A Relação simbiótica entre uma lebre e uma pantera negra - Capítulo 152
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- Capítulo 152 - História Extra 1
“Aquela é…”
Dentre todos os estudantes da Academia, além de Alan, era a única que conhecia a relação de Vivi e Ahin. Era Hendry, a mulher-besta do clã dos porcos, com seu cabelo azul preso em um rabo de cavalo.
Evelyn se levantou sem demora e correu entre os arbustos. Ele tinha a esperança de que ela poderia ajudar.
“Ei, porca!”
“Com licença, mas chamar as pessoas do meu clã desta maneira é considerado rude, e… Hein?”
Hendry, girando com uma expressão irritada, arregalou os olhos. A primeira razão foi surpresa pela bela aparência de Evelyn, e a segunda foi porque reconheceu sua identidade como secretário do futuro líder do clã das panteras negras.
Enquanto ela hesitava, Evelyn, apertando sua mão para encorajá-la, foi direto ao ponto.
“Por favor, me leve até onde a professora Karen está. Naturalmente, em segredo, para que a Senhorita Coelha não descubra.”
“Para a professora Karen? Quando ela se tranca no laboratório, é difícil encontrá-la… Mas, posso perguntar por que precisa ser segredo para Vivi?”
“A situação é complexa. Vamos andando e conversando.”
“Bem… Está bem, mas ela deve estar aqui por perto. Eu estava com ela faz um minuto…”
Quando Evelyn seguiu com o olhar na direção na qual Hendry apontava, seu coração afundou. Um cabelo branco ondeava, caminhando na direção deles.
“Precisamos nos esconder!”
Ele puxou Hendry apressadamente e se jogou nos arbustos novamente. Tendo que agir como uma fugitiva de repente, ela cochichou, zangada.
“O que está fazendo?!”
“Me escondendo da Senhorita Coelha.”
Ele respondeu como se fosse óbvio, enquanto Hendry o abaixava o rosto, após ouvir a frase decepcionante.
‘E por que eu tenho que me esconder também?’
Quando ela ergueu o rosto para argumentar isso, seu queixo caiu e ela ficou sem palavras. Foi porque o rosto de Evelyn estava tão próximo que ela podia sentir sua respiração.
Seus olhos trêmulos passaram por seus cabelos negros e seus belos traços. Apesar de parecer ter o costume de rolar em arbustos, ela não tinha ideia de como ele se mantinha tão perfeitamente alinhado.
Enquanto ela ficava petrificada, Evelyn falou.
“Está tudo bem.”
“…O quê?”
“Se você tiver se apaixonado por mim à primeira vista, tudo bem. Eu estou acostumado.”
“Hein? Eu?”
Infelizmente, a beleza dele era inútil quando abria a boca. Hendry, pensando em muitas coisas para responder, mas decidindo ficar calada, olhou para o outro lado, com o rosto vermelho.
“Ei, a propósito…”
“Pois não?”
“Está tudo bem deixar aquilo para trás? A panela e… um gato?”
Percebendo que seus braços estavam vazios só nesse momento, Evelyn entrou em pânico. Seu rosto, que estava perfeitamente sem expressão, desmoronou.
Ele olhou para a panela, que tinha sido deixada bem à vista, no meio do chão, e engoliu em seco.
“Lorde Ahin…”
‘Lorde Ahin?’
Era esse o nome do namorado de Vivi? Hendry, alternando o olhar entre o gato preto na panela e Evelyn, de repente tapou a boca com as mãos.
“Não pode ser…!”
“Shh.”
O longo dedo indicador de Evelyn tocou os lábios de Hendry quando ela estava prestes a gritar. O olhar dele estava em Vivi, que já estava se aproximando da panela.
Hendry perguntou sussurrando, já que Evelyn estava se escondendo tão desesperadamente que ela se sentiu mal em denunciá-lo.
“Por que Vivi está fazendo aquilo?”
“Bem, na verdade, eu também não compreendo a linha de pensamento da Senhorita Coelha.”
Vivi estava encarando a panela com metade do corpo escondido atrás de uma árvore próxima. Para ser mais preciso, ela olhava para Ahin dentro da panela.
Frustrado, ele não conseguiu evitar o olhar de Vivi, que ficou o encarando. Passaram-se dez minutos nesta mesma situação.
Então, tendo acabado sua análise minuciosa da panela, Vivi começou a se mover. Um passo, dois passos. Segurando a respiração e pisando com cautela, ela de repente fez um movimento extremamente rápido.
‘Mas o quê…!?’
Antes que Evelyn conseguisse registrar o que acontecia, ela agarrou a panela, como um predador dando o bote em sua presa.
Em poucos segundos, tendo sequestrado Ahin, ela escapou.
Evelyn não teve opção a não ser olhar sem expressão para as costas de Vivi, que se afastava como se não tivesse um segundo a perder.
