Como esconder o filho do imperador - Capítulo 110

A história contada pela empregada era simples. Kaizen brincou com Theor e depois o levou para o seu palácio.

Não apenas por um momento, ele disse que dormiriam lá juntos.

— Levou Theor para dormir no Palácio do Imperador?

— Sim, foi o que ele disse.

Kaizen de repente pediu a Theor para ir com ele para mostrar-lhe o Palácio do Imperador. Quando ele lhe disseram que ia mostrar-lhe o palácio, Theor o seguiu, deixando

apenas as palavras 

— Avisem a Imperatriz.

O cão de caça estava ao lado de Theor, então Kaizen também o pegou e foi embora levando-o com eles.

‘Por que ele fez isso…?’

Astella olhou para Hannah com olhos duvidosos. Hannah também trocou olhares com Astella, uma expressão incrédula.

Ela não acreditava que ele tinha levado a criança para dormir sem dizer nada. De repente, lembrou-se da discussão que tiveram sobre a questão da carta secreta no Palácio do Imperador.

Kaizen ficou chateado porque Astella cuidou da questão sozinha, sem lhe dizer nada.

Então, veio ao palácio da imperatriz por um tempo e saiu assim que ela chegou.

‘Poderia ir embora sozinho. Por que levou Theor?’

Astella conteve as sobrancelhas para não franzir a testa.

‘Não levou Theor para me deixar saber que estava com raiva, levou?’

Estava tão perplexa que não conseguia nem ficar com raiva.

Hannah, que estava ao lado dela, sugeriu baixinho.

— Vossa Majestade, eu vou para lá cuidar dele.

Astella voltou a si com essas palavras. Não havia ninguém em quem ela pudesse confiar no Palácio do Imperador.

Existiam muitos servos no Palácio do Imperador, e Astella ainda não tinha memorizado os rostos dos servos que atendiam o imperador.

‘Eu gostaria de pedir para Hannah trazê-lo de volta, mas…’

O Imperador levou o Príncipe ao seu palácio, então ela simplesmente não podia ir e trazer a criança de volta.

Astella assentiu com as palavras de Hannah.

— Sim, pegue o pijama dele e leve o seu ursinho de pelúcia.

Astella conteve sua irritação.

— Não se preocupe muito, Lady Astella. Eu vou ficar ao seu lado.

Hannah tentou tranquilizar Astella, mas ela não sentiu muito alívio.

Estava ainda mais zangada porque pensou que Hannah era a única que estava sofrendo.

—Obrigada, Hannah.

* * *

Os olhos de Thor brilhavam de admiração, ele observou o magnífico salão oval e os quartos esplêndidos e extravagantes.

O Palácio da Imperatriz, em que ele morava agora, era deslumbrantemente colorido, mas este era maior e mais majestoso.

— Você gostou?

— É maravilhoso! Eu nunca vi um lugar como este antes.

Kaizen riu da admiração sincera do menino.

— Mais tarde, você vai morar aqui.

Eram palavras com um significado profundo, mas o jovem Theor apenas sorriu.

— Onde Vossa Majestade vai morar então? Vai morar no Palácio da Imperatriz com minha mãe?

Kaizen riu.

— Haha. Eu gostaria de poder.

Theor parou e tocou os joelhos com o pequeno punho.

— O que está acontecendo? Sua perna doi?

— Um pouco.

Suas pernas doíam porque andavam há muito tempo enquanto caminhava, pelo palácio.

Kaizen carregou Theor e o levou até seu quarto. A cama já estava feita.

Kaizen deitou Theor na cama de cobertores macios de seda. O menino pegou o travesseiro da cama e o sacudiu.

— Você gosta da cama?

— É macia e cheira bem.

Kaizen passou a mão pelo cabelo de Theor. Ele não pretendia trazê-lo aqui.

Originalmente, estava pensando em voltar sozinho, mas depois de brincar com Theor, ele não queria deixar seu filho.

Kaizen ia do Palácio do Imperador para o Palácio da Imperatriz todas as noites. Para se encontrar com Astella, brincar com Theor e jantarem juntos.

