Como esconder o filho do imperador - Capítulo 115
Kaizen passou um tempo no Palácio da Imperatriz, se encontrou com Astella então voltou para seu palácio.
Pouco antes de voltar, ele encontrou Theor, brincou com ele e jantaram juntos.
Theor orgulhosamente escreveu algumas frases, dizendo que acabara de aprender hoje, embora sua caligrafia ainda fosse bem ruim.
Kaizen escondeu o riso e o elogiou por seu talento.
Foi bom ver o jovem Theor gradualmente se ajustando à vida aqui.
Por outro lado, nada mudou com a Astella. Tudo o que faziam todos os dias era conversar e à noite cada um se deitava em seu palácio.
O tema da conversa também era simplesmente contar o que aconteceu esse dia.
Atualmente, ele parecia ter mais assunto com Velian e outros oficiais do que com Astella.
Um casamento contratual devia ser mais ou menos assim. Ele não sabia quanto tempo suportaria para viver dessa maneira.
─ Majestade, eu trouxe seu chá.
Diante da voz estranha, seus olhos se voltaram para ela, e uma criada que Kaizen nunca tinha visto estava de pé.
Era uma jovem ruiva.
— Você é uma nova empregada?
Não sabia se era impressão, mas ele via essa empregada com muita frequência.
A empregada ruiva olhou para Kaizen. Seus olhos azuis brilharam com esplendor.
Ela era uma mulher bonita.
‘Não parece ter uma personalidade humilde.’
Ela foi escolhida pelo mordomo-chefe.
De repente, estão contratando uma nova empregada. Uma jovem tão bela.
Se ele não percebesse o que isso significava, seria um tolo.
‘Eles pensam que meu relacionamento com Astella está ruim. É isso que significa.’
Ele não sabia que eles fariam algo tão inútil tão rapidamente só porque Kaizen atuou de modo um pouco distante com Astella.
‘Não sabia que meus servos eram tão dedicados.’
Parece que todo mundo estava sem trabalho pra fazer. A partir de amanhã, a carga de trabalho deles aumentaria radicalmente.
─ Deixe isso e vá embora.
─ Como…?
A criada ergueu a cabeça, surpresa.
─ Disse para você ir.
Era um tom irritado, e a criada fez uma mesura novamente com uma cara sombria e saiu lentamente.
Depois de um tempo, um atendente se aproximou de Kaizen e abaixou a cabeça.
─ Vossa Majestade, o Príncipe enviou um presente.
─ Presente?
O atendente entregou-lhe uma pequena caixa.
─ Foi trazido pelo servo do Marquês de Calenberg. Parece que o príncipe pediu para dar isso a Vossa Majestade.
O que o criado trouxe foi uma caixa de madeira do tamanho de um palmo.
Aparentemente era uma caixa de brinquedos que estava na brinquedoteca de Theor.
Quando ele abriu, havia um papel dobrado ao meio.
─ Diz-se que a pintura foi feita pelo príncipe. Ele enviou para vossa majestade.
O assistente explicou com um sorriso.
A primeira coisa que Kaizen viu na pintura foi Theor e Astella.
Um cachorrinho e uma boneca, e um homem que parecia o marquês.
Em um canto estava um jovem que parecia o próprio Kaizen. Era uma imagem desajeitada desenhada por uma criança, mas era lindo.
Kaizen sorriu enquanto tocava a tinta seca e depois caminhou em direção ao assistente.
─ Vou deixar aqui. Encontre um porta-retratos.
O atendente ficou um pouco surpreso ao ouvir que o desenho seria exposto no gabinete do imperador, mas assentiu e saiu.
Kaizen colocou o papel sobre a escrivaninha e a caixa ao lado, mas ainda havia outra coisa dentro.
Um monte de ervas estavam amarradas no canto.
‘O que é isso?’
Kaizen puxou-o para fora.
Era um pequeno corte de grama seca e amarrada.
‘Por que isso está aqui?’
Theor estava brincando com essa caixa no jardim.
Então ele poderia ter deixado essas plantas cair enquanto brincava.
Kaizen supôs que era isso e pegou as ervas para jogar fora, mas um cheiro estranho passou por seu nariz.
‘Hum?’
Ele levou a grama seca ao nariz para sentir o cheiro. Era levemente perfumado.
Kaizen observou a grama por um momento. Era uma erva medicinal comumente usada por jovens senhoritas.
─ Vossa Majestade? O que é isso?
O servo, que voltou com um pequeno quadro, perguntou com um olhar curioso.
Kaizen levantou-se de seu assento sem responder.
─ Eu irei para o Palácio da Imperatriz agora mesmo.
Perplexo, ele voltou ao Palácio da Imperatriz para encontrar Astella.
* * *
─ Vossa Majestade, vai dormir aqui esta noite?
Theor perguntou, agarrando-se ao braço de Kaizen. Ele virou-se para Astella, com um olhar perplexo.
─ Sim
─ Oba!
Theor o abraçou alegremente. Ele deve ter ficado triste quando Kaizen voltava todas as noites para o palácio do imperador
Kaizen ficou um pouco envergonhado, mas abraçou Theor e deu-lhe uns tapinhas nas costas.
Astella, rápida, disse a Theor:
─ Theor, vá para o quarto primeiro. Eu estarei lá depois de um tempo.
─ Sim…
Theor apertou a mão de Kaizen enquanto fazia uma cara triste.
─ Vossa Majestade também!
─ Sim, entendo.
A empregada que recebeu o olhar de Astella se aproximou de Kaizen e pegou Theor.