***
Ahin, sendo chacoalhado dentro da panela, tinha muitos sentimentos complexos. Ressentimento pelo incompetente do Evelyn, que tinha o esquecido. Dúvida sobre por que Vivi tinha o sequestrado e saído correndo daquele modo. Derrota, por pensar que tudo estava perdido.
Quando Ahin, cansado de tanto pensar, ficou sem forças, a tampa da panela foi completamente erguida e ele viu Vivi aproximando-se dele de cima, um ângulo inédito, o que o fez ficar sem fôlego.
Colocando a panela no chão, ela cuidadosamente retirou o bebe pantera negra do utensílio.
“Quem iria te colocar numa panela, desse jeito?”
Só podia ter sido uma brincadeira cruel. Como o animalzinho em questão era um bebê, ela estava ainda mais empática.
“Não sei como você veio parar aqui, mas se eu não tivesse te encontrado, você poderia estar em problemas. Esse lugar é infestado de bestas selvagens.”
Vivi pensou que um bebê, ainda que fosse um predador, seria engolido de uma vez só.
“Está me entendendo?”
Ela sacudiu Ahin ligeiramente, para que ele ficasse alerta ao que passava ao seu redor. Enquanto era balançado no ar, Ahin sentiu uma sensação inédita.
Para ele, Vivi sempre tinha sido pequena, tão minúscula que parecia que ia se quebrar. Por isso, era estranho que ela o tratasse como se ele fosse frágil.
<…Isso não é nada mal.>
Será que a lealdade invencível de Ash vinha de ter sido protegida com um afeto tão poderoso? Quando mais ele teria outra oportunidade de receber esse tipo de cuidado de Vivi? Talvez fosse uma boa ideia ficar nessa forma até que Evelyn aparecesse.
Ahin, pensando nisso, arregalou os olhos ao perceber. Se Evelyn surgisse, Vivi iria ligar os pontos e a sua identidade seria revelada na mesma hora.
“Calma, bebê.”
Vivi, interpretando errado a expressão do pantera, alisou sua cabeça.
“Vou encontrar seu dono, não se preocupe.”
Falando sozinha, ela começou a caminhar, levando Ahin em seus braços. Decidido a interpretar o papel de animalzinho perdido, ele olhou para ela.
Apesar de ainda ser inverno, ele não sentia hesitação ou desconforto em relação a Vivi, apesar de estar em contato direto com ela.
Talvez fosse porque seu corpo, atualmente, estava em um estado onde era incapaz de feri-la. Ele não sabia se era uma coisa boa, mas tinha se tornado extremamente débil.
Pensando que jamais chegaria o dia quando iria agradecer por ser fraco e incapaz, Ahin sorriu tranquilamente.
Enquanto passava o dedo por seus pequenos e não muito afiados caninos, Vivi, entrando em um prédio decorado, começou a subir escadas.
“Vamos.”
Ao contrário dela, que caminhava sem hesitar, o quanto mais subiam, mais desanimado Ahin ficava. Era porque ele sabia bem para onde aquele caminho levava – a sala do diretor.
Parada em frente à terrível porta, Vivi enfiou a cara pela fresta.
“Vovô, está ocupado?”
“Oh, minha nora. O que houve, por que passou tantos dias sem vir me ver?”
Uma voz suave como algodão doce ressoou de dentro da sala. Ahin achou difícil de acreditar que era a voz de Lillian.
Vivi abriu a porta e entrou casualmente, como se já tivesse feito isso milhares de vezes.
“Você finge não conhecer o seu avô na Academia, então, o que aconteceu?”
Lillian, baixando uns papéis, deu as boas vindas para ela, com os braços abertos.
“Vovô, sabe que não posso abraçá-lo na Academia ou alguém poderia ver.”
“Minha nora também é boa com as palavras. Mas não se preocupa com minha dignidade.”
“Vovô, isso não é manter a dignidade.”
Lillian ergueu as sobrancelhas perante aquela Vivi decidida. Feliz por isso, Ahin sorriu, mostrando os dentinhos. Ele estava fingindo ser um animal, e por isso não podia, mas teve vontade de aplaudir.
“Você já comeu? Hoje está frio, você deveria estar usando um agasalho mais grosso e… O que é isso?”
Só então Lillian percebeu o bebê pantera negra nos braços de Vivi. Seu olhar penetrante se fixou em Ahin. Ele estava claramente tentando determinar se aquilo era um homem-besta ou um animal.
Ahin, não querendo ter sua identidade revelada por Lillian no estado em que estava, se esforçou ainda mais para ocultar seus feromônios.
“Hmmm.”
Lillian, julgando que Ahin era um animal, coçou a barba.
“Parece ser um bebê pantera negra. Onde você o achou?”
“Creio que alguém o abandonou no meio do campus.”
