A Relação simbiótica entre uma lebre e uma pantera negra - Capítulo 156
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- Capítulo 156 - História Extra 1
Não levou muito tempo para que Evelyn, usando uma escada, conseguisse sequestrar Ahin. Ele o levou até o bosque próximo ao dormitório e, se escondendo no meio do mato, virou o bebê pantera de barriga para cima.
Vendo suas patas viradas de cabeça para baixo de repente, Ahin começou a se contorcer violentamente.
“Que triste, ver meu mestre neste estado vergonhoso…”
Evelyn, vendo que Ahin estava brilhando devido aos bons cuidados de Vivi, falou, sem hesitar.
“Este Evelyn o salvou, então não precisa mais se preocupar.”
<Está pedindo para morrer?>
Ahin rosnou, mostrando os seus pequenos dentes. Era óbvio que Evelyn estava se aproveitando de seu estado indefeso.
<Além do mais…>
Ahin, com muito ódio, apontou com a pata dianteira para Alan Fredian, que estava esperando no bosque e agora os observava.
<Por que diabos você trouxe ele?>
“Não se lembra, meu Lorde? Esse é Alan Fredian. É atualmente o vice-presidente do conselho estudantil da Academia.”
<Não quero saber quem é ele! Por que trouxe justamente Aulong?>
Desde o começo, e até morrer, Ahin estava destinado a odiar Alan, e seguiu apontando para ele.
“Nos encontramos por acaso e ele se ofereceu para ajudar. Graças a isso, consegui localizar a Professora Karen rapidamente.”
Mais uma vez incapaz de interpretar corretamente, Evelyn continuou.
“Ouvi dizer que, assim que se formar, ele irá se candidatar a um posto de secretário na mansão Grace. Eu disse a ele que, se nos ajudasse hoje, lhe daria uma vantagem na seleção no futuro.”
<Decidiu isso sozinho? Ficou louco?>
Tendo ficado irritado até o limite, Ahin arranhou o rosto de Evelyn verticalmente.
‘Argh! Como a minha beleza divina pôde ser arranhada de tal modo…!’
Depois de gritar silenciosamente, Evelyn puxou um pequeno frasco do bolso.
“É o antídoto feito pela professora Karen. Preparei roupas. Basta levá-lo daqui e…”
“Vivi está vindo… Ah, não, quis dizer, a Senhorita Coelha…”
Neste momento, Alan, que observava ao redor, sussurrou. Todos prenderam a respiração quando o farfalhar da vegetação próxima se fez mais alto.
“Anri!!”
Vivi estava ajoelhada, mexendo no mato, em pleno inverno, usando apenas o uniforme e nenhum casaco. Era óbvio que ela estava desesperadamente procurando o bebê pantera que tinha desaparecido de seu quarto, do nada.
Ahin olhou para Evelyn, que observava Vivi. O secretário sussurrou.
“Deixei a janela aberta de propósito. Assim, mesmo que o filhote desaparecesse, ela não estranharia.”
Depois de observá-la andar para um outro arbusto, Evelyn acrescentou.
“Vamos sair daqui antes que ela nos descubra.”
Mas Ahin não conseguia concordar por causa de Vivi, que o procurava tão desesperada. Evelyn lhe deu uma leve palmada no traseiro.
“Vamos, não quer que ela descubra sua identidade, verdade?”
<Não toque no meu traseiro, que irritante.>
“Pedirei à Senhorita Hendry que cuide da Senhorita Coelha. Vamos, Lord Alan, vamos embora.”
Evelyn acenou e começou a engatinhar no mato, na direção oposta à de Vivi.
‘Será que a vida de um secretário de líder do clã é assim?’
Depois de hesitar por um momento, Alan caiu de quatro e começou a engatinhar também.
“Lord Ahin, Lord Alan. Vamos para a carruagem que está nos esperando.”
A procissão secreta de bichos rastejantes continuava. Ahin, relutante, olhava para trás.
<Vivi…>
A cada passo, ele olhava para trás uma vez. Vivi continuava arranhando suas mãos suaves nos arbustos, revirando a terra gelada.
