A cavaleira do Imperador - Capítulo 313
Quando Pollyanna anunciou seu plano de viagem para Yapa, o chefe dos guardas de Sitrin tentou reunir alguns de seus melhores homens para escoltá-la. Pollyanna, porém, recusou: “Estou bem sozinha”.
“Senhora, pode ser perigoso.”
O chefe dos guardas de Sitrin insistiu e Pollyanna entendeu. Se ela estivesse no lugar dele, teria feito o mesmo. Mesmo o melhor dos jovens cavaleiros pode se deparar com perigo quando viaja sozinho. Todas as figuras poderosas e importantes precisavam ser protegidas o tempo todo. Por exemplo, Luxos I sempre era seguido por Sir Ainno. Quando Sir Ainno não estava disponível, o imperador era guardado por muitos de seus leais cavaleiros.
Exceto em ocasiões muito especiais e raras, Luxos I nunca esqueceu sua importância, algo que Pollyanna precisava aprender. Ela precisava se cuidar melhor. O imperador fez isso muito bem porque sabia que se ele se machucasse, aqueles ao seu redor sofreriam ainda mais.
O chefe da guarda de Sitrin informou a Pollyanna que reuniria alguns de seus melhores cavaleiros. Pollyanna ponderou, não gostando do fato de estar tirando os melhores lutadores de Sitrin para seu uso pessoal.
‘Levarei apenas alguns cavaleiros, mas deixarei a maioria dos guardas para trás.’
Com a mudança da lei militar acreana, todos os cavaleiros e guardas das diversas cidades passaram a pertencer ao império. Luxos I fez assim para fortalecer seu domínio, mas Pollyanna percebeu uma desvantagem nessa mudança. No passado, os nobres podiam usar os cavaleiros de suas famílias como acompanhantes pessoais. No entanto, agora que todos os cavaleiros pertenciam ao imperador, usá-los para proteção pessoal parecia inapropriado. Parecia abusar do próprio exército pessoal do imperador, mas pareceria ainda mais estranho se ela contratasse mais guardas para si mesma com seu próprio dinheiro.
Sitrin não ficava muito longe de Yapa. A estrada para a capital também era bem pavimentada e segura.
Pollyanna voltou a falar com o chefe da guarda: “Estou bem sozinha. Posso ir sozinha.”
Sir Donau ofereceu com firmeza: “Não, você não pode ir sozinha, irmã. Viajarei com você como acompanhante.”
O chefe dos guardas parecia aliviado: “Se Sir Donau irpa acompanhá-la, fico tranquilo. Obrigado, sir Donau.”
Sir Donau viajou sozinho do sul para Sitrin, o que foi uma jornada muito mais perigosa e longa. Pollyanna entendeu por que o chefe dos guardas parecia aliviado, mas não pôde deixar de se ressentir de seu “dois pesos, duas medidas”. Ninguém se preocupou quando Sir Donau decidiu viajar sozinho, mas quando Pollyanna decidiu ir sozinha, todos pareceram veementemente contra.
Pollyanna decidiu que era tudo por sua falta de habilidade. Se ela fosse uma cavaleira genial como Sir Ainno, as pessoas se sentiriam confortáveis em deixá-la viajar por todo o império sozinha. Pollyanna preferiu não pensar que era por ser mulher. Tinha que ser por causa de sua falta de habilidades.
A babá de Gerald ficou chateada com o plano de viagem de Pollyanna. A babá estava perdidamente apaixonada pelo recém-nascido, que era o bebê mais lindo que ela já viu na vida. Ela era claramente uma escrava da beleza e charme de Gerald.
A babá entendia que todas as senhoras nobres não criavam seus bebês sozinhas, mas ela ainda acreditava que uma mãe não deveria ficar longe do recém-nascido por pelo menos alguns meses. Ao demonstrar sua preocupação, Pollyanna respondeu simplesmente: “Este menino sobreviveu ao treinamento mais duro deste império. Ele também fo um bebê que me fez desejar a comida mais saborosa deste império. Gerald está perfeitamente saudável, então ele ficará bem sem mim por um tempo.”