Era uma rotina simples, mas estava acostumado a conviver com essas duas pessoas, embora seu relacionamento com Astella ainda fosse tênue, e ela se mantinha fria.

— Panqueca, olhe isso.

Theor estava mostrando a Panqueca a alça do dossel.

Ele o trouxe aqui de repente, mas felizmente, Theor estava muito feliz. Sentiu como se tivesse encontrado um novo lugar para brincar.

Theor, que estava se mexendo na cama, olhou para Kaizen, segurando seu travesseiro com os dois braços.

— Vamos dormir aqui?

— Sim, vamos dormir juntos nesta cama hoje.

Kaizen olhou para a cama macia, magnificamente decorada com enfeites dourados.

Ele não sabia quanto tempo tinha passado desde que tinha dormido em uma cama.

Desde o dia do casamento, ele dormia todas as noites no sofá do quarto em frente ao quarto de Astella.

Mesmo estando juntos todas as noites, Astella não chegou perto dele.

Kaizen era muito miserável na área romântica da sua vida. Não importa o quanto ele tentasse, Astella não confiava nele.

—…

Quando ele pensava sobre o que aconteceu durante o dia, seu coração ainda sentia frio.

A traição foi tão grande que não quis ver Astella hoje. Embora ele soubesse que não merecia se sentir traído.

Kaizen suspirou baixinho e sentou-se ao lado de Theor. O menino perguntou, puxando a bainha de sua roupa.

— Mamãe não está aqui?

— Astella deve dormir no Palácio da Imperatriz.

O mordomo do Palácio do Imperador bateu na porta e relatou.

— Vossa Majestade, a Imperatriz enviou uma criada.

Atrás dele estava uma moça de cabelos castanhos.

— Hannah!

Theor, que estava rolando na cama, levantou-se. A criada chamada Hannah fez um cumprimento.

— Sua Majestade a imperatriz me enviou para cuidar do príncipe.

Hannah entregou a Theor um velho ursinho de pelúcia.

‘Ele não confia em mim, então enviou uma criada.’

Kaizen, que estava pensando assim, viu Theor abraçando o ursinho de pelúcia desgastado e corrigiu seus pensamentos.

‘Bem, ele provavelmente se sentirá melhor com alguém familiar.’

— Sua Majestade, se me der licença, irei até a cozinha preparar a comida do príncipe.

— Sim.

Como fazia no Palácio da Imperatriz, a criada foi até a cozinha para supervisionar e preparar a comida de Theor.

Theor ainda era jovem. O motivo formal era que eles tinham que preparar um cardápio nutritivo para a criança.

Kaizen, porém, sabia que Astella mandava a empregada supervisionar o processo de cozimento para a segurança de Theor. Ele não confiava em nenhum dos servos daqui.

Hannah educadamente tentou sair.

Kaizen, que estava olhando para Hannah, disse impulsivamente.

— Espere.

Hannah parou e levantou a cabeça. Kaizen hesitou por um momento e então fechou a boca.

‘Astella disse mais alguma coisa?’

Ele queria perguntar se ela tinha alguma coisa para lhe dizer. Mas então ele pensou que era uma pergunta inútil.

Se tivesse algo que quisesse dizer, teria dito antes. Ou teria vindo para cá.

Kaizen percebeu que estava esperando a visita de Astella.

Ele pensou em trazer Theor e usar isso como desculpa para atraí-la. Mas Astella não veio.

Permaneceu em silêncio por um longo tempo, e a criada de Astella curvou-se educadamente.

— Vossa Majestade, por favor, pergunte.

— Nada. Pode se retirar.

* * *

Na manhã seguinte, Velian começou seu trabalho em uma atmosfera destroçada.

O evento da família Croychen ontem o deixou desconfortável.

Mas as novas notícias que chegaram esta manhã cobriram as da Família Croychen.

Ontem à noite, foi relatado que o Imperador teve uma grande briga com a Imperatriz.

— Isso é verdade?

