A Relação simbiótica entre uma lebre e uma pantera negra - Capítulo 164
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- Capítulo 164 - História Extra 2
Ahin se desvencilhou e abraçou Vivi com força.
“Se você fosse uma doninha ou um guaxinim, seria mais resistente do que é agora.”
Vivi, entendendo o que ele estava tentando dizer, suspirou. Já que ela ia dar a luz ao filho de um homem-besta predador com o corpo de uma herbívora, era claro que Ahin estava preocupado com eventuais complicações no parto.
No entanto, ela tinha feromônios de cura e a habilidade para usá-los em si mesma, o que eliminava a necessidade de se preocupar. Vivi puxou a mão de Ahin e a colocou em cima de sua barriga.
“Você acha que o bebê será um coelho ou uma pantera negra?”
Ahin, sem responder, acariciou a barriga de Vivi em movimentos circulares. Era um toque tão cuidadoso como quando ele tocava o nariz de Vivi quando ela era uma coelha bebê.
“Bem. Seja o que for, darei o mundo inteiro para ele.”
Vivi, que não esperava uma resposta tão grandiosa, fechou a boca. Por causa do sorriso puro de Ahin, ela não podia encarar aquilo como uma piada. Ela gaguejou, sentindo um suor frio.
“D-Dizer que irá protegê-lo seria o suficiente…”
“É mesmo?”
A mão de Ahin se moveu da barriga dela para o cabelo de Vivi, segurando uma mecha. Ele sorriu suavemente enquanto beijava o cabelo branco.
“Então, eu te protegerei.”
“…”
“Assim como você fez comigo.”
Apesar de não ser nada demais, Vivi, cujo coração estava acelerado, olhou para Ahin. Os raios de sol passando pela janela iluminavam seus longos cílios.
Logo, os lábios deles se encontram naturalmente. Ahin acariciou gentilmente a coxa de Vivi, que estava em cima de sua perna. Era um toque suave, como uma pétala, em comparação com como ele costumava cravar as mãos dela, como se estivesse faminto e devorando-a.
Os lábios dele se afastaram enquanto Vivi ofegava. Enquanto ela evitava o olhar dele, Ahin sorriu.
Sua pele branca contrastava com as bochechas vermelhas, os olhos lilás claro estavam trêmulos e os lábios, apertados com força. Isso fez com que o estômago de Ahin fervesse e se revirasse. Mesmo brava e irritada, ela continuava adorável.
Sentindo um calor no estômago, ele desarrumou com força o cabelo prateado. Era um ato para resistir ao impulso de deixar marcas em todo aquele corpo, o que certamente faria com que a coelha assustada fugisse.
Vivi, afastando-se dos olhos cheios de desejo, olhou para o relógio de mesa. O ponteiro, que tinha sido rebobinado para o meio-dia, apontava para a uma da tarde outra vez.
“Já está tarde. Tenho que ir agora, de verdade. Meimi estará me esperando…”
“Vou junto.”
“Você fica e trabalha.”
Vivi, o descartando cruelmente, saiu do gabinete. Ela não conseguia acompanhar a obsessão de Ahin, que crescia a cada dia.
“…”
Ahin, ficando sozinho, enterrou o rosto nas mãos. Mais uma vez, ele não tinha conseguido impedir Vivi de exercer seu novo hobby.
Há um mês, sua consultora pré-natal tinha recomendado que ela adotasse algum hobby para ajudar psicologicamente na preparação para o parto.
‘Espero que ela não se machuque…’
Ahin, que se levantou, nervoso, se grudou na janela. O campo de treinamento para onde Vivi tinha se dirigido podia ser visto.
Arte, música, leitura, bordado, transcrição, e muitos outros. Entre todas as opções de hobbies seguros que existiam, Vivi escolheu nada menos que arco e flecha.
***
“Abra um pouco mais as pernas e mantenha as costas retas.”
Seguindo as instruções de Meimi, arrumei minha postura e puxei a corda do arco. Escolher arco e flecha como um hobby foi uma opção óbvia, quase instintiva.
