A cavaleira do Imperador - Capítulo 355

Sir Aino podia ver em Luxos I o mesmo menino rei que afirmava que conquistaria o mundo. O jovem que tinha tanta certeza de que iria unir todo o continente…

Sir Aino, depois de refletir por um longo tempo, finalmente suspirou e respondeu: “Tenho uma dívida a pagar à Marquês Winter. Acho que isso deveria nos deixar empatados.”

Sir Aino tirou a mão da espada e Luxos I suspirou secretamente. Ele arriscou a própria vida agora por amor e parecia que ganhou esta aposta perigosa. Sem saber como o imperador suava profusamente, Sir Aino se ajoelhou diante dele.

“Sua majestade, eu, seu Inno, irei segui-lo até o inferno, se necessário!”

Sir Aino estava do lado de Luxos I, mesmo que o imperador se tornasse um tirano. O imperador sentiu-se aliviado ao perceber que não seria morto a facadas nesta mesma sala.

Luxos I disse novamente aos outros homens: “Qualquer um que queira fugir, é melhor fazê-lo agora. Talvez se todos vocês se unirem contra mim, vocês possam conseguir uma rebelião bem-sucedida. Vocês podem pelo menos tentar, se desejarem.”

Os homens estremeceram quando o imperador mencionou casualmente uma revolta. Ficou claro que Luxos I estava falando sério sobre seu plano. O duque Luzo, que não aguentava mais a tensão, finalmente se rendeu. Ele sabia que perderia o resto do cabelo antes que tudo acabasse.

O duque Luzo disse ao imperador: “Estou falando sério, majestade! Você vai me deixar ir quando isso acabar! Você tem que cumprir sua promessa. Depois de todo o trabalho, você vai me libertar!”

O Marquês Zeese suspirou após longa deliberação: “Vossa majestade, as pessoas vão protestar. Haverá uma reação enorme. Todo o império pode ficar abalado.”

“É por isso que estou lhe dizendo que você pode ir embora se desejar. Você pode até protestar se quiser, mas isso não mudará o fato de que me tornarei um tirano.”

“Só por uma mulher.”

Quando o Marquês Zeese suspirou novamente, Luxos I balançou a cabeça e respondeu: “Não só para ela. Estou fazendo isso por metade da população do nosso império.”

Claro, o imperador não estava dizendo toda a verdade. Na verdade, ele estava fazendo tudo isso por apenas uma mulher, mas o resto do império não precisava saber disso.

Os homens murmuraram entre si nervosamente. Aqueles que conheciam bem o imperador perceberam que Luxos I estava falando sério sobre o que estava prestes a fazer. Aqueles que não eram muito próximos do imperador pareciam medrosos e confusos ao mesmo tempo.

Luxos I esperou enquanto o resto dos homens contemplava. Ele esperou e esperou sem sair da sala e, finalmente, após 12 horas de discussão, todos os nobres de mais alto escalão se curvaram em uníssono. Luxos I acenou com a cabeça satisfeito e anunciou: “Agora é hora de começar a trabalhar. Vamos ver que tipo de danos podemos causar ao nosso império.”

Seria um caminho longo e difícil para todos.

* * *

Pollyana se despediu dos amigos de Yapa. Tory, Stra e Cekel não conseguiam esconder a preocupação com Pollyana. Os outros cavaleiros não paravam de admirar Pollyana, alegando que mesmo após sua morte, ela seria a cavaleira que protegeria o império. Os guardas balançaram a cabeça, incapazes de entender por que sua chefe faria isso. Eles brincaram que ela provavelmente continuaria como chefe da Segunda Divisão por mais 30 anos.

Pollyana não achava necessário perder mais tempo na capital. Ela imediatamente se dirigiu para Sitrin. A pessoa que parecia mais decepcionada era seu mordomo.

Para sua surpresa, ninguém parecia ser contra ela partir assim. Embora o casamento tenha sido cancelado, ninguém parecia estar zangado com ela. Ninguém a criticou. Os nobres pareciam desinteressados e, surpreendentemente, foram os plebeus que pareceram reagir com mais força.

Muitos esperavam um conto de fadas, um final feliz. Essas pessoas ficaram muito decepcionadas, mas a maioria aceitou a situação sem lutar.

Até a própria Pollyanna sentiu-se calma.