Com uma voz indignada, Vivi explicou suas impressões. Não bastava terem decidido jogar fora o animalzinho, mas tinham até mesmo feito a barbaridade de fazê-lo usando uma panela. Lillian, prestando atenção, fez “tsk” com a língua.
“Às vezes, estudantes trazem pets sem permissão, ou animais selvagens entram no campus sem querer e são usados em experimentos. Me parece que a segunda opção é mais provável.”
“Mas… a Academia Belhelm proíbe esses experimentos.”
“Como você sabe, nem todos os estudantes seguem as regras.”
Vivi, desistindo da ideia de buscar o dono original do bebê, o abraçou com força. Lillian, que tinha grande empatia, ficou zangado.
“Vovô, deixo com você a tarefa de localizar e punir o estudante que abandonou o bebê pantera. Até decidir o que farei, vou cuidar dele por uns dias.”
Ahin já tinha se decidido a ser cuidado por Vivi para sempre. Lillian, olhando a maneira como ela o abraçava gentilmente, ergueu uma sobrancelha.
“…Eles são muito parecidos.”
“Quem?”
“Esse bicho e Ahin. Ele era exatamente assim antes de ter sua humanização definitiva.”
“Todas as panteras negras bebês são assim, Vovô. Shu e Bion também eram iguais alguns anos atrás.”
“Hm, é mesmo?”
Lillian apertou o nariz rosado do bebê com um dedo, fazendo com que Ahin imediatamente desse uma patada em sua mão enrugada.
Envergonhado, ele rapidamente recolheu a mão.
“Vovô, tudo bem?”
“Sim… Que animalzinho arrogante. Até mesmo a personalidade é igual a do meu neto.”
Curiosa sobre a infância de Ahin, Vivi encarou o bebê pantera negra, se perguntando se Ahin realmente tinha essa aparência.
“Então Ahin já foi tão pequeno e fofinho assim um dia… Queria ter visto.”
“Ele não mudou nada de personalidade, está igualzinho. Nunca existirá um bebê tão arrogante como ele.”
“Mas, de onde veio essa personalidade?”
Ahin, ouvindo sem querer uma conversa sobre ele mesmo, bufou. Já que estavam falando coisas de sua primeira infância, das quais ele nem mesmo se lembrava, não se importava.
“Ainda estou curiosa…”
Vivi, acariciando a cabeça do bebê pantera negra, de repente parou. Ela teve uma sensação de déjà vu, e, em sua cabeça, surgiu a imagem de olhos vermelhos pertencentes a um homem-besta pantera negra.
“Não pode tocar o coelho bebê sem cuidado. Ao contrário de nós, eles são criaturas frágeis.”
Sem nenhuma outra lembrança, ela apenas viu um par de olhos vermelhos flutuando.
‘Eu encontrei alguma outra pantera negra antes de Ahin? Eu nunca saia de casa, então deveria ser impossível… Eu vi isso num sonho?’
Pensando profundamente, Vivi despertou com a sensação de patinhas macias tocando a sua mão. O pantera negra bebê estava olhando-a com uma expressão preocupada.
Por um instante, ela viu a imagem de Ash sobreposta a dele, pois a expressão era igual. Pensando que ele era uma gracinha, Vivi sorriu largo.
“Você quer atenção? Desculpe, mas não tenho petiscos. Posso pedir para o Vovô falar com o professor responsável pelo departamento de veterinária depois. Está tarde, então vamos voltar para o dormitório.”
Ao ouvir isso, Ahin tentou fugir. Ele conseguiu saltar dos braços de Vivi, mas logo foi apanhado pelas mãos ágeis de Lillian. Ele tentou lutar, mas o máximo que conseguiu foi deixar pequenos arranhões no sofá.
“Que gracinha. É como ver a infância do meu neto uma outra vez…”
“Vovô… parece que ele te odeia… Ah.”
Vivi, que estava tentando dar um alerta com delicadeza, parou de falar em choque. Foi porque Lillian tinha se aproximado de um Ahin feroz, que se debatia, e beijado o seu nariz com seus lábios ásperos.
Petrificado, incapaz até mesmo de piscar os olhos, Ahin ficou como uma estátua. Era como se uma calamidade tivesse baixado dos céus e atingido o seu nariz.
<Inspire…>
Ele não queria aceitar a realidade do que tinha acabado de acontecer.
<Expire…>
O corpo de Ahin perdeu as forças de uma só vez. Foi um dia no qual ele pode compreender ainda melhor os sentimentos de Vivi, que desmaiava por hobby.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.
Lucien
Hahahhahahhhhhahhahahha tadinho kkkkk beijo de amor do vovô
Geovane
Eu consigo imaginar ele petrificado perfeitamente por causa do beijo kkkkkkkkkkkk
Vanny
Kkkkkķkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkķkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkķkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk