para animais.
Com medo de algo dar errado, mandei de propósito algo que não tinha sido feito para humanos
─ Eu não sei como ele saiu da nossa casa e veio parar aqui, mas… Não podemos ser culpados de um crime se não for uma droga que pode matar pessoas.
Os ministros ficaram um pouco aliviados ao ouvi-la. O imperador ordenou irritado.
─ Chame um médico para ver se isso faz sentido.
Depois de um tempo, o médico da corte entrou. Ele olhou para o veneno no papel cuidadosamente. Ele então relatou.
─ Parece uma droga que mata pragas, mas é um veneno forte.
Ao escutarem isso, o clima mudou novamente.
─ É possível ferir uma pessoa?
─ Sim, Majestade. É um veneno mortal o suficiente.
Florin quase imediatamente gritou que não era possível. Ela congelou e se virou para Astella, que estava olhando para ela.
‘Ela o trocou por um veneno parecido…’
Florin percebeu as intenções de Astella.
O objetivo dela era fazer disso uma tentativa de regicídio para destruir completamente a família Croychen.
O bilhete que havia sido enviado instruindo Naen para alimentar o cachorro do príncipe
desapareceu, e só restou a última nota, que dizia para usar o veneno.
─ Senhorita Naen. Você disse que a senhorita Florin lhe enviou uma nota antes, verdade? O que estava escrito lá?
Com a pergunta de Astella, a atenção voltou-se para Naen. Florin lançou-lhe um olhar desesperado.
‘Responda a pergunta corretamente!’
No entanto, Naen novamente evitou seu olhar e respondeu com os olhos fechados.
─ Ela me mandou envenenar o príncipe…
─ Naen!
Florin gritou.
─ Há uma testemunha e a evidência é clara.
A voz de Kaizen era um lampejo de raiva. Florin mordeu o lábio, consternada.
Ela pensou que ainda não estava terminado. Não tinha nenhuma prova de que ela estava envolvida de qualquer maneira.
─ Não sei do que está falando. Foi Naen que fez tudo sozinha.
─ Eu não me importo com quem fez isso.
Kaizen cortou friamente a desculpa de Florin.
─ Se atrevem a enviar veneno para o Palácio da Imperatriz? Apesar de tudo, tive misericórdia da sua família muitas vezes, pensando no crédito de seus esforços durante todo esse tempo, mesmo depois de tantos absurdos.
Ele olhou para os cavaleiros, que agarraram Florin e Naen.
─ Ambos estão presas. Prendam o Marquês de Croychen agora mesmo.
─ Vossa Majestade!
─ A marquesa e Marianne, que foram enviadas para o norte. Tragam-nas de volta para a capital.
As palavras do imperador não eram diferentes de dizer que executaria toda a família marquês.
Florin pediu ajuda aos nobres.
Os oficiais trocaram olhares constrangidos, mas ninguém se atreveu a levantar-se e ajudá-la.
Kaizen declarou com voz firme.
─ Não perdoarei ninguém que tentar ferir a Imperatriz e o Príncipe.
* * *
─ Você está bem?
Depois que a agitação diminuiu, Kaizen ordenou que seus oficiais se retirassem.
Astella também estava tentando sair do escritório, mas Kaizen a pegou pelo braço. Ela respondeu com indiferença.
─ Estou bem, Majestade.
Não havia nada de errado com ela. Astella não fez muito por si mesma.
Só fez as consequências da estupidez de Florin crescerem um pouco mais.
─ Lamento que isso tenha acontecido.
Mas Kaizen olhou para ela sombriamente.
─ Desta vez vou me certificar de puni-los e usá-los como exemplo.
Por mais desesperada que fosse a amargura em seus olhos, Astella não o deixou perceber que o alvo de Florin era Panqueca, e não Theor.
Ela iria confessar depois que tudo estivesse terminado. Astella disse, evitando seu olhar.
─ Vossa Majestade, prometi a Naen que garantiria a segurança dela em troca de sua confissão.