A Vilã, Cecilia Sylvie, decidiu se travestir - V2 03 - A primeira ação do assassino?! (3)
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“O que está acontecendo?” – perguntou Gilbert, aproximando-se de Cecilia enquanto ela espalhava sobre a escrivaninha o mapa que havia sido trazido.
“Encontrei Ticky e Bernard aqui”, disse ela, apontando para o anel mais externo dos círculos concêntricos que compunham o layout de segurança. “Gil, se eu andasse normalmente daqui até aqui, quantos guardas eu encontraria?”
“Entre um e sete.”
“Quais são as chances de eu encontrar apenas um?”
“Não seria impossível, mas as chances seriam bem baixas. Eles deveriam estar fazendo rondas em suas áreas designadas. Ah, é isso que você quer dizer?”
Ela apreciou a rapidez com que ele entendeu. Uma carranca apareceu em seu rosto. “Deixe-me dar uma olhada”, disse ele e saiu da sala.
“Então? O que isso significa?!” gritou Jade, que estava ouvindo, olhando para o mapa com total confusão.
Cecilia continuou sua explicação. “Tanto Oscar quanto eu só encontramos o guarda no anel de segurança mais interno enquanto íamos daqui para lá. Foi a mesma coisa voltando. Encontramos apenas um único vigia em toda a zona que vai desde atrás da casa até onde termina a segurança. Você acha que isso deveria ser estatisticamente possível?”
“Pegando emprestada a frase de Gilbert, as chances de isso acontecer seriam muito baixas”, Jade concordou, parecendo nervosa com a atmosfera ansiosa.
“Um evento estatisticamente improvável não se repetiria com tanta frequência. Mas incluindo na viagem de volta, ao todo já passamos por isso três vezes”, disse ela.
“Uma vez é uma coincidência. Duas vezes é um milagre. E três vezes é o destino…” – Dante murmurou, entendendo o que ela queria dizer.
“Em outras palavras, é altamente provável que vários dos seus guardas tenham sido removidos dos seus postos”, acrescentou Mordred.
“Sim”, concordou Cecilia com um aceno firme.
Quando Gilbert disse que iria procurar, ele quis dizer que iria procurar os guardas desaparecidos. Mortos ou inconscientes, deviam estar em algum lugar daquela floresta.
“Então isso significa que Lean foi sequestrada, não é? Por quem? Para onde ela foi levada?!” Huey exigiu.
Enquanto Cecilia olhava para o diagrama, lembranças de sua vida passada voltaram rapidamente. Tudo isso devia estar de alguma forma relacionado ao Assassino.
Algum tipo de evento envolvendo eles ambientado em um bosque ou floresta…
Cecilia passou o dedo pelo mapa. O Assassino devia ter sequestrado Lean depois de entrar e remover os guardas. Mas a floresta era grande. Não havia como ele simplesmente vagar no meio deles ao acaso.
‘Lembre-se, lembre-se, lembre-se!’ ela se ordenou, desesperadamente. Nos Bad Ends do jogo, o Assassino assassinou Lean em inúmeras zonas portuárias e florestas. Mas entre eles, tinha que haver algum tipo de lugar específico onde ela seria levada, um local que só poderia ser nesta região.
De repente, Cecilia deu um tapa no mapa.
“Já sei! Está aqui!”
“O quê?”
“Lean está aqui!” ela gritou, apontando para uma caverna de calcário ainda mais longe do local onde ela encontrou Ticky e Bernard.
No jogo, Lean era atacada nesta caverna quando o jogador não conseguia entrar na rota romântica de nenhum personagem e quando faltavam os pontos de afeto necessários para chegar no final da amizade.
De repente, ela recebia uma carta suspeita solicitando que ela fosse para um determinado local. Sem pensar muito, ela ia até o local e era sequestrada. Então ela acordava na caverna, quando alguém apunhalava sua barriga e acabava com sua vida.
E como a caverna onde encontravam o corpo dela ficava na propriedade da Casa Sylvie, Cecilia se tornava a principal suspeita, ia para a prisão e era executada.
Certamente não era coincidência que o Assassino matasse Lean em uma gruta do território de Sylvie.
Ele deve ter deduzido que, ao assassinar Lean ali, isso também causaria repercussões em Cecilia. Dessa forma, outra candidata a Donzela Sagrada morreria sem que ele sequer levantasse um dedo. Também vinha com o benefício adicional de atribuir a totalidade do crime a Cecilia.
“Dante!” ela gritou. Ele estava bem ao lado dela, então ela puxou sua manga. “Você é o mais rápido de todos nós, não é?! Vá para lá imediatamente! Conversaremos mais tarde!”
“Sim.”
“Ah, mas tome cuidado, porque pode ter alguém com uma faca lá dentro!”
“…”
Depois de franzir o rosto com relutância, ele bagunçou o cabelo de Cecilia e respondeu: “Tudo bem.”
Por um segundo, ela se perguntou por que ele estava olhando para ela como uma irmãzinha, mas antes que ela pudesse perguntar, ele foi embora.
“Dante, eu também vou!” gritou Huey, correndo atrás dele.