O que esse bebê enorme crescendo em minha barriga estava me causando? Nunca tinha querido tocar em uma arma antes, mas assim que vi um arco que um cavaleiro carregava, tive uma necessidade enorme de usar um também.
Encarando o alvo no meio do campo de treinamento, abaixei o arco, apressada.
“Meimi, tem uma criança no meio dos arbustos!”
“Como? Não pode ser…”
Meimi, que estava negando com a cabeça, endureceu a expressão. Foi porque ela viu um farfalhar entre as plantas.
“Se afaste, por favor.”
Ela sacou a adaga, para garantir, e se aproximou do arbusto, apagando sua presença. Quando a distância estava mínima, de repente algo rosa saltou para fora do arbusto. Vendo a criança, Meimi relaxou e guardou a adaga no avental outra vez.
“É o jovem mestre Heinz Manionz.”
“Manionz…?”
“É o filho mais velho da líder Reona Manionz.”
Talvez essa fosse a criança que ela queria unir à casa Grace em um noivado. Abaixando o arco, me aproximei do menino e me abaixei para olhá-lo. Ele era muito pequeno, mas tinha que ter, no mínimo, três anos de idade.
“Pffft. O bisneto de Ezran se humanizou definitivamente. Ele veio visitar, então imaginei que viria para se gabar de algo!”
Me lembrei vagamente do vovô comentar isso, irritado porque o Lord Ezran ainda vinha visitar a mansão Grace.
Como se para provar que era um descendente dos Manionz, o menino tinha cabelo rosa-claro e olhos dourados. No entanto, ele tinha cabelos muito lisos, em lugar dos cabelos cacheados, que eram o símbolo da família Manionz.
E, devo dizer que, apesar de ser uma criança, seus olhos pareciam estranhamente mortos? Era uma expressão que parecia dizer que nada nesta vida fazia sentido.
“O que faz aqui, sozinho? Veio com o Lorde Ezran?”
Percebi depois que tinha usado linguagem informal, mas o menino respondeu como se não ligasse.
“O vovô Ezran e o vovô Lillian estão perdidos. Eles estavam brincando de esconde-esconde comigo.”
“Os vovôs se perderam…?”
“Eu já me cansei disso, mas eles ficam insistindo em jogar de novo e de novo, aaargh.”
Ele era quem devia ter se perdido, e não eles. Ofereci minha mão, entendendo a pronúncia dele, apesar da dicção ruim devido à sua língua curta. Os avôs deviam estar procurando desesperadamente por ele.
“Você não veio com nenhum cavaleiro escolta?”
“Eles estão perdidos.”
“…Então vamos procurar os vovôs juntos?”
“Senhora, você tem olhos lilás. Você é uma lebre? Vai me bater? Por favor, não faça isso.”
Me sentindo um pouco triste pela inexplicável antipatia do menino com coelhos, o olhei.
“Por que diz isso?”
“A coelha que o meu tio cria tem um humor muito ruim. É muito má.”
“Tio?”
“Ele se chama Rune Manionz. O conhece?”
Quando eu ia responder, ouvi a voz de Lorde Ezran gritando desesperadamente.
“Heinz, bebê! Saia de onde estiver!!”
“É o vovô!”
O menino, se alegrando visivelmente, começou a andar desajeitado, com suas pernas curtas. Apesar de falar com confiança, ele parecia estar assustado por estar sozinho em um lugar desconhecido.
Enquanto eu o olhava se afastando, ansiosa, o menino, cambaleando, parou e virou para trás.
“Ei, você tem 4 feromônios dentro da barriga.”
“Como?”
Senti como se tivesse ouvido uma história de terror, e mal consegui responder.
“Como sabe disso? Não faça brincadeiras…”
“Posso ver. Não é mentira.”
Sorrindo, o menino voltou a caminhar vigorosamente para a direção de onde tinha saído a voz de Lorde Ezran.
‘Ele quer dizer que o bebê tem 4 feromônios? Ou mais de uma criança vai nascer?’
Era difícil de acreditar, mas a identidade e linhagem do menino eram fortes demais para serem ignoradas como uma brincadeira infantil. Parecia que ele tinha alguma habilidade para detectar feromônios.
