Como esconder o filho do imperador - Capítulo 116
Florin sentou-se em sua cadeira e organizou calmamente seus pensamentos.
‘Não deveria me exaltar demais.’
Era sempre assim quando ela tinha muita raiva – a fazia se sentir mal.
À medida que crescia, ela era tão saudável quanto as outras, mas seu corpo ainda era fraco.
Enquanto Florin reunia suas emoções, pensou sobre isso. Previu que Astella tentaria retaliar. Ela mesma teria retaliado em tais circunstâncias.
‘Mas de todas as coisas, está falando sobre casamento.’
Ela não poderia suportar isso.
O que mais a irritou foi que ela não conseguia derrotar Astella sozinha. Sua mãe foi expulsa da capital e seu pai perdeu o posto de ministro de estado.
Embora ele ainda fosse próximo de outros ministros, ninguém correria para lutar contra a Imperatriz ao lado de Florin, não agora que Astella conquistou o coração do Imperador.
‘No momento, não há como lutar cara a cara com a Imperatriz.’
De alguma forma, Florin tinha que fazer a Imperatriz esquecer sua vingança por um tempo.
O que ela poderia fazer para fazer Astella esquecer sua vingança?
Florin tentou encontrar a maneira mais simples possível.
Ela só tinha que criar algum escândalo no palácio. Se algo grande acontecesse no palácio, Astella ficaria agitada.
Dessa forma, não teria tempo para se preocupar com vinganças mesquinhas.
Entre todos, havia uma pessoa que poderia fazer Astella se sentir mais distraída.
Era Theor.
‘O principezinho deve ser o mais importante para a imperatriz.’
Se algo interferir nos assuntos pessoais do príncipe, Astella perderia os estribos e esqueceria o banquete e a cerimônia de casamento.
Claro, Florin não pretendia matar ou ferir o príncipe. Era muito perigoso, pois isso poderia destruir sua família.
Tudo o que ela tinha que fazer era criar uma confusão.
Existia alguém em quem jogar a culpa se alguma coisa ruim acontecesse.
— Daphne… Aí está aquela cadela astuta.
Daphne, sobrinha do Ministro do Interior, era amiga íntima de Marianne, pois ambas também tinham idades próximas.
Era originalmente próxima de sua própria família, mas era gananciosa e tinha uma cabeça melhor do que Marianne.
Enquanto Florin, que deveria ser a Imperatriz, estava nesta situação, Daphne entrou no palácio e se tornou uma criada.
Florin levantou-se de seu assento depois de tocar sua bela testa. Ela pegou um pequeno pedaço de papel e escreveu um bilhete para Naen.
—Por que fez isso ontem à noite?
* * *
Na manhã seguinte.
Assim que Astella olhou para o avô materno, ela o questionou sobre a noite passada.
Quando Astella perguntou, com raiva, seu avô materno também parecia surpreso.
— Aconteceu algo estranho?
— Não sabia o que aconteceu?
Astella pediu a Hannah para descobrir por que a erva estava na caixa de brinquedos de Theor.
O homem que pegou a caixa era o criado de seu avô materno.
— Seu pai me pediu um favor. Eu não sabia que colocaria isso dentro.
Seu avô confessou a situação com um olhar embaraçado.
Ontem, o pai de Astella, o duque de Reston, veio e disse seriamente que precisava da ajuda dele para reconciliar Astella e Kaizen.
A maneira como ele faria isso foi muito simples.
Enviar-lhe a pintura de Theor para lembrar Kaizen dos velhos tempos, e enviar algumas coisas de sua infância junto com Astella.
Relembrando sua infância e como cresceram juntos, até o passado quando ele a abandonou. Todas aquelas velhas lembranças o fariam se sentir culpado.
E por outro lado, ele pensaria que Astella queria fazer as pazes com ele, então Kaizen viria a ela primeiro para se desculpar.
— Foi tolice minha acreditar exatamente no que seu pai disse.
Os olhos azuis do avô materno tremiam de raiva. Astella murmurou calmamente.
— Fazer isso é a cara do meu pai.
Depois de contar tal história, colocou ervas que estimulam a gravidez na caixa. Seu avô materno perguntou um pouco preocupado.
— O que o imperador disse?
— Não muito. Ele sabia que era coisa do meu pai.
Bem, não era como se Astella fosse fazer algo assim. Seu avô suspirou.
— Me desculpe, eu fiz algo errado.
— Não. Estava apenas preocupado comigo. Desculpe pelo problema.
Astella tinha uma boa ideia do que seu avô materno havia pensado enquanto caia na conversa de seu pai.
Ele deve ter ficado nervoso porque seu relacionamento com Kaizen estava piorando.
— Mas graças a isso, Sua Majestade dormiu aqui pela primeira vez em muito tempo.
Ele passou mais uma noite no sofá na frente da sala.
— Você fez as pazes com Sua Majestade?
— Acho que não há nada a dizer sobre reconciliação… Mas… Sim, acho que sim.
Astella e Kaizen conversaram sobre isso e aquilo, falando principalmente mal do pai dela.
Ainda assim, foi um momento confortável entre os dois depois de muito tempo.