‘Talvez seja melhor assim.’

Parecia que todos se sentiam assim.

De qualquer forma, Pollyana se tornou a primeira e única mulher que recusou o imperador. Sua já incrível fama aumentou 100 vezes desde o evento recente.

No caminho para Sitrin, houve muitos momentos em que Pollyana se arrependeu de sua decisão. Ela cometeu um erro? Ela não conseguia acreditar que desistiu de ter o imperador para si. Mas então ela se lembrou do que ganhou com tudo isso. A felicidade como Pollyanna Winter e não como Pollyanna Clair. Mesmo que ficasse infeliz, ela sempre seria Pollyanna Winter.

Nascida como Pollyanna Cranbell, renasceu como Pollyanna Winter e quase se tornou Pollyanna Clair. E agora… Ela seria para sempre Pollyanna Winter. Ela sabia que era uma decisão egoísta. Pollyana se desculpou especialmente com Gerald. Ele poderia ter se tornado o próximo imperador, mas agora teria que estar feliz em se tornar o próximo Marquês Winter. Pollyanna tentou racionalizar sua decisão: ‘Sinto muito, Ensopado de Cacho… quero dizer, Gerald. Mas esta pode ser uma vida melhor para você. Você poderá experimentar a alegria de ser promovido a um posto superior. Imagine como você se sentirá feliz quando se tornar duque, tendo começado como marquês.”

Pollyana pensava em Gerald com frequência, talvez mais do que quando estava grávida dele. Agora que ela escolheu continuar sendo uma “Winter”, o fardo e a pressão que sentia por Gerald desapareceram.

Pollyanna finalmente percebeu que tinha sido muito dura com o filho. Mesmo que ela não sentisse amor por ele, ela deveria ter dado isso a ele. Ela sabia que não o tratava bem. Pollyanna se sentiu horrível por ter se tornado o tipo de mãe que ela odiava quando era pequena.

Quando ela chegou a Sitrin, foi, claro, Gerald quem a cumprimentou com mais vigor. Já tinham se passado alguns meses desde que Pollyanna partiu, mas Gerald pareceu reconhecê-la. Ele ergueu os dois braços em direção a ela e gritou: “Mama!”

O menino angelical sorriu brilhantemente. Pollyanna pegou Gerald da ama de leite e respondeu: “Sim, Gerald Winter. Eu sou sua mãe.”

Gerald estava muito maior do que ela lembrava. Ele agora era grande o suficiente para ficar de pé se segurasse alguma coisa. Quando ele engatinhava, ele era mais rápido do que qualquer bebê que Pollyanna conhecia. Ela se sentiu um pouco amarga por sentir falta de passar tanto tempo com o filho. O peso do bebê em seus braços parecia significativo.

Gerald, com sua força incomum, agarrou e torceu o nariz e os lábios de Pollyana enquanto a cheirava. Pollyana deu um tapinha carinhoso nas costas dele.

“Sim, Gerald.”

“Mama!”

“Sim. Sim. Eu sou sua mãe. Faz um tempo que não estou com você e sinto muito…”

De repente, Pollyanna estreitou os olhos.

“Espere um minuto… Não há nada pelo que eu deva me desculpar?”

Ela já viu tantas mães se desculpando dessa forma que quase fez a mesma coisa, mas Pollyanna percebeu que não havia motivo para se desculpar. A maioria das damas nobres não criava sozinhas os filhos. Pollyanna deixou Gerald porque precisava cuidar de algumas coisas muito importantes. Se ela tivesse saído sem motivo, deveria ter pedido desculpas a Gerald, mas não foi o caso.

Pollyana o levantou alto. Ele era um bebê pesado, o que significava que a maioria das damas nobres teria dificuldade em levantá-lo, mas Pollyana não era uma dama comum.

“Gerald, deixei você porque precisava cuidar de uma coisa.”

Claro, o bebê não a entendia de jeito nenhum. Gerald apenas riu como se ela lhe contasse uma piada engraçada. Ele estava tão lindo que Pollyanna sorriu e disse: “Meu filho, você é tão forte. Você será um grande cavaleiro!”

Pollyanna tinha um sonho ambicioso. Algum dia, o próximo Marquês Winter também se tornaria o chefe da Segunda Divisão. Gerald Winter, que não sabia de nada, apenas riu alegremente.