Pollyanna acreditava que seu filho sobreviveria mesmo que não se alimentasse por três dias.
O mais preocupado entre os de Sitrin era o chefe dos vassalos. Sua senhora já tinha trazido algo, mais especificamente, alguém, incrível para Sitrin. Ele ficou ansioso sobre o que ela poderia fazer a seguir quando voltasse para Yapa. Pollyanna deu um tapinha gentil nas costas do vassalo e disse a ele: “Vou garantir que Sitrin não se envolva no que quer que aconteça a seguir.”
“Senhora! Apenas volte para casa com segurança!”
Pollyanna olhou para ele com estranheza e pensou: ‘Ele está falando como se eu fosse para Yapa morrer ou algo assim.’
E assim, o irmão e a irmã deixaram o castelo Sitrin. Sir Donau certificou-se de que o passo fosse lento, pois Pollyanna tinha dado à luz há poucos meses atrás. A princípio, sir Donau insistiu para que Pollyanna andasse em uma carruagem para viajar com mais conforto. Ele planejava dirigir a carruagem enquanto Pollyanna descansava lá dentro. Claro, Pollyanna se recusou a ser tratada dessa maneira. Ela insistiu em montar seu próprio cavalo, e Sir Donau sabia que não poderia convencê-la do contrário. Ele deu de ombros e a deixou fazer o que ela queria.
Enquanto viajavam, Donau implorou a Pollyanna que lhe dissesse o que ia fazer antes de fazer qualquer coisa. Ele sabia que não poderia impedi-la de cometer erros, mas Donau pelo menos queria estar ciente do que estava por vir. Pollyanna revelou qual era seu plano para ele.
“Quero permanecer uma cavaleira até o dia da minha morte, Donau.”
“…”
“Depois de falar com você ontem, pensei nisso a noite toda. Eu sou a cavaleira de sua majestade. Se ele me ordenar, eu ficaria feliz em pular em um anel de fogo. Estou disposta a fazer qualquer coisa por ele, mesmo que isso signifique perder minha reputação ou até mesmo minha vida. Por sua majestade, posso até desistir de ser cavaleira. No entanto, isso só se aplica enquanto sua majestade e eu permanecermos o imperador e sua cavaleira. Mas se o que ele me disse é verdade… Que ele me ama… Então isso é diferente. Nosso relacionamento não será mais estritamente o imperador e a cavaleira.”
“Irmã…”
“Você está certo, Donau. A confissão de amor de Sua majestade pode ser real. Admito que é possível que ele esteja apaixonado por mim, mas isso não significa que eu queira me tornar a imperatriz.
“Eu posso entender isso.”
As pessoas diziam que a felicidade de uma mulher vem de se casar com um bom homem e formar uma boa família, mas isso não se aplicava a Pollyanna. Pollyanna era a mais feliz quando lhe permitiam empunhar sua espada. Mesmo que se tornasse parte da família mais calorosa, se fosse obrigada a abrir mão de sua espada, Pollyanna sabia que não seria feliz.
Pollyanna então murmurou: “Mas eu percebo que não posso deixar Gerald como um bastardo”
Ela sabia que precisava tornar seu filho legítimo. Essa determinação não vinha de seu amor maternal, mas de sua lealdade à família imperial. Se Luxos I já tivesse vários filhos, Pollyanna não teria se importado tanto com isso. No entanto, o imperador tinha apenas uma filha mulher. Havia uma boa chance de ele gerar mais filhos no futuro, mas não havia garantia. Por enquanto, Gerald precisava se tornar oficialmente o filho do imperador para preservar a linhagem imperial.
Além disso, Gerald era seu filho, o que significava que ela deveria assumir a responsabilidade.
“Exatamente, então o que você planeja fazer?” Donau perguntou.