Astella, de repente, se lembrou de uma memória da noite anterior.
Ela acordou de madrugada e abriu a porta do quarto. Ainda era meia-noite, e estava escuro do lado de fora da janela.
A água fria da chuva umedecia o céu escuro da noite. Ela olhou para Kaizen sob o luar branco.
Estava dormindo profundamente no sofá. Ela não havia preparado um cobertor para ele, então ele não se cobriu com nada e simplesmente adormeceu.
Parecia que estava dormindo bem, mas hoje parecia estar frio.
O ar da noite estava gelado, talvez devido à chuva. Depois de pensar nisso nesse momento, Astella foi até o quarto e encontrou um cobertor no armário.
Ela cuidadosamente cobriu Kaizen com o lençol macio.
Tentou se virar depois que o cobriu, mas ele agarrou sua mão. Astella se virou, surpresa.
—Astella.
Sob a luz branca da lua, os olhos vermelhos de Kaizen eram visíveis.
Era um olhar sério e ansioso.
Astella tentou puxar a mão que ele segurava de volta.
— Tentei te cobrir com um cobertor… Me desculpe por interromper seu sono.
Dizendo isso, Astella desviou o olhar. Kaizen a deixou ir suavemente.
— Obrigado.
— Boa noite, Majestade.
Astella deu-lhe uma saudação formal e entrou no quarto, sem olhar para trás.
—Por enquanto, o imperador não deve mudar de ideia.
Ela estava pensando sobre o que aconteceu ontem à noite quando ouviu o lamento na voz do homem mais velho.
— Acho que enviaram uma nova mulher para o imperador.
— Sério?
Ela sabia que isso poderia acontecer um dia, mas não sabia que já estava acontecendo. As palavras sombrias de seu avô materno continuaram.
— Não pode ser evitado, não é? Se o imperador mudar de opinião, você e Theor estarão em perigo.
Isso era uma possibilidade? Chegaria o dia em que Kaizen se apaixonaria por outra mulher e desprezaria a ela e a Theor?
Não pensou que isso fosse possível em termos de personalidade de Kaizen.
Da mesma forma, devido à natural dureza implacável do caráter de Kaizen, não estava claro por quanto tempo ele continuaria a demonstrar afeto livremente a Astella e Theor.
— Vossa Majestade, a Imperatriz.
Então, de repente, Hannah entrou com um olhar urgente.
— Eu tenho algo para dizer.
Astella buscou a compreensão de seu avô materno e partiu com Hannah.
—Lady Florin enviou uma nota.
—Já?
Isso foi muito rápido. Ser forçada a se casar era tão aterrorizante para Florin.
‘Ter que entrar em um casamento forçado é uma coisa horrível.’
Astella, que sabia bem disso, não retaliaria assim, não importa o quê.
Se Florin a conhecesse bem, perceberia que isso era apenas chantagem.
Felizmente, Florin não sabia muito sobre Astella.
— Trouxe o bilhete?
— Aqui está.
Hannah puxou um pequeno pedaço de papel. Hannah pediu aos seus servos para vigiarem Naen.
Ela também sabia que Naen estava secretamente trocando notas com Florin.
Foi uma troca simples, uma serva do palácio externo estava indo para um local designado recolher as notas que Naen deixava ali.
Seria muito arriscado para ela se encontrar pessoalmente com a dama de companhia. Era assim que elas se comunicavam.
Hannah disse que roubou a nota com antecedência.
A nota que Hannah levava estava cheia de números desconhecidos.
— É um código.
Nenhum idiota escreveria as letras aleatoriamente enquanto se escondia notas no jardim. Astella olhou para o número na nota.
À primeira vista, parecia não haver conexão entre os números aparentemente alinhados.
— Nada passa de 300.
— Sim, será um livro?
— Talvez.
Escrever o número da página e ordem de palavras de um determinado livro como senha pode ser algo óbvio…
No entanto, Naen pode ter sido forçada a usar este método, já que ela foi inesperadamente arrastada para o palácio.
Não é como se tivesse tido tempo de inventar outro método complexo com Florin.
Então elas tiveram que recorrer a um método simples.
Astella olhou para Hannah e perguntou:
— Sabe que livros Naen tem?
— É possível que tenha trazido dois ou três livros na bagagem que enviaram da mansão.
— Traga-os aqui agora. Porque eu tenho algo para fazer.
Hannah entendeu o significado antes que Astella tivesse que explicá-lo.
— Vou ao quarto da senhorita Naen para encontrar o livro.
Depois de um tempo, Naen entrou na sala.
— Chamou, Vossa Majestade?
— Sim, senhorita Naen. Bem-vinda. Temos muito trabalho para fazer hoje.
Astella manteve Naen trabalhando por horas.
Na verdade, havia muito trabalho de verdade, então não havia necessidade de atuar.
Enquanto Astella olhava o relatório, ela escrevia ordens. Naen não teve dúvidas e trabalhou diligentemente como Astella lhe disse.
Ao vê-la trabalhar duro e silenciosamente, Astella sentiu um pouco de pena dela. Ela não sabia qual era a ordem, mas essa garota faria o que Florin lhe dissesse novamente, não importa o que fosse?