Depois que a empregada desapareceu com Theor, Kaizen fez com que o servo que o seguia se retirasse dali.
Apenas Astella e Kaizen permaneceram no pavilhão do jardim.
─ Majestade, o que aconteceu?
Kaizen ficou momentaneamente sem palavras. Ficou surpreso ao encontrar a grama na caixa e correu para lá.
Mas na frente de Astella, não entendia porque sentiu tanta urgência.
Kaizen respondeu sem jeito, tocando a grama seca que segurava na mão.
─ Não é grande coisa…
Os olhos de Astella ficaram mais curiosos. Não era grande coisa, mas o trouxe ali tão tarde da noite.
Kaizen suspirou e mostrou o que tinha na mão.
─ Theor enviou uma caixa contendo isso.
Astella recolheu as ervas que ele lhe dera. Como era familiarizada com ervas, ela notou assim que a viu.
─ Isso é… angélica?
Angélica era uma erva medicinal que facilitava a gravidez. As senhoras casadas que desejavam ter filhos mantêm esta erva em reserva e comem todos os dias. Agora, Astella parecia confusa.
─ Acho que algo está errado. Não existe tal erva no Palácio da Imperatriz. Tenho certeza que sim. Não pode ter isso aqui.
Ela hesitou por um momento, e disse.
─ Sinto muito, Majestade. Eu acho que alguém simplesmente colocou isso aí por engano.
─ Bem, não sei se é só um engano.
─ O quê?
─ Seu pai veio hoje?
─…
Astela não respondeu. Kaizen zombou com um suspiro.
─ Isso é algo exatamente como o que seu pai faria.
O duque queria desesperadamente que Astella tivesse outro filho. Estava tentando dar a ideia a Kaizen.
Ele parece ter adivinhado por conta própria que, se incentivasse tais pensamentos, a relação entre os dois iria melhorar..
‘Mesmo para um nobre comum, seria algo desejável.’
A maioria dos aristocratas quer ter muitos filhos, inclusive para manter um bom relacionamento com suas esposas.
Uma família só pode prosperar se tiver muitos filhos.
No entanto, Kaizen não era um nobre comum, e este casamento não era um casamento comum.
Não havia chance de Astella querer ter um filho com ele novamente.
‘Isso nunca vai acontecer.’
Talvez fosse possível um dia. A relação entre os dois pode mudar no futuro.
Havia uma só esperança. Mas agora Kaizen entendia.
‘Não estou qualificado para manter essa esperança.’
─ Meu pai fez algo errado e perturbou Vossa Majestade. Eu me desculpo em seu lugar.
Astella entendeu a situação, e se desculpou com o rosto ainda envergonhado.
─ Não se preocupe com isso. Não é a primeira ou segunda vez que seu pai faz coisas inúteis.
O jardim ainda estava molhado da chuva.
Kaizen suspirou enquanto olhava para o canteiro de flores levemente enevoado.
─ As pessoas parecem ter entendido mal nosso relacionamento.
— Eu penso que sim…
Ele foi dormir no próprio palácio para não incomodar Astella. Em poucos dias, todos entenderam mal e fizeram coisas estranhas.
Ele sabia, mas era difícil viver no Palácio Imperial.
─ Vou ficar aqui hoje. Vim até aqui, e se eu voltar agora, haverá mais mal entendidos.
─ Sim, sinto muito, Majestade.
Astella estava vestida com um xale fino sobre o pijama em um jardim úmido.
Dentro do Pavilhão, onde uma lâmpada sutil revelou a imagem da camisola branca de Astella, ela parecia graciosa e esbelta.
Kaizen rapidamente voltou sua atenção e tentou cobrir o rubor em seu rosto.
─ Se não se sentir desconfortável, posso ficar aqui às vezes?
Astella olhou para ele um pouco surpresa. Kaizen rapidamente a acalmou.
─ Não se preocupe, vou dormir no sofá, como antes.
Ele se afastou de Astella e murmurou para si mesmo.
─ Eu sei que não sou qualificado para merecer algo mais.
─ …
Astella olhou para Kaizen silenciosamente.
Uma sombra foi refletida em seu rosto.
Talvez fosse a luz da noite, mas Kaizen parecia um pouco digno de pena hoje.
Ela suspirou e disse:
─ Faça o que quiser. Eu não me sinto desconfortável.
* * *
─ O que a Imperatriz disse?
Florin, que estava quieta na mansão, ficou furiosa quando ela ouviu sua criada trazer a nota que Nien enviou sobre o que viu no palácio da Imperatriz.
A Imperatriz a convidou para o banquete do Palácio Imperial e disse que lhe encontraria um casamento no lugar de sua mãe, a marquesa.
─ Que casamento?
Quando Florin ouvi isso, sua raiva disparou.
‘Vai se vingar de mim assim porque eu não tenho nenhuma forma de retaliar?’
Florin percebeu o que Astella estava pensando. Estava pensando em lhe forçar um casamento indesejado em troca do que aconteceu no passado.
Embora Florin tivesse um pai, Marquês, não poderia fazer nada se o imperador a obrigasse a casar.
Originalmente, o casamento de um nobre deve ser oficialmente aprovado pelo imperador.
Astella, tentando retaliar contra ela, não deveria lhe encontrar um bom casamento.
Florin tinha certeza de que seria forçada a me casar com um parceiro terrível.
‘Não posso suportar tal situação.’
Assim que a história do casamento foi divulgada, Florin perdeu a paciência. Ela ordenou à empregada.
─ Enviarei uma nota pedindo a alguém que entre em contato comigo novamente.