Antes mesmo de começar a trabalhar, o ministro do interior deteve a Velian e olhou para ele com um olhar emocionado em seu rosto.

— Do que está falando?

Embora soubesse do que ele estava falando, Velian fingiu não saber.

— Ouvi dizer que Sua Majestade teve uma briga com a Imperatriz.

— Isso é possível?

Velian também ouviu os dois brigando na sala de recepção ontem.

Ele se perguntou se eles estavam fazendo isso porque tinham diferenças de opinião.

Naquela mesma noite, o Imperador foi ao Palácio da Imperatriz, mas voltou ao próprio Palácio pouco depois.

Ele até trouxe o pequeno príncipe com ele.

‘Já nem sequer age mais como o marido da casa.’

Por que trouxe o príncipe? Velian balançou a cabeça silenciosamente.

O Imperador fez algo que tornaria a situação de Astella complicada. Mas ele não podia dizer isso diretamente a Kaizen.

— Não sei o que ouviu, mas isso não é verdade.

— Dizem que houve uma discussão forte. Quanto tempo eles estão casados?

O ministro do Interior de meia-idade suspirou tristemente.

— É muito triste. Sua Majestade o Imperador deve estar muito triste.

O outro ministro ao lado dele acrescentou.

— Sua sobrinha voltou para a capital? Ouvi dizer que estava no interior.

— Voltou não faz muito tempo.

— Ela já chegou à maioridade, certo? E não era casada?

Velian pressionou a língua na boca enquanto ouvia a conversa dos ministros.

‘Essas pessoas têm ideias inúteis.’

Ontem, eles tentaram ficar bem na frente da Imperatriz, e agora todo mundo estava falando da sobrinha do ministro do interior.

— Não vai funcionar.

Todos os olhos estavam em Velian. Ele disse lentamente.

— Sua Majestade está muito apaixonado pela Imperatriz. Se continuarem insistindo em tal absurdo, Sua Majestade não os perdoará.

Os ministros assentiram para o comentário, mas não desistiram tão facilmente.

— Eu acho que sim. Mas nunca se sabe. Isso é por enquanto, mas o relacionamento entre marido e mulher pode desaparecer em um instante. Não deveríamos nos preparar para quando isso acontecer a partir de agora?

— Se preparar?

O ministro do Interior se aproximou com um olhar sério.

— Sua Majestade a Imperatriz tem autoridade demais.

— A Imperatriz só está no palácio há cerca de um mês.

— E ela já está envolvida nos assuntos do Palácio do Imperador.

O Ministro do Interior baixou a voz.

— A Imperatriz destruiu os Croychen em apenas um mês. O que acha que vai acontecer se a Imperatriz tiver mais poder?

Claro, o duque de Reston subiria ao poder novamente.

— Achamos que precisamos de alguém para controlar a imperatriz.

— …

Sua Majestade a Imperatriz estava ficando fora de controle, então eles poderiam precisar de alguém para detê-la.

Astella, logo que se tornou a Imperatriz, começou a trabalhar com seu pai, o duque, e destruiu os Croychen, seus inimigos.

O duque de Reston, mais uma vez, começou a recuperar seu poder. Velian não queria isso.

— Então vocês querem arrumar uma amante para o Imperador?

A expressão atrevida de Velian fez o ministro do Interior franzir a testa.

Nobres e plebeus não tinham permição, mas o imperador era legalmente autorizado a ser polígamo.

‘Outra mulher…’

Velian não achava que havia muita esperança nisso, mas como disse o Ministro, se houvesse uma oportunidade, deveriam fazê-lo agora.

Se os dois estavam brigados e a outra mulher aparecesse nessa brecha, o Imperador poderia dar uma olhada nela.

‘Mas existe uma mulher com quem Sua Majestade se preocuparia mais do que a Imperatriz?’

Era impossível?

Velian, de repente, se lembrou de Astella, que havia traçado uma linha contra ele quando estava com raiva porque ele a questionou.

— Então, tem alguma candidata que vale a pena?