“Eu não quero ninguém me atrapalhando, entendeu?”
“Isso não será um problema!”
Afinal, ambos eram ex-assassinos treinados. Ninguém poderia superá-los em agilidade e capacidade de se ocultar. Eles mergulharam na floresta, saltando pedras e balançando nos galhos das árvores. Num instante, eles desapareceram de vista.
“Jade, você pode vir um pouco mais tarde. Traga cobertores e um kit de primeiros socorros para quando a encontrarmos!” ordenou Cecilia.
“Tudo bem!” ele respondeu.
“Dr. Mordred e Oscar, vocês vêm comigo! Assim que encontrarmos Lean, ela poderá precisar de tratamento médico imediato!”
“Entendido.”
“Entendi.”
* * *
“Lean!”
Quando Cecilia chegou à caverna, Lean já estava embalada nos braços de Huey. Ela estava inconsciente e ao seu lado havia cordas cortadas e um pedaço de pano que devia ter sido usado para amordaçar sua boca. Sua pele estava mortalmente pálida por ter sido deixada em um lugar tão frio e seus lábios estavam azuis.
Mordred, que chegou ao mesmo tempo que Cecilia, correu até ela e começou a curá-la com seu Artefato Sagrado imediatamente.
“Precisamos começar aumentando a temperatura corporal dela”, relatou ele. Um leve brilho a envolveu quando a cor começou a retornar à sua pele.
Cecilia se inclinou para perto dele.
“Como ela está, doutor?! Ela vai ficar bem?!”
“Ela não tem nenhum ferimento externo. Também não parece que foi envenenada. Acho que ela simplesmente desmaiou”, respondeu Mordred, conduzindo um exame minucioso.
Cecilia deu um suspiro de alívio. “Ah, estou tão feliz.”
Huey deve ter se sentido da mesma forma, porque caiu para trás de puro alívio.
Mas mesmo assim, ele ainda segurava Lean com força nos braços.
‘Mas, por quê…?’
Por que o Assassino não matou Lean? Se ele tivesse acabado com ela lá, poderia atribuir todo o crime a Cecilia…
Então ela colocou a mão sobre os lábios franzidos.
‘Ah, mas neste mundo, o Assassino não sabe que sou uma candidata a Donzela Sagrada.’
Ele não tinha motivos para fazer parecer que ela era uma assassina. Além disso, ao contrário do jogo, Cecilia e Lean eram boas amigas, então não pensariam que a morte dela era culpa de Cecilia simplesmente porque aconteceu no território de Sylvie.
‘Então o Assassino não podia culpar mais ninguém, e estava prestes a matar Lean aqui só porque…’
Era difícil acreditar que o Assassino hesitaria em atacar uma candidata a Donzela Sagrada quando ela estava bem na frente dele. Pelo menos, ele nunca hesitou em assassinar uma candidata no jogo Otome.
Na verdade, geralmente, ele apenas adiava o assassinato quanto exisita a chance de incriminar outra pessoa. E no jogo, invariavelmente essa pessoa era Cecilia.
‘Então o Assassino também está tentando culpar outra pessoa desta vez?’
Foi quando ela ouviu um grunhido animalesco vindo de algum lugar.
Ela olhou para cima e encontrou sombras negras na entrada da caverna.
‘Cães selvagens?!’
Ela ofegou. Era a matilha de cães que as Obstruções possuíram durante o acampamento da escola. Eles direcionaram seus olhos vermelhos vidrados diretamente para o grupo de Cecilia, rosnando ameaçadoramente. Uma névoa negra emanou de seus corpos.
“Ei, doutor, encontrei o que você estava procurando”, comentou Dante alegremente enquanto se voltava para Mordred – cujo rosto ficou pálido ao contemplar a cena diante dele.
“Cecilia, esconda-se”, insistiu Oscar, movendo-se na frente dela de forma protetora. Ele já estava segurando seu Artefato Sagrado com força.
‘Oh, entendi…’
Cecilia foi a única que entendeu o que isso significava – que o Assassino estava tentando atribuir a culpa a outra coisa. Se cães selvagens rasgassem Lean em pedaços com os dentes, então a morte seria considerada puro acidente; não poderia ser culpa de ninguém.
‘Mas isso significa que o Assassino é…’
Só então, um dos cães veio deslizando em sua direção com um grito estridente. Depois de se virar, ela viu que o animal já estava inconsciente e a névoa negra ao redor havia se dissipado.
“Ah, cara, eu gostaria de ter ganhado um artefato tão legal como o do Oscar”, lamentou Dante.
O ataque do príncipe herdeiro conseguiu romper a Obstrução. Empunhar uma lâmina que poderia cortar apenas as coisas que ele queria era incrivelmente conveniente.
“Se você tem tempo para comentar, use-o para pensar em um plano ou algo assim! Há muitos para eu cuidar deles sozinho!” Oscar gritou.
“É verdade”, respondeu Dante, tranquilo como sempre. As feras os cercaram, mas ele parecia mais relaxado do que nunca. “Acho que agora será a hora do meu artefato brilhar.”
‘É mesmo, o Artefato Sagrado de Dante é-’