A Relação simbiótica entre uma lebre e uma pantera negra - Epílogo

Parando em um mercado no território das lebres para comprar uma boneca, Edith esticou a mão para o menino que estava teimosamente sentado no chão.

“Ahin, tem que se levantar. Suas roupas vão ficar sujas.”

Ahin afastou a grande mão com um tapa e falou.

“Não vou sair daqui. Decidi virar um coelho e viver aqui de agora em diante.”

Ele expressava com todo o corpo que não voltaria ao território das panteras negras, ainda que isso o matasse.

“O que há com vocês dois?”

Sem entender a razão, Evelyn alternativa o olhar entre Ahin e Edith, que estavam no meio de uma guerra fria.

“Por que quer virar um coelho, Lorde Ahin? Você é o pantera negra mais pantera negra que o mundo já viu.”

“Evelyn, cala a boca.”

“Sim.”

Evelyn, virando a balança da discussão a favor de Edith, puxou Ahin pelo tornozelo. Era um trabalho de um secretário mirim evitar que seu mestre fosse extraviado.

“Bem, Lorde Ahin-que-quer-ser-um-coelho. Vamos voltar ao território das panteras negras. Como pode ser um coelho com caninos tão pontudos assim?”

“Isso não vem ao caso!”

“Oh!”

“Evely, que foi empurrado por Ahin, caiu como uma boneca de trapos. Edith, puxando os cabelos de frustração, olhou ao redor. Vários transeuntes assistiam a cena.

A emoção em seus olhos lilás era claramente medo dos predadores. Edith virou sua atenção para uma loja de brinquedos, não muito longe dali.

“Se Ahin não quer a boneca de coelho, não há o que fazer. Comprarei uma para mim mesmo. Evelyn, quer algum brinquedo também?”

“Em vez disso, quero me tornar o secretário da Senhora Valence. É importante começar no cargo certo desde o começo.”

“Você tem visão de futuro…”

“É tudo graças à educação que recebi em casa.”

Edith caminhou para a loja, lidando com o ambicioso Evelyn. Depois de um tempo, ele ouviu os passos de Ahin, que tinha se acalmado, o seguindo.

“Sejam bem-vindos.”

Ahin e Evelyn, ao entrar na loja, imediatamente correram para olhar os brinquedos. Apesar de fingir serem maduros, eles só tinham 4 anos de idade, afinal.

Edith, sorrindo, avistou um boneco de pantera negra na ponta de uma prateleira. Naturalmente pegando-o, ele se sentiu angustiado.

A expressão do boneco era de pura arrogância, o lembrando de alguém que conhecia.

“A mamãe não gosta de bonecos.”

Ahin, se aproximando sem que ele percebesse, falou com um tom crítico.

“Se você der uma boneca a ela, especialmente uma feia como essa, ela vai atirar na lareira.”

“É mesmo?”

“Bem, mas se for um presente do papai, ela pode ficar feliz ainda assim. Porque mamãe gosta muito do papai.”

Pausando por um momento, Edith negou com a cabeça.

“Não creio. Eu gosto muito mais de Valence que ela de mim.”

“Não. Como o papai falou da última vez, quando se gosta de algo, isso automaticamente faz você sorrir. A mamãe sempre fala para eu controlar minhas expressões faciais, mas toda vez que ela vê o papai, vira a cabeça para o outro lado para sorrir em segredo.”

“É mesmo..?”

“Sim, e os ombros dela ficam tremendo.”

Ela provavelmente estava rindo. Edith, com um olhar vago, ficou com as orelhas levemente coradas. O fato de que tinha descoberto isso através de Ahin fez seu coração apertar. Não importa o quanto tempo passasse ao lado de Valence, ela ainda era difícil de entender.

Apesar de ter construído uma certa confiança ao longo dos anos, a atitude dela era tal que parecia que poderia banir Edith da mansão a qualquer momento se assim decidisse. Ela era uma líder de clã até os ossos.

Depois de afastar os pensamentos de Valence, que ocupava a cabeça dele toda vez que surgia um tempo, ele voltou sua atenção para a boneca de coelho que Ahin segurava nos braços.

“Vai levar essa?”

“Sim. Vamos voltar para o território das panteras negras. Está bem, porque eu já fiz uma promessa com a coelha que conheci na mansão Amon.”

“Promessa? Que promessa?”

“Que vamos nos ver novamente. Ela quer isso, também.”

A atitude de Ahin, que estava fazendo birra há poucos minutos, era estranhamente calma. Edith, se sentindo ansioso, perguntou com cuidado.

“Tem alguma razão pela qual você tem que encontrar aquela coelha outra vez?”

“Sim, para comê-la… Não, quero dizer, levá-la para casa.”

“Você acabou de dizer que quer comê-la…”

“Não falei isso. Ela é frágil e poderia se machucar.”

Ahin, com cuidado, colocou a boneca de coelho dentro de seu bolso.

Edith, vendo a protuberância na roupa de Ahin, ficou sem fala, com os lábios tremendo. Seria possível que ele pegasse a coelha sem machucá-la, em primeiro lugar? Ele se sentiu conflitado.

“Ahin, você não pode comê-la. Me prometa.”

“…”

“…Não cruze os dedos.”

Edith não conseguia afastar a sensação de que havia algo errado com seu filho. Ele só podia esperar que a coelha conseguisse evitar a grande armadilha que era Ahin.

Sem nem imaginar os sentimentos do pai, Ahin levantou a boneca.

“Se eu não a encontrar, vou sair e procurar por mim mesmo.”

E, depois de muitos anos, na floresta fronteiriça, Ahin, erguendo uma bola de algodão que mal daria para encher o buraco do dente de uma besta, ergueu as sobrancelhas. Por alguma razão, a imagem de seu pai, pedindo que prometesse algo com um rosto severo, flutuou em sua mente.

Então, Ahin, a segurando com delicadeza, falou as seguintes palavras.

“Uma coelha bebê…?”

A Relação Simbiótica entre uma Coelha e uma Pantera Negra

Fim

N/T: Essa foi a primeira novela que traduzi, e aprendi muito com ela sobre MTL. Foi um ano e um mês de boas memórias, e agradeço por tudo.

P.S.: autora, você faz sacanagem com Rune, vai ter gente reencarnando no seu livro para salvá-lo do sofrimento no futuro.

N/R: Revisar todos esses 170 capítulos foi como uma leitura gostosa pra mim. Estou muito feliz e triste por termos chegado ao fim da novela. Muito obrigada Nopa, pelo incrível trabalho na tradução e vocês leitores que nos acompanharam até o fim!

Tradução: Nopa.

Revisão: Holic.