No momento em que Evelyn ia abrir a boca, os olhos de Ahin se arregalaram. Foi porque Vivi, que estava desesperadamente o procurando, tropeçou em uma raiz e caiu.
Ela se levantou e enxugou as lágrimas com as costas da mão. Seus dedos estavam sujos da sujeira do solo.
Ela, então, voltou à procura, sem sinais de que desistiria, mesmo com as lágrimas continuando a cair.
<Como posso ir embora nessa situação?>
Enquanto Ahin estava mergulhado em conflito e angústia…
“Anri… Onde você está?”
A voz chorosa de Vivi tocou seus ouvidos.
“Por favor, apareça…”
Após ouvir isso, Ahin não aguentou e saiu correndo na direção dela. Era mais importante responder ao seu chamado que esconder a própria identidade.
“Anri…!!”
Vivi abriu os braços e abraçou o bebê pantera negra que correu até ela. Alan assistiu o reencontro dramático com olhos trêmulos.
“O que é…”
Diziam que ele era a pessoa que tinha dizimado um exército inteiro de homens-besta lobos sozinho. O mais forte de todos os líderes de clãs na história.
No dicionário de Alan, não havia um Ahin que saltasse para os braços de uma coelha na forma de bebê pantera.
Ele estava curioso desde que Evelyn tinha dito aqueles absurdos sobre como a coelha tinha todos os Grace na palma de suas patas… Negando a realidade, ele olhou para Evelyn.
“Como…”
“O Lorde Ahin acaba de descartar a dignidade e vergonha que lhe restavam. Parece que ele não pretende mais esconder sua identidade, então basta ele explicar tudo à Senhorita Coelha e estará tudo terminado.”
Evelyn, vendo Vivi voltar para o dormitório abraçada ao bebê pantera, tocou o ombro de Alan, que continuava petrificado.
“Você nos ajudou mentalmente e fisicamente, mas é uma pena, Aulong. Ainda assim, te darei umas dicas para convencer a líder do clã na entrevista para secretário.”
Evelyn se lembrou de que a Senhora Valence parecia estar com dor nas costas esses dias. Toda vez que dormia com Vivi, ela tinha que ficar encolhida em uma pequena parte da cama e parecia ter problemas para dormir. Então bastava dar-lhe o conselho de mandar fazer uma cama maior e isso daria muitos pontos.
“Que dica…?”
Alan, com um olhar ansioso, esperou o que Evelyn diria.
“Dê uma indicação de um carpinteiro que possa fazer uma cama bem larga para melhorar a qualidade do sono da líder do clã.”
“Sim…! Espera, quê? Por que eu falaria sobre isso durante a entrevista de emprego?”
“Tenho certeza que causará uma boa impressão na líder.”
Carpinteiros e qualidade do sono… Algum tempo depois, no entanto, Alan, que se submeteu à entrevista, conseguiu ir muito bem graças a essa dica.
***
Vivi, tendo retornado ao seu quarto com Ahin, pediu desculpas de novo e de novo por ter esquecido de trancar a janela.
Ela olhou todo o corpo de Ahin para ver se ele não tinha se ferido. Após usar feromônios curativos, só para garantir, ela segurou as patas dele e falou.
“Anri, venha comigo para o território das panteras negras.”
<Esse é o meu território desde o começo.>
Ahin, incapaz de explicar, olhou para ela sem expressão.
“Pode ser difícil para você se acostumar no começo, mas…”
Vivi, hesitando, parou para pensar. Não tinha um criadouro de panteras negras na Academia, como o coelhário, e ela não podia permitir que ele voltasse aos seus cruéis donos originais. Ela não conseguiria colocá-lo de volta naquela panela e dá-lo à pessoa que o tinha abandonado.
“Tomarei responsabilidade por você. Acredite em mim.”
Ahin, ouvindo isso como uma declaração de amor, corou timidamente. Vivi sorriu ao ver a cabeça do bebê pantera negra assentindo. Ele teria entendido, ou era coincidência?
“Bem, então vamos ver o vovô.”
Ela começou a se preparar, batendo a poeira das roupas. Ia passar pelo gabinete do diretor e obter a permissão de Lillian para abrigar o filhote de pantera negra na casa Grace.