“Não pode ser…”
Senti uma tontura e minhas pernas perderam a força. Quando recebi o suporte de Meimi, que se aproximou rapidamente, as costas do menino estavam tão distantes que pareciam um pontinho.
E, após a passagem do ano, surpreendentemente, eu dei a luz a gêmeos. Um menino e uma menina, e cada um possuía ambos os feromônios de cura e de dominação.
***
Voosh, voosh. Uma tempestade de neve sacudia as janelas, parecendo que ia quebrá-las. O sol tinha se posto há muito tempo.
Ahin trouxe uma cadeira para perto da cama e se sentou, olhando para Vivi, que dormia. Naquela manhã, ela tinha feito um boneco de neve devido à insistência de Shu e Bion, mas começou a tossir assim que entardeceu.
Depois de uma tosse seca, ela começou a ter febre. No fim, tinha ido deitar e finalmente adormeceu com a chegada da noite. Mesmo o poderoso feromônio de cura não tinha tido muito efeito.
Ahin, olhando-a preocupado, percebeu que no cobertor de Vivi havia uma protuberância suspeita. Assim que ele o levantou, uma Ash escondida foi revelada.
“Ash, desça daí enquanto ainda estou sendo bonzinho.”
Ash, não cedendo perante a ameaça de seu mestre antigo, rosnou baixinho. Pensando que manter o corpo de Vivi aquecido era uma coisa boa, Ahin desistiu e voltou a cobri-las com o lençol.
Respirando fundo, ele pensou nos gêmeos, que dormiam no quarto do lado. Ele tinha esquecido de ir dar o beijo de boa noite de sempre neles, por causa da doença de Vivi.
Já fazia três anos que os gêmeos tinham nascido. Nesse curto tempo, apesar de mal serem capazes de andar, eles tinham capturado todos na mansão Grace.
Eles mandavam em Ahin com o dedinho do pé, tinham toda a afeição de Valence e transformaram Lillian, que tinha relutância em demonstrar afeto, em um avô coruja que se declarava o tempo todo.
Muitas vezes Ahin escutava Evelyn e Quinn brincando de “achou!” com eles, mas, quando entrava no local, eles estavam olhando para a janela, como se nada tivesse acontecido.
E isso tudo era enquanto ambos ainda estavam em suas formas animais. Depois que se humanizassem, era claro que tudo ficaria ainda mais intenso.
Vivi começou a se revirar enquanto dormia, fazendo Ahin franzir as sobrancelhas.
“Está sentindo dor?”
Enquanto ele dava tapinhas em Vivi, para confortá-la, Evelyn bateu na porta, o incomodando, e falou em tom urgente.
“Lorde Ahin, creio que deve vir comigo agora.”
Vivi estava dormindo e ele tinha avisado para não fazerem barulho. Ahin saiu do quarto em silêncio e apontou a espada para o pescoço de Evelyn, sussurrando.
“Onde prefere que eu faça o corte?”
Evelyn, sentindo sua vida se esvair, apontou desesperado para o quarto ao lado e formou palavras com os lábios, sem emitir nenhum som.
<Humanização. Bebês. Começou.>
Ahin, compreendendo tudo com essas três palavras, arregalou os olhos. Ele olhou nervosamente para Vivi, que estava dormindo, e para o corredor, onde Meimi já estava de prontidão.
“Se Vivi acordar, me chame de imediato.”
Deixando Meimi para trás, Ahin olhou para Ash, na cama.
“Cuide dela.”
Assim que ele deu a ordem, Ash respondeu com um miado. Ele não sabia se ela tinha entendido ou não. Então, esquecendo que suas roupas estavam todas amassadas, Ahin correu para o quarto ao lado.
As crianças estavam com febre, que tinha começado do nada. Isso significava que sua humanização definitiva poderia acontecer a qualquer momento.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.
Vanny
Eu não consigo parar de sorrir
Lucien
Ahhhh queria ter visto o parto, o ahin super preocupado kkkk e quero saber se o sonho do ahin tava certo