Quando Vivi entrou no banheiro, alguém bateu na janela, assim como na vez anterior.
“Por favor, abra-a, meu lorde.”
Evelyn, outra vez trepado na escada, surgiu. Ele até mesmo tinha Quinn, que deveria estar na mansão, empoleirado em sua cabeça.
<Espera.>
Ahin, saltando com todas as forças, conseguiu agarrar o gancho da janela. Com um clique, ele abriu a janela que tinha sido firmemente trancada.
“Precisa voltar à forma humana antes da cerimônia de formatura.”
Evelyn pegou uma pílula azul e a passou pela janela.
“E Quinn trouxe uma carta. Seus ajudantes estão chorando porque há uma pilha gigante de documentos que precisam da assinatura do Lorde.
<Isso fica para depois.>
Quinn, observando os dois, fez “tsk” com a língua. Pelo visto, Ahin tinha gostado do papel de bebê pantera, e era tarde para convencê-lo.
Então, Quinn voou, agarrou a pílula azul que Evelyn carregava e a jogou na boca de Ahin. Em um instante, a droga tinha descido por sua garganta.
“Em alguns minutos, voltará à forma humana. Ah, para o que constar, não fui eu, foi Quinn.”
Evelyn olhou para Ahin, que parecia chocado, e fechou a janela, desaparecendo rapidamente.
<Evelyn!! Ao menos deixe as roupas!!>
As garras de Ahin martelaram a janela, mas Evelyn, que tinha habilidades de fuga supremas, já tinha sumido.
***
Meu coração afundou quando saí do banheiro, após lavar a sujeira que tinha ficado em mim por cavar na terra procurando o bebê pantera negra. Mais uma vez, ele não estava em lugar nenhum.
‘Não pode ser…’
Eu tinha checado a janela e a tranca estava bem fechada. Ele tinha que estar aqui dentro. Comecei a andar por todo o dormitório, procurando o bebê.
“Anri?”
Tinha muita experiência brincando de esconde-esconde com Ash.
“Se não aparecer, vou te comer…”
Procurei embaixo da cama, no armário, e atrás das cortinas. Quando já estava ficando sem opções, vi uma cauda preta aparecendo por debaixo do lençol.
Me aproximei sem fazer barulho e puxei o cobertor de uma só vez.
“Te achei!!”
O bebê pantera negra, me olhando, puxou de volta o lençol com as patas dianteiras e voltou a se cobrir. Parecia que não queria sair dali. Pensando que ele podia estar com frio, me aproximei, preocupada.
“O que foi?”
Me deitei na cama ao lado dele. O bebê pantera negra, com uma expressão estranhamente resignada, deu de ombros.
‘…Deu de ombros?’
Era possível para uma pantera negra agir de uma maneira tão humana? Com essa dúvida, verifiquei a condição do filhote. E senti uma aura que nunca tinha reparado. Eram, sem dúvida, feromônios.
‘Mas como ele pode ter feromônios, se…?’
No momento em que abri a boca, em choque, uma luz branca começou a brilhar do corpo do bebê pantera negra.
Cobri os olhos com as mãos, enquanto sentia a cama afundar por algo pesado. Quando a luz desapareceu, abri os olhos para ver que o bebê pantera negra estava em forma humana.
E, depois de confirmar sua identidade, fiquei sem palavras.
“…Como… Você, por quê..?”
Como ele poderia estar ali? Minha visão ficou repleta do rosto de Ahin, seu pescoço, e seus ombros largos.
“Por que está tão surpresa? Sou eu, o Anri que pertence a Vivi.”
“Meu Anri nunca foi tão grande assim.”
Era uma voz casual demais para um bebê pantera negra que tinha virado humano. Ainda congelada, voltei a fechar os olhos.
Será que Ahin tinha se sentido assim quando me viu humanizada pela primeira vez? Estava tão chocada que nem podia pensar direito.
“Vivi.”
Ahin segurou uma mecha de meu cabelo entre os dedos. Seu sorriso era tão travesso como sempre.
“Viu, é por isso que não se pode recolher animais assim, sem tomar cuidado.”
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.
Geovane
Mais uma semana e o ahin seria uma bola de praia de tão gordo